Texto da Ficha 1
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS E EVENTOS
Nome da manifestação cultural ou evento: “Arraiá pé com pé”
Escola Macário José de Farias. No mês de junho tudo é alegria, pois é chegado o dia do grande Arraiá pé com pé.
Tudo começa a partir da fundação, quando a primeira professora Maria das Graças dos Santos, juntamente com a comunidade sentiu a necessidade de desenvolver as atividades culturais dentro da escola. Este evento é comemorado a 19 anos, com a participação de duas equipes de professores onde participam de uma competição com a integração de alunos e de outros convidados. A disputa acontece visando adquirir recursos que serão destinados à compra de bens materiais para a instituição escolar. Geralmente as equipes apresentam danças folclóricas, peça teatral, rainha da equipe e tarefa surpresa. Além disso, é apresentado uma quadrilha infantil e outra com adolescentes sob a coordenação de alguns professores e núcleo gestor. É de costume apresentarem barracas com comidas típicas oferecidas pelos funcionários e pais de alunos.
Ao final, é feito reunião geral com todos os membros da escola, APM, Conselho escolar e grêmio Estudantil, e outra com os pais para prestar conta de todo o movimento.
Segundo a Diretora Suerli, esse momento é único, pois tem como objetivo “promover a melhoria de toda comunidade escolar e local”.
Autor: Maria de Fátima F. Freitas
Idade: 26 anos
Data: 05/07/06
Texto da Ficha 1
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS E EVENTOS
Nome da manifestação cultural ou evento: “Sr. João Batista, paixão pela música e poesia”
Porteiras, zona rural localizada no município de Cruz. Quem visita está comunidade não deixa de conhecer uma casa simples, mas com um grande tesouro dentro, um homem com um nível intelectual acima do normal. “Acho que nasci superdotado”.
João Batista de Sousa, um típico poeta popular, 56 anos, viúvo, filho de Vicente Martins de Sousa e Maria da Conceição Farias de Sousa. Desde criança fabricava viola com caco de telha, fazia e brincava com outras crianças como se estivesse tocando. Começou a tocar e cantar aos 16 anos, nesta época morava em Sobral e cursava a 5ª série do ensino fundamental. Estudava de manhã e a noite para ganhar dinheiro e pagar as despesas. Cantava nos bares. No ano de 1968, com 18 anos de idade, resolveu deixar Sobral e tentar a vida em Porteiras. Com muita dificuldade em Português, cursou novamente a 5ª série com a então professora da época Rufina Magalhães e ao terminar o ano letivo, começou a paquerar aquela encantadora mulher.
“Namoramos 2 anos e casamos escondido em Acaraú, pois a mãe dela não aprovava o casamento”.
Depois de casado, seu nego, como era chamado pelos amigos, cantava nas residências aos finais de semana. “Eu era o melhor cantador que tinha na comunidade”. Essa paixão pela música teve um final triste, pois aos 42 anos os médicos diagnosticaram em seu João Batista, uma doença de caráter psicológico, por causa da preocupação de está sempre se aperfeiçoando nos estudos. Só que o mesmo discordava do diagnostico dos médicos. “Acho que nasci com o germe da doença, sou paranormal e tenho intuição de me comunicar com outra pessoa a distancia”.
Assim, segue a vida de seu João Batista, onde encontra como único consolo suas lindas e exuberantes poesias.
“Sou muito solitário, e quando sinto que estou muito triste, vou dar uma volta para me distrair”.
Autor: Maria de Fátima F. Freitas
Idade: 26 anos
Data: 24/05/06
Texto da Ficha 2
OFÍCIOS E MODOS DE FAZER
Nome Do Ofício/Modo de Fazer: “Lixo vira objeto de valor”
De origem humilde e com jeito simples de ser, homem dedicado aos estudos e as informações oferecidas pelos meios de comunicações. Foi assim que Elias despertou o interesse por reciclagem e para defender o meio ambiente.
“Fiquei entusiasmado para reciclar o “lixo” quando assistir uma reportagem no jornal sobre a devastação da natureza”. Ele explica que ficou muito preocupado diante de tanta poluição e resolveu fazer sua parte e colocou seus planos em ação:
“Comecei a catar todos os objetos que encontrava na estrada, fiz miniaturas de plástico, deu certo, depois confeccionei cadeiras, mesas, pias e outros materiais que vinha em minha imaginação. Tenho um projeto de construir tijolo de material reciclado”.
A arte sempre foi o ponto forte dele, mas infelizmente a sociedade não lhe deu oportunidade e mesmo fazendo isso para proteger o futuro de nosso planeta ele afirma que “vendo meus produtos para sustentar minha família”.
Autor: Márcia Rafaela Freitas
Idade: 12 anos
Data: 03/07/06
Texto da Ficha 2
OFÍCIOS E MODOS DE FAZER
Nome Do Ofício/Modo de Fazer: “Dona Marlene, grande artesã”
Maria Marlene de Menezes, filha de Manoel Magalhães de Menezes e Raimunda Evangelista de Menezes, aos 55 anos é um exemplo para aqueles que acreditam que devemos ser jovem, mesmo se os cabelos embranquecerem.
Aos 7 anos, ainda criança, acompanhando sua mãe começou a fabricar suas primeiras varandas. Aos poucos foi se aperfeiçoando e mostrando que os fios são capazes de realizar excelentes obras, pois no início eram as varandas simples, depois as complexas, em seguida veio as toucas, almofadas, tapetes, toalhas, cochas e redes.
“Existe a varanda com fio roxo, branco e com linha. Coloco um copinho na agulha para ficar pesada e melhorar o balanço das mãos quando realizo o desenho da varanda”. Ela explica que gosta do que faz, mas o trabalho é o sustento da família, “trabalho para ganhar dinheiro e sustentar minha família”.
Atualmente distribui fios para mais de 40 pessoas e vende mercadorias para outras cidades.
Autor: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 24/05/06
Texto da Ficha 2
OFÍCIOS E MODOS DE FAZER
Nome Do Ofício/Modo de Fazer: “Carnaubal”
José Higino, o Zé Gabriel, como os amigos o chama, ainda menino com apenas 10 anos de idade começou seu trabalho no carnaubal. “Tinha os braços pequenos e por isso carregava as palhas pouco a pouco”. Uma pessoa adulta leva 25 palhas, mas ele como ainda era garoto foi levando aos pouquinhos. Foi crescendo e despertando o interesse pelo serviço, trabalhou muito tempo com o seu pai e depois do falecimento do mesmo, ele continuou sozinho, sempre interessado em aprender mais e mudar a função, na hora da merenda os colegas saiam e ele ficava sozinho, com isso aprendeu a desenganchar e derrubar as palhas. Segundo o entrevistado, o trabalho no carnaubal é feito da seguinte maneira: primeiro o valeiro derruba as palhas, o enfiador junta, o cambiteiro desengancha, o conferidor confere e o juntador de barbalho cata as palhas que restaram no final. Estas serão levadas no comboio até a ramada onde será estendida, que depois de seca serão amarradas e levadas até a maquina que corta as palhas para fazer o pó, que será separado em branco e preto. Este é colocado em um forno com água que fica fervendo por 24 horas e mais 24 horas para esfriar. O pó transformado em cera é levado até uma prensa para serem formadas as barras e transportadas para as fabricas. Nesta época muitos adolescentes são contratados para trabalhar, mas sempre acompanhado de um adulto que fica responsável pelo acompanhamento dos garotos.
Seu Zé Gabriel gosta do que faz, mas tira do trabalho o sustento de sua família.
Autor: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 10/05/06
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“Os mangues”
O manguezal é uma importante riqueza para o nosso povo, aqui em Porteiras podemos destacar alguns tipos como o mangue manso, vermelho, canoé e mangue de botão.
Ele foi ao longo dos anos uma saída para pescadores, onde tiravam utensílios para currais, madeira para queimar suas caeiras, refúgio também para a criação de porcos e o berçário para crustáceos, os peixes que vinham reproduzir para aumentar a nossa fauna e atrair também mecanismos à sobrevivência do camponês.
Atualmente estamos vivenciando uma exclusão do trabalhador rural com o melhoramento de sua sobrevivência no campo.
Existe o êxodo rural em função da falta de terra para se trabalhar, porque o solo foi degradado para carcinicultura e há uma preocupação das famílias. Como vamos criar nossos filhos numa agricultura onde tinha a maior fonte de renda, inclusive no plantio das vazantes onde nós produzíamos mais feijão e milho, e com essa devastação do solo produtivo será que vamos ter no futuro uma agricultura sustentável?
“Esta é a minha preocupação enquanto trabalhador”.
Autor: Cláudia do Nascimento Lima
Idade: 24 anos
Data: 11/07/06
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“Rio de Pitombeiras”
Antes era apenas o rio Acaraú, devido a inverno forte, o mesmo foi abrindo um braço em cruz saindo em direção a Pitombeiras e indo ao encontro das águas do posto de Camocim, ficando assim apenas um rio. Na década de 40, era mais estreito e fundo, atualmente se encontra mais largo e raso, pois a retirada da areia e a plantação modificou o ambiente. Antigamente era salgado, depois da construção do Açude de Arara e a irrigação do Marco, um projeto feito pelo governo, no qual solta água doce que vem de encontro ao rio, é por esse motivo que suas águas mudaram. Quando salgada os moradores da comunidade construíam “cacimbas de pudente”, era poço no quintal da casa, pois precisavam de água potável para beber.
Hoje ele é o lugar de “lazer e sobrevivência” para a maioria da população, mesmo com os peixes escassos, os habitantes da localidade encontra nele o único meio de alimentar suas famílias. Segundo o entrevistado muitos peixes de antes já não existem mais, pois eles pescam na época da desova. O rio que deveria ser protegido e preservado como algo atraente está sendo aos poucos destruído, pois a enchente carrega areia e entope o mesmo impedindo de correr para outros lugares.
Autor: Maria de Fátima F. Freitas
Idade: 26 anos
Data: 05/07/06
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“Prédio Escolar”
Situada na comunidade de Pitombeiras, pertencente ao município de Cruz, o prédio escolar teve sua origem no ano de 1987, quando o vereador da localidade, Chico Miguel como é conhecido por todos, vendo a real situação em que se encontrava a educação e como esta era uma de suas prioridades de trabalho, levou o caso para a Secretaria de Educação do Município naquela época, Maria Alice do Nascimento, perceberam que deveria ser construído brevemente um espaço que beneficiasse a aprendizagem do povo daquela comunidade.
Com bastante empenho, Chico Miguel apressou o serviço e duas salas foram construídas e logo inauguradas.
Tudo aquilo era motivo de alegria para a comunidade. Com o passar do tempo, a escola foi ampliada dando suporte para o crescimento do ensino aprendizagem, datando do ano de 1989 sendo re-inaugurada em 17 de dezembro.
Atualmente tem passado por outras reformas e cada vez mais vem melhorando seu acolhimento para com o povo, abrangendo uma clientela que vai de criancinhas até adultos.
Autor: Cláudia do Nascimento Lima
Idade: 24 anos
Data: 07/06/06
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“Praça de Pitombeiras”
Situada no município de Cruz, a localidade de Pitombeiras dispõe de pessoas preocupadas com o bem estar da população. Foi assim que no ano de 1992, Francisco Teixeira de Vasconcelos, conhecido popularmente como Chico Miguel, mantinha um intenso desejo de ver construído uma igreja que vinha a batizar de São João em memória de seu pai João Teixeira de Vasconcelos. Esse sonho não foi realizado, pois o administrador da época fez uma outra indicação, que fosse ali construído uma praça. O vereador logo acatou a idéia e começou seu empenho pela realização da obra.
Como era ano de campanha política, foi preciso paralisar a obra e trabalhar pela vitória nessa eleição. Passado o período de votação, as pessoas do lugar começaram a exigir a conclusão daquele espaço, assim o local cheio de lixo dava lugar a um ambiente bonito e agradável. Aos poucos, tudo foi melhorando, veio a televisão que distrairia mais as pessoas, a arborização deixando-a mais bonita e atraente.
Atualmente é espaço de diversão para os que habitam nesta comunidade e também atrativo para os que vêm de outros lugares, especialmente em dias festivos. Chico Miguel sente-se orgulhosos em ter participado de algo tão bom para a sua comunidade, pois vê-los bem é uma satisfação para qualquer pessoa.
Autor: Cláudia do Nascimento Lima
Idade: 24 anos
Data: 27/06/06
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“Centro comunitário de Porteiras”
O Centro comunitário de Porteiras, foi fundado em meados de 1978 por Raimundo Evangelista de Farias, Jaime Pereira de Farias e demais pessoas da comunidade. O terreno para a construção cedido por Benedito Magalhães e os materiais oferecidos por outras comunidades através de campanha.
Inicialmente fundada para apoiar a população nas atividades educacionais, religiosas e culturais como: escola do mobral, catecismo e celebrações do Dia do Senhor. O avanço e a diversificação de suas atividades antes voltada para a educação e estendidas para os aspectos culturais através da valorização da cultura local, como processo de formação de crianças e jovens visando atingir de maneira mais eficiente seus objetivos.
Em 1989, um inverno forte fez com que as paredes do prédio desabasse, sendo aproveitado alguns materiais por moradores da comunidade, o restante atualmente está abandonado ficando apenas a saudade de um local que um dia foi palco de temas que tocaram diretamente com o universo da criança e do adolescente.
Autor: Márcia Rafaela Freitas
Idade: 12 anos
Data: 22/06/06
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“Prédio da Associação”
Por volta do ano de 1987 estava surgindo a idéia de formação de Associações Comunitárias e graças à Santos ao chegar nesse período na comunidade de Pitombeiras engajou-se ao grupo comunitário existente. Com seu espírito de luta, juntamente com todos foi despertando o desejo de expandir o trabalho ao comunitário e almejavam a construção de um Posto de Saúde, porque o acesso à cidade era difícil e a vacinação das crianças ficava atrasada.
Para construir o prédio foi feito bingos, dramas que deixavam noites alegres. Conseguiram o terreno com a doação feita por Benedito Magalhães e em 1989 o tal sonhado prédio foi erguido.
Arranjaram convênio com a Secretaria de Saúde de Fortaleza e ganharam geladeira, estufa, balança, cama de exames e outros utensílios necessários ao funcionamento do Posto.
Iniciaram as consultas, sendo que haviam 30 durante o mês, Dr. Edjanir foi o médico à iniciar o trabalho.
“Trabalhei como atendente de vacinação, curativos, injeção e presidente da associação por duas vezes”. Francisco Teixeira de Vasconcelos, João Jaime Farias e Maria Margarida de Farias Melo também passaram pela presidência dessa Associação.
Com o passar do tempo, a Associação desintegrou-se, mas hoje ainda funciona o posto Benedito Magalhães com consultas duas vezes por semana atendendo a população desta comunidade. Existindo um trabalho do PSF assistindo as famílias quando precisam.
Autor: Maria de Fátima Fonteles Freitas
Idade: 26 anos
Data: 12/07/06
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“Igreja Assembléia de Deus”
Localizada na comunidade de Porteiras, a igreja é o ponto de encontro dos evangélicos. Suas reuniões iniciaram com a presença de um pastor que veio do Belém do Pará com a missão de pregar o evangelho de Jesus Cristo. No inicio encontrou muitas dificuldades, pois não tinha um local reservado e pedia aos moradores espaço em suas residências. A população recusava aceitar, pois era novidade para eles e tinham receio de mudar sua opinião a respeito do que já sabiam. Aos poucos foram conhecendo o verdadeiro objetivo daquele pastor e com a chegada de outro servo que veio de Acaraú, as coisas foram melhorando. No inicio, as celebrações eram realizadas em um local aberto. A capela foi construída pelos fieis no ano de 1976 e foi inaugurada em 14 de julho do mesmo ano.
Atualmente temos 20 fiéis na Assembléia de Deus, sendo dirigido pelo pastor Sérgio Almeida da cidade de Cruz. As orações acontecem aos domingos e quintas para o público em geral. As terças apenas para os evangélicos.
Autor: Maria de Fátima Fonteles Freitas
Idade: 26 anos
Data: 12/07/06
Texto da Ficha 4
LENDAS, SUPERTIÇÕES E CURIOSIDADES
“Um jumento”
Uma viagem é motivo de alegria e felicidade para muita gente, melhor ainda se for um passeio de férias. Mas, para quem acredita na superstição do jumento é bom rezar para não encontrar nenhum pelo caminho. Pois, segundo a superstição, quando alguém sai para fazer uma viagem e encontra um jumento no caminho é melhor voltar, pois ele significa má sorte e as coisas vão sair errado. Mas a entrevistada afirma que isso é besteira, coisa de quem não tem fé em Deus e avisa que devemos viajar para esquecer essas coisas ruim. “Então boa viagem!”.
Autora: Maria de Fátima Fonteles Freitas
Idade: 26 anos
Data: 10/08/06
Texto da Ficha 4
LENDAS, SUPERTIÇÕES E CURIOSIDADES
“Butige”
Nelson Sabino, um homem que sempre sonhava em construir sua casa própria. Todas as noites se impressionava com uma cena. Uma bola de fogo que corria e parava em um determinado lugar. Esta cena lhe deixou curioso e ele resolveu ir até o local para saber que segredo tinha ali, e cavou um buraco exatamente onde parava a bola de fogo e encontrou moedas de pratas. Segundo o entrevistado, o senhor Nelson viajou para São Paulo para trocar as moedas por dinheiro vivo. “O homem voltou muito rico”, os moradores da localidade afirma que a história é realidade, outros dizem ser apenas lendas e quando alguém pergunta a seu Nelson como ele ficou rico, apenas rir.
Autora: Maria de Fátima Fonteles Freitas
Idade: 26 anos
Data: 10/08/06
Texto da Ficha 5
BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS INFANTIS
“Carro de lata e avião”
Fernando, um garoto de apenas 9 anos já aprendeu que na natureza nada se perde, tudo se transforma.
Morando no interior do município de Cruz, na localidade de Porteiras, de origem pobre e sem condições de comprar brinquedos modernos, começou a fabricá-los. O carro de lata, ele afirma que é fácil: “Pego uma lata de leite, faço um buraco na tampa e no fundo, com um arame de caderno passo ele por dentro e amarro com um cordão para ficar mais pesado e melhor de rodar, encho a lata de areia”. Nandinho, como os colegas o chama, disse que adora ser criança e o avião é melhor do que o carro.
“Com o avião é só pegar um vidro de Q’boa (água sanitária) corto no fundo e faço tirar, depois pego um pedaço de pau redondo e prego, aí é só cursar em direção do vento que ele roda e é muito bonito”. Fernando afirma que o avião é mais atraente. “Eu gosto de vê ele redondo”. A criança é regida pela vontade de brincar de fazer. A cada movimento, está descobrindo coisas, num processo natural de aprendizagem.
Autor: Márcia Tamires da Silveira
Idade: 14 anos
Data: 28/06/06
Texto da Ficha 5
BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS INFANTIS
“Meu cavalo de talo”
Luís Teixeira de Vasconcelos Neto, o netinho, como os colegas gostam de chamar. É uma criança de origem pobre, mas muito esperto na arte de criar. Desde novinho diz ele que observava seu irmão mais velho confeccionar brinquedos, principalmente o cavalo de talo, pois sua grande paixão é pelos animais e como seus pais não tem recursos para comprar um de verdade, como afirmou ele, resolveu fabricar um de talo.
“Meu irmão mais velho sempre fazia e eu ficava observando, um dia tentei e consegui”.
Neto também faz cavalinhos para os amigos, assim como aprendeu, ele tem prazer em transmitir esse conhecimento aos outros.
“Quando meus amigos pedem para eu fazer um, eu faço e vamos brincar juntos”. Afirma Neto.
Autor: Márcia Tamires Silveira
Idade: 14 anos
Data: 28/06/06
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“Vida política”
Francisco Teixeira de Vasconcelos, filho de João Teixeira de Vasconcelos e Raimunda Teixeira de Vasconcelos, ambos natural de Pitombeiras. Nascido em 25 de junho do ano de 1934 na referida localidade, é conhecido popularmente como Chico Miguel.
Iniciou sua vida política aos 48 anos de idade, pois anseava por melhores condições de vida no pequeno local em que nascera. Sua primeira candidatura deu-se no ano de 1987, sendo eleito com 527 votos e o primeiro vereador do município a eleger-se. Preocupado com o sofrimento da comunidade, tratou logo de iniciar seu trabalho batalhando para construir a estrada, porque no período do inverno, as pessoas andavam sobre tocos e ficavam ilhadas.
A estrada foi feita em nove etapas, passando por diversas dificuldades, finalmente foi concluída para facilitar o acesso das pessoas até a cidade.
Sua segunda prioridade foi a Educação, ali não havia prédio escolar, os alunos estudavam na casa de suas professoras, das quais merecem destaque Rufina Magalhães e Neuza. Elas atendiam alunos pertencentes ao município de Cruz e Acaraú.
Chico Miguel investiu em beneficio da escola, conversou com a Secretária de Educação da época, Maria Alice do Nascimento e juntos chegaram a conclusão de que seria necessário um espaço dedicado ao ensino das crianças. Assim, com muito esforço, conseguiu elevar duas salas de aula e as inaugurou em 23 de março de 1987.
Tempos depois veio o sonho de elevar uma igreja, mas este sonho foi substituído pela idéia do prefeito de construir uma praça. Acatou a idéia e logo se empenhou para edificá-la, sendo inaugurada.
Candidatou-se por quatro vezes, conseguindo ser eleito duas. Costuma sempre ajudar as pessoas, arranjando medicamentos, levando-as para o hospital, enfim, as assistia no que fosse preciso.
Hoje sente-se insatisfeito por perceber que não tem o reconhecimento de todos, mas ele diz: “Tudo que foi possível fazer por esse lugar eu fiz”.
Encontra-se agora afastado da carreira política, exercendo a agricultura com muita dedicação.
Autora: Cláudia do Nascimento Lima
Idade: 24 anos
Data: 07/06/06
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“Maria Luciene de Vasconcelos”
Luciene, 37 anos, residente na comunidade de Pitombeiras, é uma mulher dedicada ao trabalho que desenvolve como agente na localidade. É uma profissão árdua, mas ao mesmo tempo gratificante, ela afirma que: “está sempre em contato com as pessoas que mais precisam de ajuda, levando aos necessitados uma palavra de conforto, desenvolvendo a elas a alegria de viver e suportar a dor da enfermidade, é um dom”.
Sua missão nas casas é visitar diariamente as crianças, pesando-as e acompanhando-as no cartão da vacinação, auxílio as gestantes, hipertensos e diabéticos. Incentivando-os sempre a irem ao posto médico e a tomarem os medicamento na hora certa. Uma boa recuperação precisa de muito cuidado.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 10/07/06
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“Dona Marluce”
Maria Marluce Vasconcelos, 56 anos, natural de Acaraú-Ce. Filha de Manoel Magalhães de Menezes e Raimunda Evangelista de Menezes. Risidente na comunidade de Pitombeiras, no município de Cruz-Ce há 31 anos. Dona Marluce, professora, catequista e dona de casa é uma mulher dedicada ao trabalho que vemdesenvolvendo junto a comunidade.
No ano de 1975, com apenas 26 anos, dedicando-se ao dom que lhe foi confiada, começou a realizar celebrações do “Dia do Senhor”, levando até as pessoas mais carentes do amor e da fé, a palavra de Deus. Além dessa função, exerceu também atividades de magistério na escola de Lagoa Salgada, onde mostrou preocupação com a educação e o futuro de seus alunos, sem descuidar de continuar aprendendo com as próprias crianças. No mesmo ano casou-se e foi morar na comunidade de Porteiras, como a localidade não oferecia um prédio escolar, Marluce como educadora, não poderia esquecer esse amor pela profissão, escolheu as casas de família para continuar ensinando a disciplina, a ética e a preservação da religiosidade no coração daqueles que necessitavam.
Atualmente vem desempenhando um lindo papel como catequista e professora na Escola Macário José de Farias, na comunidade de Pitombeiras. É uma pessoa muito preocupada com o desempenho das crianças e jovens, principalmente na fé que a parte religiosa fundamental para a qualidade de vida de nosso povo.
Autora: Márcia Rafaela Freitas
Idade: 12 anos
Data: 22/06/06
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“Professor Macário”
Macário José de Farias nasceu em 1° de abril de 1879. Seus pais eram João Evangelista de Farias e Geralda Maria da Conceição, viveu toda a sua infância na comunidade de Porteiras, quando jovem passou a estudar em Acaraú, onde conheceu Rufina Magalhães de Oliveira com quem se casou. Ele foi um homem que desde muito cedo mostrou sua inteligência, sendo portanto professor de várias localidades. Iniciou sua missão dando aulas aos pescadores e outros alunos na localidade de “Pai José”. A partir de 1928 ensinou também em Barrinha de Cima, Aranaú, coroa Grande, Patos, Porteiras e finalmente Pitombeiras. Sempre foi um professor rígido, mas ensinou seus alunos as boas lições da vida, destacando sobretudo o espírito patriota. Tornou-se um exemplo para as famílias, devido seus traços marcantes que os despertou para a boa convivência e respeito mútuo. Veio a falecer em 1961, deixando a todos eternas lembranças do seu jeito simples de enfrentar as dificuldades com bom humor e disposição. “A escola de ensino fundamental Macário José de Farias, de Pitombeiras, sente-se honrosa em homenagear o nome de uma pessoa tão ilustre”.
Autora: Márcia Tamires Silveira
Idade: 14 anos
Data: 10/07/06
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“Tempo de dedicação”
Maria Nilza de Vasconcelos, filha de João Teixeira de Vasconcelos e Raimunda Teixeira de Vasconcelos, nasceu na localidade de Porteiras, em 12 de maio de 1944, por coincidência veio ao mundo num período especial, dedicado totalmente às mães.
Crescera e casara, e logo veio a maternidade e como uma boa mãe, também queria empenhar-se em beneficio da comunidade, por isso resolveu adentrar no ramo político, candidatou-se em 1986 como vereadora e elegeu-se com 246 votos, desde então começou sua batalha para trazer benefícios à comunidade.
Destinou-se em trazer um telefone que para muitos foi otivo de satisfação. Este ficava em sua residência e durou algum tempo. Depois, conseguiu a instalação de um orelhão que até hoje tem servido como um forte meio de comunicação para o povo.
A praça também passou por reformas em seu mandato. De certo, das seis vezes como candidata, ganhou quatro.
Atualmente não está mais como vereadora, mas trabalha na casa de apoio em Fortaleza e busca ajudar as pessoas quando precisam de um tratamento mais profundo. “Lido com muita gente, crianças, jovens e adultos. Para mim é muito gratificante”.
Autora: Márcia Rafaela Freitas
Idade: 12 anos
Data: 12/07/06
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“Jaime Farias, grande representante dos trabalhadores”
Filho de Jaime Pereira de Farias e Rita de Cássia de Farias, foi criado segundo ele, não para criticar a consciência operária, mas para dialogar com a classe trabalhadora, a compreender sua forma de aprender o mundo através de sua linguagem. Coordenou na comunidade de Porteiras, a criação de um prédio da Associação Comunitária, junto com a população, criando no mesmo um posto de saúde do PSF para levar atendimento médico a todos os habitantes da localidade.
Em todo o seu tempo como Presidente do sindicato de Cruz, construiu delegacias sindicais nas bases onde é feito atendimento para orientar a classe trabalhadora no repasse dos assuntos discutidos nas conquistas do movimento sindical, como o grito Terra Brasil, realizado de ano a ano a nível estadual e nacional. Além disso, vem dando assistência e acompanhamento nos requerimentos de benefícios quando encaminhado a presidência social e projetos sociais tais como: O PRONAF (Programa Nacional da Agricultura Familiar); Representante da APC; e Representante do Conselho Escolar, onde estuda seus filhos, pois como pai entende que estudar é, realmente, uma tarefa difícil e as crianças precisam de acompanhamento.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 07/07/06
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“João Pereira de Menezes”
O senhor João Pereira de Menezes, conhecido por todos na localidade por João Novo, nasceu em 13/09/1936, desde criança dedicou-se as atividades de agricultura com seu pai e irmão. Mas o que ele nunca esqueceu foi os estudos, sempre tirava um pouco do tempo para estudar, pois tinha orgulho de ser considerado um homem culto. Estudou com o grande mestre da localidade, o professor Macário José de Farias. No tempo do seu João, não existia série, eles estudavam um livro por ano. Seu primeiro livro foi a cartilha, o segundo a leitura e o terceiro, 4° gramática, 5° história do Brasil e o livro tinha o tema: minha Terra e conclui no 6° livro de caligrafia, já se sentindo bem sabido, afirma. Ele parou de estudar e já bem moço arruou uma namorada e com alguns anos de paquera o casamento foi realizado no ano de 1959.
Os tempos eram ruim e ele não sabia como sustentar seus 6 filhos, o trabalho com plantações não estava vendo muito e teve uma idéia. Juntou uns trocados, comprou uns porcos e foi vender carne nas casas, trabalhou nesse ramo por muito tempo, depois passou a vender varandas, criou seus filhos, construiu sua casa, vendeu na vida como vendedor.
Atualmente aos 71 anos, seu João é um homem forte, aposentado, mas nunca deixou de trabalhar, cuida de suas terras e se dedica na criação de alguns netos. Afirma que tem orgulho do que foi, um homem responsável, trabalhador e dedicando à comunidade.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 07/07/06
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCABULOS LOCAIS E REGIONAIS
“Velha alcova”
Palavra muito usada no século passado, onde as frases tinham outros significados. Atualmente já não se usa mais, pois a mesma tem sentido diferente. Na boca dos jovens é chamado quarto de dormir, local onde eles conversam com os melhores amigos seus mais íntimos segredos. Muitos o vêem como refugio dos problemas, pois podem ficar trancados lá sem precisar ser interrompido por ninguém.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 21/06/06
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCABULOS LOCAIS E REGIONAIS
“Arre égua! Que coisa!”
Essa expressão é muito usada quando as pessoas fazem coisas exageradas que causam admiração. Segundo o entrevistado: “essas expressões antigas eram por falta de estudos e conhecimentos de vocabulário novos”. Antiga ou nova, ela está presente em quase todos os diálogos das crianças, adolescentes e idosos quando ficam admirados com o que o outro fala ou faz.
Autora: Márcia Tamires Silveira
Idade: 14 anos
Data: 21/06/06
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCABULOS LOCAIS E REGIONAIS
“É o novo!”
Este vocábulo, segundo o entrevistado não é muito antigo. Faz pouco tempo que surgiu na comunidade, os adolescentes são os que mais utilizam, pois são eles que ironizam as coisas antigas, achando que o modernismo está muito avançado, a tecnologia em alta e passado não faz parte do futuro.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 21/06/06
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCABULOS LOCAIS E REGIONAIS
“Estou esperando a expressa”
As pessoas mais idosas da comunidade utilizavam o termo “expressa” para se referir ao transporte que iam viajar, no caso do ônibus.
Atualmente, ela tem o mesmo sentido, mas com a escrita da palavra diferente, pois muitas são modificadas de acordo com a época em que vivemos. O avanço tecnológico e as novas descobertas cientificas fazem com que descobrimos novos conhecimentos.
Autora: Márcia Tamires Silveira
Idade: 14 anos
Data: 29/06/06
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCABULOS LOCAIS E REGIONAIS
“Paidegua”
Segundo as pessoas entrevistadas, é um dizer muito popular usado pela comunidade quando alguém exagera no que diz ou faz.
Esta expressão surgiu há muito tempo, não se sabe como. Para o entrevistado deve ser alguma palavra pronunciada errada por alguém por falta de conhecimento. O certo é que ela é usada por crianças, adolescentes e adultos.
Autora: Márcia Tamires Silveira
Idade: 14 anos
Data: 29/06/06
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCABULOS LOCAIS E REGIONAIS
“Ei, macho vei”
“Macho vei”, segundo as pessoas mais velhas, é um dizer muito popular usado por elas quando alguém cumprimenta o amigo de muitos anos, íntimo da família e muitas vezes até compadre. Esta expressão significa o carinho, admiração e respeito que elas sentem umas para com as outras.
Autora: Márcia Rafaela Freitas
Idade: 12 anos
Data: 20/06/06
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCABULOS LOCAIS E REGIONAIS
“Santinho do pau oco”
É uma expressão que iniciou com a exploração do ouro no Brasil, quando os donos do garimpo, cansados de pagar tanto impostos ao governo, fizeram buraco no fundo do santo feito de madeira, para esconder as pedras preciosas. Atualmente se usa quando alguém quer ser perfeito nas coisas que faz, quer dá um de “certinho”, pois na verdade ele não se mostra como realmente é, tem alguma coisa escondida por trás, assim como no santo.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 22/06/06
Texto da Ficha 8
HISTÓRIAS LOCAIS
“Origem de Pitombeiras”
Pitombeiras está localizada entre Cruz e Acaraú, constituída de 3km2. Sua distancia em relação ao seu município é de 5km e para a capital do estado é de 248km.
Seu nome originou-se através de pessoas que vinham trabalhar em outros lugares e cansados, paravam às margens do rio Acaraú, onde havia imensos e numerosos pés de pitomba. O local tornou-se referencia e até hoje assim é chamado.
Teve como primeiros habitantes, Martins Inácio Marques, Manoel Alexandre, João Miguel e João Ferreira onde aqui constituíram suas famílias, sendo a de seu João Miguel, a mais conhecida.
Nessa localidade é encontrado uma vasta vegetação de carnaubeiras, pau d’arco, imburana, cedro, cajueiros, muricizeiros, catanduba, mas a que dera origem à comunidade encontra-se em extinção.
Podemos destacar no aspecto político, Francisco Teixeira de Vasconcelos e Maria Nilsa de Vasconcelos que trabalharam para trazer benefícios ao local. Assim, pode-se contar com o atendimento médico, locais de diversão como a praça, a escola que luta para oferecer sempre uma boa educação, telefone público como um importante meio de comunicação.
Atualmente, com o empenho da Associação Comunitária existe o serviço da Cagece e já está sendo providenciado a rede de energia.
Grande parte da população sobrevive da agricultura, outros tem feito o local se desenvolver com a abertura de comércios que facilitam a vida das pessoas e contribui para o engrandecimento do lugar.
Lugar de gente acolhedora, Pitombeiras é uma comunidade onde os que vêem, querem voltar novamente.
Autora: Márcia Rafaela Freitas
Idade: 12 anos
Data: 22/05/06
Texto da Ficha 8
HISTÓRIAS LOCAIS
“Porteiras”
Com uma área de 2km2, com uma população de aproximadamente 270 habitantes, Porteiras está localizada numa terra plana, tendo como limites a leste o rio Acaraú, ao norte com o salgado, ao sul Pitombeiras e a oeste com a comunidade do Córrego São Francisco.
Porteiras recebeu esse nome graças a um fazendeiro que no ano de 1725 veio de Pernambuco fugindo da seca em busca de sobrevivência para sua família e sua criação de gado. Encontrando nos mangues apenas água salgada, construiu duas porteiras separando-a para que seu gado não bebesse da mesma. A verdade é que a partir dessa história contada a localidade cresceu, tendo como os primeiros povoadores os avós de Macário José de Farias, Leão Damásio de Farias e Francolina, a pernambucana que aqui veio co a família e morou 4 anos.
Atualmente temos como lazer os jogos de futebol, as discotecas e as festas juninas que os jovens procuram nas comunidades circunvizinhas. Nos aspectos econômicos quase todos os moradores vivem da agricultura, pecuária, artesanato também merece destaque, pois as mães de família sempre trabalharam co o feitio de varandas para redes e também as comercializarem.
Um homem não vive sem história, é preciso que cada um construa a sua própria, assim a comunidade de porteiras constrói a sua com os acontecimentos passados e com o presente.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 05/07/06
Texto da Ficha 8
HISTÓRIAS LOCAIS
“Córrego de São Francisco”
O Córrego de São Francisco, localizado no município de Cruz, com uma população de aproximadamente 180 habitantes, limita-se ao norte com o Caititu, ao sul com a Lagoa Salgada, ao leste com a Pitombeira e a oeste com a Lagoa Velha.
O primeiro morador da localidade foi Antônio Rafael de Vasconcelos, veio morar nas terras em 1888, teve 18 filhos, mas continuando a morar com os pais, apenas 12, vindo os outros seis a falecer ainda criança. Depois vinheram de outras regiões, Antônio de Sousa e Virgílio Guilherme de Sousa. O primeiro nome criado pela população foi Caititu de dentro, o nome deve-se dos porcos Caititus que habitavam naquelas matas. Mais tarde os moradores batizaram de Córrego do São Francisco por haver um córrego no local que atravessava as terras que tinha sido doadas ao santo. Houve um tempo de muitas dificuldades na comunidade no ano de 1888, chamado seca dos três oito, mas atualmente muito tem progredido, pois receberam até energia elétrica.
Autora: Márcia Tamires Silveira
Idade: 14 anos
Data: 11/06/06
Texto da Ficha 10
INSTITUIÇÕES E ENTIDADES LOCAIS
“Grêmio Estudantil”
O Grêmio Estudantil Felipe Farias, é um órgão colegiado da Escola de Ensino Fundamental Macário José de Farias, de Pitombeiras. Fundado em 26 de outubro de 2005 pelos representantes de alunos e apoio do núcleo gestor. É uma entidade sem fins lucrativos que visa defender os interesses individuais e coletivo do corpo discente. Integrados e engajados, os estudantes têm a oportunidade de discutir problemas específicos da entidade escolar. Esclarecendo aos alunos a importância da participação de todos nos rumos e na construção de uma gestão democrática, valorizando a participação de cada um.
O avanço do Grêmio vem se dando ao curso desses poucos meses de fundação, pois desenvolve seu trabalho buscando incentivar a cultura, a arte e o esporte, na tentativa de atender os anseios da classe estudantil.
Para a diretoria do Grêmio este amadurecimento de idéias que ela encontrou no grupo, está lhe dando forças para repassar aos outros o esforço que devemos fazer na busca de uma escola melhor.
Autora: Márcia Rafaela Freitas
Idade: 12 anos
Data: 04/07/06
Texto da Ficha 10
INSTITUIÇÕES E ENTIDADES LOCAIS
“Associação”
Fundada aos 15 de setembro de 1995, a Associação dos Pequenos Agricultores de Porteiras, Pitombeiras e Córrego de São Francisco é um grupo filantrópico sem fins lucrativos que visa estimular a troca de experiências entre os agricultores através de encontros, palestras e treinamentos para serem informados sobre o que é necessário ao desenvolvimento de culturas novas e melhor aproveitamento das que já existem, assim também como conhecer melhor os meios de preservação dos recursos naturais existentes.
Essa entidade teve em sua primeira Diretoria, como presidente o senhor Antônio Hilton de Vasconcelos, sua segunda eleição deu-se em 16 de maio de 1998, mais uma vez ficando a frente da presidência na primeira Diretoria. Já em 2000 foi eleito o Sr. Manoel Aldair da Silveira especialmente no dia 11 de agosto. No ano seguinte, o mesmo renuncia o cargo e Manoel dos Santos Freitas assume a presidência, agora este fica no mandato até 2005. Neste corrente ano, no dia 02 de abril houve nova eleição para formação da diretoria que atualmente preside Francisco Josimar Menezes e vice-presidente, o Sr. Francisco das Chagas Costa.
Por sua existência, a Associação passou por momentos difíceis, construindo seus ideais aos poucos, hoje depois de tanto esforço do povo, bons projetos foram implementados, como da água tratada e até mesmo a energia que muitos não tem já está chegando.
“Existem sonhos de conseguir muito mais, reunir nossa gente e fazer com que despertem seus interesses em cooperativismo é nossa meta, para então a comunidade cresce”.
Autora: Cláudia do Nascimento Lima
Idade: 24 anos
Data: 05/07/06
Texto da Ficha 10
INSTITUIÇÕES E ENTIDADES LOCAIS
“Conselho Escolar”
O conselho escolar da escola Macário José de Farias da comunidade de Pitombeiras foi fundado em 26 de agosto de 2004, por iniciativa de todos que fazem a escola, sendo composto de 11 membros eleitos em Assembléia Geral. Hoje, consta como presidente Lúcia Vânia Vasconcelos e vice-presidente Leidiane Márcia Moura.
O mesmo é um órgão colegiado que vem desempenhando função junto à coordenação da escola, apoiando e participando das atividades desenvolvidas na escola, bem como enfatizando sempre o sucesso do aluno e sua permanência. Para isso, realiza periodicamente visita aos discentes para empenhá-los cada vez mais na importância do reconhecimento do estudo e ajudando-os a desenvolver uma consciência de participação garantindo uma melhor disciplina e conseqüentemente um rico aprendizado.
Para ampliar seu trabalho, vem buscando parcerias que complementam suas ações que é de ajudar a crescer seu universo escolar, tendo a preocupação com as crianças e adolescentes e que estes resultem sempre em avanços para a nossa instituição.
“Desempenhando também a Avaliação Institucional para reconhecermos o que está bom e o que necessita melhorar em nosso trabalho junto à escola”.
Autora: Márcia Tamires Silveira
Idade: 14 anos
Data: 05/07/06
Texto da Ficha 10
INSTITUIÇÕES E ENTIDADES LOCAIS
“APM”
A associação de Pais e Mestres de Pitombeiras fundada em 29 de Abril de 1998, na unidade escolar Macário José de Farias, é uma sociedade civil sem fins lucrativos. A mesma tem por finalidade geral colaborar na assistência e formação do educando, promovendo o bem estar da comunidade do ponto de vista educativo, cultural e social. Atualmente tem como presidente a professora Maria Helenita de Sousa e vice-presidente, o pai Francisco das Chagas Costa que juntos com os responsáveis legais vem contribuindo para a solução dos problemas inerentes a vida escolar, preservando uma convivência harmônica entre pais, alunos e funcionários da escola, cooperando na conservação dos equipamentos e prédios da entidade.
Inicialmente era entendida apenas como uma exigência, mas hoje todos compreendem sua importância de interagir junto ao educando. A APM visa a transformação do aluno por meio de conversas com pais e núcleo gestor, para desenvolver o espírito de solidariedade entre os mesmos. Para a entrevistada “a associação mostra a força de vontade de pessoas que voluntariamente disponibiliza seu tempo em busca de uma sociedade mais igualitária , que de fato promovam o cumprimento dos direitos e deveres do adolescente”.
Autora: Márcia Rafaela Feitas
Idade: 12 anos
Data: 03/07/06
Texto da Ficha 10
INSTITUIÇÕES E ENTIDADES LOCAIS
“A EEF Macário José de Farias”
A EEF Macário José de Farias é uma instituição municipal localizada na comunidade de Pitombeiras que visa desenvolver a aprendizagem do povo desta localidade. Fundada em 23 de março de 1987 quando havia a necessidade de um espaço dedicado a educação. Funcionava apenas duas salas com as professoras Maria das Graças dos Santos e Carmem Vasconcelos.
Foi ampliada em 1989 e desde esse tempo muito tem progredido, hoje está atendendo uma boa clientela desde a Educação Infantil à 8ª série e um anexo de TAM (Tempo de Avançar Médio).
Desenvolve ações que inclui a comunidade, entre elas podemos destacar: palestras tratando de assuntos atuais, quadrilhas, missas, reunião de associações, torneios, festejo às mães, pais e crianças.
O esporte é uma das ações que mais atrai a comunidade local e nossos adolescentes empenham-se para fazer bonito. Nossos projetos é de aumentar ainda a participação do povo e acolhê-los bem.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 05/07/06
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS E EVENTOS
Nome da manifestação cultural ou evento: “Arraiá pé com pé”
Escola Macário José de Farias. No mês de junho tudo é alegria, pois é chegado o dia do grande Arraiá pé com pé.
Tudo começa a partir da fundação, quando a primeira professora Maria das Graças dos Santos, juntamente com a comunidade sentiu a necessidade de desenvolver as atividades culturais dentro da escola. Este evento é comemorado a 19 anos, com a participação de duas equipes de professores onde participam de uma competição com a integração de alunos e de outros convidados. A disputa acontece visando adquirir recursos que serão destinados à compra de bens materiais para a instituição escolar. Geralmente as equipes apresentam danças folclóricas, peça teatral, rainha da equipe e tarefa surpresa. Além disso, é apresentado uma quadrilha infantil e outra com adolescentes sob a coordenação de alguns professores e núcleo gestor. É de costume apresentarem barracas com comidas típicas oferecidas pelos funcionários e pais de alunos.
Ao final, é feito reunião geral com todos os membros da escola, APM, Conselho escolar e grêmio Estudantil, e outra com os pais para prestar conta de todo o movimento.
Segundo a Diretora Suerli, esse momento é único, pois tem como objetivo “promover a melhoria de toda comunidade escolar e local”.
Autor: Maria de Fátima F. Freitas
Idade: 26 anos
Data: 05/07/06
Texto da Ficha 1
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS E EVENTOS
Nome da manifestação cultural ou evento: “Sr. João Batista, paixão pela música e poesia”
Porteiras, zona rural localizada no município de Cruz. Quem visita está comunidade não deixa de conhecer uma casa simples, mas com um grande tesouro dentro, um homem com um nível intelectual acima do normal. “Acho que nasci superdotado”.
João Batista de Sousa, um típico poeta popular, 56 anos, viúvo, filho de Vicente Martins de Sousa e Maria da Conceição Farias de Sousa. Desde criança fabricava viola com caco de telha, fazia e brincava com outras crianças como se estivesse tocando. Começou a tocar e cantar aos 16 anos, nesta época morava em Sobral e cursava a 5ª série do ensino fundamental. Estudava de manhã e a noite para ganhar dinheiro e pagar as despesas. Cantava nos bares. No ano de 1968, com 18 anos de idade, resolveu deixar Sobral e tentar a vida em Porteiras. Com muita dificuldade em Português, cursou novamente a 5ª série com a então professora da época Rufina Magalhães e ao terminar o ano letivo, começou a paquerar aquela encantadora mulher.
“Namoramos 2 anos e casamos escondido em Acaraú, pois a mãe dela não aprovava o casamento”.
Depois de casado, seu nego, como era chamado pelos amigos, cantava nas residências aos finais de semana. “Eu era o melhor cantador que tinha na comunidade”. Essa paixão pela música teve um final triste, pois aos 42 anos os médicos diagnosticaram em seu João Batista, uma doença de caráter psicológico, por causa da preocupação de está sempre se aperfeiçoando nos estudos. Só que o mesmo discordava do diagnostico dos médicos. “Acho que nasci com o germe da doença, sou paranormal e tenho intuição de me comunicar com outra pessoa a distancia”.
Assim, segue a vida de seu João Batista, onde encontra como único consolo suas lindas e exuberantes poesias.
“Sou muito solitário, e quando sinto que estou muito triste, vou dar uma volta para me distrair”.
Autor: Maria de Fátima F. Freitas
Idade: 26 anos
Data: 24/05/06
Texto da Ficha 2
OFÍCIOS E MODOS DE FAZER
Nome Do Ofício/Modo de Fazer: “Lixo vira objeto de valor”
De origem humilde e com jeito simples de ser, homem dedicado aos estudos e as informações oferecidas pelos meios de comunicações. Foi assim que Elias despertou o interesse por reciclagem e para defender o meio ambiente.
“Fiquei entusiasmado para reciclar o “lixo” quando assistir uma reportagem no jornal sobre a devastação da natureza”. Ele explica que ficou muito preocupado diante de tanta poluição e resolveu fazer sua parte e colocou seus planos em ação:
“Comecei a catar todos os objetos que encontrava na estrada, fiz miniaturas de plástico, deu certo, depois confeccionei cadeiras, mesas, pias e outros materiais que vinha em minha imaginação. Tenho um projeto de construir tijolo de material reciclado”.
A arte sempre foi o ponto forte dele, mas infelizmente a sociedade não lhe deu oportunidade e mesmo fazendo isso para proteger o futuro de nosso planeta ele afirma que “vendo meus produtos para sustentar minha família”.
Autor: Márcia Rafaela Freitas
Idade: 12 anos
Data: 03/07/06
Texto da Ficha 2
OFÍCIOS E MODOS DE FAZER
Nome Do Ofício/Modo de Fazer: “Dona Marlene, grande artesã”
Maria Marlene de Menezes, filha de Manoel Magalhães de Menezes e Raimunda Evangelista de Menezes, aos 55 anos é um exemplo para aqueles que acreditam que devemos ser jovem, mesmo se os cabelos embranquecerem.
Aos 7 anos, ainda criança, acompanhando sua mãe começou a fabricar suas primeiras varandas. Aos poucos foi se aperfeiçoando e mostrando que os fios são capazes de realizar excelentes obras, pois no início eram as varandas simples, depois as complexas, em seguida veio as toucas, almofadas, tapetes, toalhas, cochas e redes.
“Existe a varanda com fio roxo, branco e com linha. Coloco um copinho na agulha para ficar pesada e melhorar o balanço das mãos quando realizo o desenho da varanda”. Ela explica que gosta do que faz, mas o trabalho é o sustento da família, “trabalho para ganhar dinheiro e sustentar minha família”.
Atualmente distribui fios para mais de 40 pessoas e vende mercadorias para outras cidades.
Autor: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 24/05/06
Texto da Ficha 2
OFÍCIOS E MODOS DE FAZER
Nome Do Ofício/Modo de Fazer: “Carnaubal”
José Higino, o Zé Gabriel, como os amigos o chama, ainda menino com apenas 10 anos de idade começou seu trabalho no carnaubal. “Tinha os braços pequenos e por isso carregava as palhas pouco a pouco”. Uma pessoa adulta leva 25 palhas, mas ele como ainda era garoto foi levando aos pouquinhos. Foi crescendo e despertando o interesse pelo serviço, trabalhou muito tempo com o seu pai e depois do falecimento do mesmo, ele continuou sozinho, sempre interessado em aprender mais e mudar a função, na hora da merenda os colegas saiam e ele ficava sozinho, com isso aprendeu a desenganchar e derrubar as palhas. Segundo o entrevistado, o trabalho no carnaubal é feito da seguinte maneira: primeiro o valeiro derruba as palhas, o enfiador junta, o cambiteiro desengancha, o conferidor confere e o juntador de barbalho cata as palhas que restaram no final. Estas serão levadas no comboio até a ramada onde será estendida, que depois de seca serão amarradas e levadas até a maquina que corta as palhas para fazer o pó, que será separado em branco e preto. Este é colocado em um forno com água que fica fervendo por 24 horas e mais 24 horas para esfriar. O pó transformado em cera é levado até uma prensa para serem formadas as barras e transportadas para as fabricas. Nesta época muitos adolescentes são contratados para trabalhar, mas sempre acompanhado de um adulto que fica responsável pelo acompanhamento dos garotos.
Seu Zé Gabriel gosta do que faz, mas tira do trabalho o sustento de sua família.
Autor: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 10/05/06
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“Os mangues”
O manguezal é uma importante riqueza para o nosso povo, aqui em Porteiras podemos destacar alguns tipos como o mangue manso, vermelho, canoé e mangue de botão.
Ele foi ao longo dos anos uma saída para pescadores, onde tiravam utensílios para currais, madeira para queimar suas caeiras, refúgio também para a criação de porcos e o berçário para crustáceos, os peixes que vinham reproduzir para aumentar a nossa fauna e atrair também mecanismos à sobrevivência do camponês.
Atualmente estamos vivenciando uma exclusão do trabalhador rural com o melhoramento de sua sobrevivência no campo.
Existe o êxodo rural em função da falta de terra para se trabalhar, porque o solo foi degradado para carcinicultura e há uma preocupação das famílias. Como vamos criar nossos filhos numa agricultura onde tinha a maior fonte de renda, inclusive no plantio das vazantes onde nós produzíamos mais feijão e milho, e com essa devastação do solo produtivo será que vamos ter no futuro uma agricultura sustentável?
“Esta é a minha preocupação enquanto trabalhador”.
Autor: Cláudia do Nascimento Lima
Idade: 24 anos
Data: 11/07/06
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“Rio de Pitombeiras”
Antes era apenas o rio Acaraú, devido a inverno forte, o mesmo foi abrindo um braço em cruz saindo em direção a Pitombeiras e indo ao encontro das águas do posto de Camocim, ficando assim apenas um rio. Na década de 40, era mais estreito e fundo, atualmente se encontra mais largo e raso, pois a retirada da areia e a plantação modificou o ambiente. Antigamente era salgado, depois da construção do Açude de Arara e a irrigação do Marco, um projeto feito pelo governo, no qual solta água doce que vem de encontro ao rio, é por esse motivo que suas águas mudaram. Quando salgada os moradores da comunidade construíam “cacimbas de pudente”, era poço no quintal da casa, pois precisavam de água potável para beber.
Hoje ele é o lugar de “lazer e sobrevivência” para a maioria da população, mesmo com os peixes escassos, os habitantes da localidade encontra nele o único meio de alimentar suas famílias. Segundo o entrevistado muitos peixes de antes já não existem mais, pois eles pescam na época da desova. O rio que deveria ser protegido e preservado como algo atraente está sendo aos poucos destruído, pois a enchente carrega areia e entope o mesmo impedindo de correr para outros lugares.
Autor: Maria de Fátima F. Freitas
Idade: 26 anos
Data: 05/07/06
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“Prédio Escolar”
Situada na comunidade de Pitombeiras, pertencente ao município de Cruz, o prédio escolar teve sua origem no ano de 1987, quando o vereador da localidade, Chico Miguel como é conhecido por todos, vendo a real situação em que se encontrava a educação e como esta era uma de suas prioridades de trabalho, levou o caso para a Secretaria de Educação do Município naquela época, Maria Alice do Nascimento, perceberam que deveria ser construído brevemente um espaço que beneficiasse a aprendizagem do povo daquela comunidade.
Com bastante empenho, Chico Miguel apressou o serviço e duas salas foram construídas e logo inauguradas.
Tudo aquilo era motivo de alegria para a comunidade. Com o passar do tempo, a escola foi ampliada dando suporte para o crescimento do ensino aprendizagem, datando do ano de 1989 sendo re-inaugurada em 17 de dezembro.
Atualmente tem passado por outras reformas e cada vez mais vem melhorando seu acolhimento para com o povo, abrangendo uma clientela que vai de criancinhas até adultos.
Autor: Cláudia do Nascimento Lima
Idade: 24 anos
Data: 07/06/06
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“Praça de Pitombeiras”
Situada no município de Cruz, a localidade de Pitombeiras dispõe de pessoas preocupadas com o bem estar da população. Foi assim que no ano de 1992, Francisco Teixeira de Vasconcelos, conhecido popularmente como Chico Miguel, mantinha um intenso desejo de ver construído uma igreja que vinha a batizar de São João em memória de seu pai João Teixeira de Vasconcelos. Esse sonho não foi realizado, pois o administrador da época fez uma outra indicação, que fosse ali construído uma praça. O vereador logo acatou a idéia e começou seu empenho pela realização da obra.
Como era ano de campanha política, foi preciso paralisar a obra e trabalhar pela vitória nessa eleição. Passado o período de votação, as pessoas do lugar começaram a exigir a conclusão daquele espaço, assim o local cheio de lixo dava lugar a um ambiente bonito e agradável. Aos poucos, tudo foi melhorando, veio a televisão que distrairia mais as pessoas, a arborização deixando-a mais bonita e atraente.
Atualmente é espaço de diversão para os que habitam nesta comunidade e também atrativo para os que vêm de outros lugares, especialmente em dias festivos. Chico Miguel sente-se orgulhosos em ter participado de algo tão bom para a sua comunidade, pois vê-los bem é uma satisfação para qualquer pessoa.
Autor: Cláudia do Nascimento Lima
Idade: 24 anos
Data: 27/06/06
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“Centro comunitário de Porteiras”
O Centro comunitário de Porteiras, foi fundado em meados de 1978 por Raimundo Evangelista de Farias, Jaime Pereira de Farias e demais pessoas da comunidade. O terreno para a construção cedido por Benedito Magalhães e os materiais oferecidos por outras comunidades através de campanha.
Inicialmente fundada para apoiar a população nas atividades educacionais, religiosas e culturais como: escola do mobral, catecismo e celebrações do Dia do Senhor. O avanço e a diversificação de suas atividades antes voltada para a educação e estendidas para os aspectos culturais através da valorização da cultura local, como processo de formação de crianças e jovens visando atingir de maneira mais eficiente seus objetivos.
Em 1989, um inverno forte fez com que as paredes do prédio desabasse, sendo aproveitado alguns materiais por moradores da comunidade, o restante atualmente está abandonado ficando apenas a saudade de um local que um dia foi palco de temas que tocaram diretamente com o universo da criança e do adolescente.
Autor: Márcia Rafaela Freitas
Idade: 12 anos
Data: 22/06/06
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“Prédio da Associação”
Por volta do ano de 1987 estava surgindo a idéia de formação de Associações Comunitárias e graças à Santos ao chegar nesse período na comunidade de Pitombeiras engajou-se ao grupo comunitário existente. Com seu espírito de luta, juntamente com todos foi despertando o desejo de expandir o trabalho ao comunitário e almejavam a construção de um Posto de Saúde, porque o acesso à cidade era difícil e a vacinação das crianças ficava atrasada.
Para construir o prédio foi feito bingos, dramas que deixavam noites alegres. Conseguiram o terreno com a doação feita por Benedito Magalhães e em 1989 o tal sonhado prédio foi erguido.
Arranjaram convênio com a Secretaria de Saúde de Fortaleza e ganharam geladeira, estufa, balança, cama de exames e outros utensílios necessários ao funcionamento do Posto.
Iniciaram as consultas, sendo que haviam 30 durante o mês, Dr. Edjanir foi o médico à iniciar o trabalho.
“Trabalhei como atendente de vacinação, curativos, injeção e presidente da associação por duas vezes”. Francisco Teixeira de Vasconcelos, João Jaime Farias e Maria Margarida de Farias Melo também passaram pela presidência dessa Associação.
Com o passar do tempo, a Associação desintegrou-se, mas hoje ainda funciona o posto Benedito Magalhães com consultas duas vezes por semana atendendo a população desta comunidade. Existindo um trabalho do PSF assistindo as famílias quando precisam.
Autor: Maria de Fátima Fonteles Freitas
Idade: 26 anos
Data: 12/07/06
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“Igreja Assembléia de Deus”
Localizada na comunidade de Porteiras, a igreja é o ponto de encontro dos evangélicos. Suas reuniões iniciaram com a presença de um pastor que veio do Belém do Pará com a missão de pregar o evangelho de Jesus Cristo. No inicio encontrou muitas dificuldades, pois não tinha um local reservado e pedia aos moradores espaço em suas residências. A população recusava aceitar, pois era novidade para eles e tinham receio de mudar sua opinião a respeito do que já sabiam. Aos poucos foram conhecendo o verdadeiro objetivo daquele pastor e com a chegada de outro servo que veio de Acaraú, as coisas foram melhorando. No inicio, as celebrações eram realizadas em um local aberto. A capela foi construída pelos fieis no ano de 1976 e foi inaugurada em 14 de julho do mesmo ano.
Atualmente temos 20 fiéis na Assembléia de Deus, sendo dirigido pelo pastor Sérgio Almeida da cidade de Cruz. As orações acontecem aos domingos e quintas para o público em geral. As terças apenas para os evangélicos.
Autor: Maria de Fátima Fonteles Freitas
Idade: 26 anos
Data: 12/07/06
Texto da Ficha 4
LENDAS, SUPERTIÇÕES E CURIOSIDADES
“Um jumento”
Uma viagem é motivo de alegria e felicidade para muita gente, melhor ainda se for um passeio de férias. Mas, para quem acredita na superstição do jumento é bom rezar para não encontrar nenhum pelo caminho. Pois, segundo a superstição, quando alguém sai para fazer uma viagem e encontra um jumento no caminho é melhor voltar, pois ele significa má sorte e as coisas vão sair errado. Mas a entrevistada afirma que isso é besteira, coisa de quem não tem fé em Deus e avisa que devemos viajar para esquecer essas coisas ruim. “Então boa viagem!”.
Autora: Maria de Fátima Fonteles Freitas
Idade: 26 anos
Data: 10/08/06
Texto da Ficha 4
LENDAS, SUPERTIÇÕES E CURIOSIDADES
“Butige”
Nelson Sabino, um homem que sempre sonhava em construir sua casa própria. Todas as noites se impressionava com uma cena. Uma bola de fogo que corria e parava em um determinado lugar. Esta cena lhe deixou curioso e ele resolveu ir até o local para saber que segredo tinha ali, e cavou um buraco exatamente onde parava a bola de fogo e encontrou moedas de pratas. Segundo o entrevistado, o senhor Nelson viajou para São Paulo para trocar as moedas por dinheiro vivo. “O homem voltou muito rico”, os moradores da localidade afirma que a história é realidade, outros dizem ser apenas lendas e quando alguém pergunta a seu Nelson como ele ficou rico, apenas rir.
Autora: Maria de Fátima Fonteles Freitas
Idade: 26 anos
Data: 10/08/06
Texto da Ficha 5
BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS INFANTIS
“Carro de lata e avião”
Fernando, um garoto de apenas 9 anos já aprendeu que na natureza nada se perde, tudo se transforma.
Morando no interior do município de Cruz, na localidade de Porteiras, de origem pobre e sem condições de comprar brinquedos modernos, começou a fabricá-los. O carro de lata, ele afirma que é fácil: “Pego uma lata de leite, faço um buraco na tampa e no fundo, com um arame de caderno passo ele por dentro e amarro com um cordão para ficar mais pesado e melhor de rodar, encho a lata de areia”. Nandinho, como os colegas o chama, disse que adora ser criança e o avião é melhor do que o carro.
“Com o avião é só pegar um vidro de Q’boa (água sanitária) corto no fundo e faço tirar, depois pego um pedaço de pau redondo e prego, aí é só cursar em direção do vento que ele roda e é muito bonito”. Fernando afirma que o avião é mais atraente. “Eu gosto de vê ele redondo”. A criança é regida pela vontade de brincar de fazer. A cada movimento, está descobrindo coisas, num processo natural de aprendizagem.
Autor: Márcia Tamires da Silveira
Idade: 14 anos
Data: 28/06/06
Texto da Ficha 5
BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS INFANTIS
“Meu cavalo de talo”
Luís Teixeira de Vasconcelos Neto, o netinho, como os colegas gostam de chamar. É uma criança de origem pobre, mas muito esperto na arte de criar. Desde novinho diz ele que observava seu irmão mais velho confeccionar brinquedos, principalmente o cavalo de talo, pois sua grande paixão é pelos animais e como seus pais não tem recursos para comprar um de verdade, como afirmou ele, resolveu fabricar um de talo.
“Meu irmão mais velho sempre fazia e eu ficava observando, um dia tentei e consegui”.
Neto também faz cavalinhos para os amigos, assim como aprendeu, ele tem prazer em transmitir esse conhecimento aos outros.
“Quando meus amigos pedem para eu fazer um, eu faço e vamos brincar juntos”. Afirma Neto.
Autor: Márcia Tamires Silveira
Idade: 14 anos
Data: 28/06/06
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“Vida política”
Francisco Teixeira de Vasconcelos, filho de João Teixeira de Vasconcelos e Raimunda Teixeira de Vasconcelos, ambos natural de Pitombeiras. Nascido em 25 de junho do ano de 1934 na referida localidade, é conhecido popularmente como Chico Miguel.
Iniciou sua vida política aos 48 anos de idade, pois anseava por melhores condições de vida no pequeno local em que nascera. Sua primeira candidatura deu-se no ano de 1987, sendo eleito com 527 votos e o primeiro vereador do município a eleger-se. Preocupado com o sofrimento da comunidade, tratou logo de iniciar seu trabalho batalhando para construir a estrada, porque no período do inverno, as pessoas andavam sobre tocos e ficavam ilhadas.
A estrada foi feita em nove etapas, passando por diversas dificuldades, finalmente foi concluída para facilitar o acesso das pessoas até a cidade.
Sua segunda prioridade foi a Educação, ali não havia prédio escolar, os alunos estudavam na casa de suas professoras, das quais merecem destaque Rufina Magalhães e Neuza. Elas atendiam alunos pertencentes ao município de Cruz e Acaraú.
Chico Miguel investiu em beneficio da escola, conversou com a Secretária de Educação da época, Maria Alice do Nascimento e juntos chegaram a conclusão de que seria necessário um espaço dedicado ao ensino das crianças. Assim, com muito esforço, conseguiu elevar duas salas de aula e as inaugurou em 23 de março de 1987.
Tempos depois veio o sonho de elevar uma igreja, mas este sonho foi substituído pela idéia do prefeito de construir uma praça. Acatou a idéia e logo se empenhou para edificá-la, sendo inaugurada.
Candidatou-se por quatro vezes, conseguindo ser eleito duas. Costuma sempre ajudar as pessoas, arranjando medicamentos, levando-as para o hospital, enfim, as assistia no que fosse preciso.
Hoje sente-se insatisfeito por perceber que não tem o reconhecimento de todos, mas ele diz: “Tudo que foi possível fazer por esse lugar eu fiz”.
Encontra-se agora afastado da carreira política, exercendo a agricultura com muita dedicação.
Autora: Cláudia do Nascimento Lima
Idade: 24 anos
Data: 07/06/06
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“Maria Luciene de Vasconcelos”
Luciene, 37 anos, residente na comunidade de Pitombeiras, é uma mulher dedicada ao trabalho que desenvolve como agente na localidade. É uma profissão árdua, mas ao mesmo tempo gratificante, ela afirma que: “está sempre em contato com as pessoas que mais precisam de ajuda, levando aos necessitados uma palavra de conforto, desenvolvendo a elas a alegria de viver e suportar a dor da enfermidade, é um dom”.
Sua missão nas casas é visitar diariamente as crianças, pesando-as e acompanhando-as no cartão da vacinação, auxílio as gestantes, hipertensos e diabéticos. Incentivando-os sempre a irem ao posto médico e a tomarem os medicamento na hora certa. Uma boa recuperação precisa de muito cuidado.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 10/07/06
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“Dona Marluce”
Maria Marluce Vasconcelos, 56 anos, natural de Acaraú-Ce. Filha de Manoel Magalhães de Menezes e Raimunda Evangelista de Menezes. Risidente na comunidade de Pitombeiras, no município de Cruz-Ce há 31 anos. Dona Marluce, professora, catequista e dona de casa é uma mulher dedicada ao trabalho que vemdesenvolvendo junto a comunidade.
No ano de 1975, com apenas 26 anos, dedicando-se ao dom que lhe foi confiada, começou a realizar celebrações do “Dia do Senhor”, levando até as pessoas mais carentes do amor e da fé, a palavra de Deus. Além dessa função, exerceu também atividades de magistério na escola de Lagoa Salgada, onde mostrou preocupação com a educação e o futuro de seus alunos, sem descuidar de continuar aprendendo com as próprias crianças. No mesmo ano casou-se e foi morar na comunidade de Porteiras, como a localidade não oferecia um prédio escolar, Marluce como educadora, não poderia esquecer esse amor pela profissão, escolheu as casas de família para continuar ensinando a disciplina, a ética e a preservação da religiosidade no coração daqueles que necessitavam.
Atualmente vem desempenhando um lindo papel como catequista e professora na Escola Macário José de Farias, na comunidade de Pitombeiras. É uma pessoa muito preocupada com o desempenho das crianças e jovens, principalmente na fé que a parte religiosa fundamental para a qualidade de vida de nosso povo.
Autora: Márcia Rafaela Freitas
Idade: 12 anos
Data: 22/06/06
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“Professor Macário”
Macário José de Farias nasceu em 1° de abril de 1879. Seus pais eram João Evangelista de Farias e Geralda Maria da Conceição, viveu toda a sua infância na comunidade de Porteiras, quando jovem passou a estudar em Acaraú, onde conheceu Rufina Magalhães de Oliveira com quem se casou. Ele foi um homem que desde muito cedo mostrou sua inteligência, sendo portanto professor de várias localidades. Iniciou sua missão dando aulas aos pescadores e outros alunos na localidade de “Pai José”. A partir de 1928 ensinou também em Barrinha de Cima, Aranaú, coroa Grande, Patos, Porteiras e finalmente Pitombeiras. Sempre foi um professor rígido, mas ensinou seus alunos as boas lições da vida, destacando sobretudo o espírito patriota. Tornou-se um exemplo para as famílias, devido seus traços marcantes que os despertou para a boa convivência e respeito mútuo. Veio a falecer em 1961, deixando a todos eternas lembranças do seu jeito simples de enfrentar as dificuldades com bom humor e disposição. “A escola de ensino fundamental Macário José de Farias, de Pitombeiras, sente-se honrosa em homenagear o nome de uma pessoa tão ilustre”.
Autora: Márcia Tamires Silveira
Idade: 14 anos
Data: 10/07/06
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“Tempo de dedicação”
Maria Nilza de Vasconcelos, filha de João Teixeira de Vasconcelos e Raimunda Teixeira de Vasconcelos, nasceu na localidade de Porteiras, em 12 de maio de 1944, por coincidência veio ao mundo num período especial, dedicado totalmente às mães.
Crescera e casara, e logo veio a maternidade e como uma boa mãe, também queria empenhar-se em beneficio da comunidade, por isso resolveu adentrar no ramo político, candidatou-se em 1986 como vereadora e elegeu-se com 246 votos, desde então começou sua batalha para trazer benefícios à comunidade.
Destinou-se em trazer um telefone que para muitos foi otivo de satisfação. Este ficava em sua residência e durou algum tempo. Depois, conseguiu a instalação de um orelhão que até hoje tem servido como um forte meio de comunicação para o povo.
A praça também passou por reformas em seu mandato. De certo, das seis vezes como candidata, ganhou quatro.
Atualmente não está mais como vereadora, mas trabalha na casa de apoio em Fortaleza e busca ajudar as pessoas quando precisam de um tratamento mais profundo. “Lido com muita gente, crianças, jovens e adultos. Para mim é muito gratificante”.
Autora: Márcia Rafaela Freitas
Idade: 12 anos
Data: 12/07/06
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“Jaime Farias, grande representante dos trabalhadores”
Filho de Jaime Pereira de Farias e Rita de Cássia de Farias, foi criado segundo ele, não para criticar a consciência operária, mas para dialogar com a classe trabalhadora, a compreender sua forma de aprender o mundo através de sua linguagem. Coordenou na comunidade de Porteiras, a criação de um prédio da Associação Comunitária, junto com a população, criando no mesmo um posto de saúde do PSF para levar atendimento médico a todos os habitantes da localidade.
Em todo o seu tempo como Presidente do sindicato de Cruz, construiu delegacias sindicais nas bases onde é feito atendimento para orientar a classe trabalhadora no repasse dos assuntos discutidos nas conquistas do movimento sindical, como o grito Terra Brasil, realizado de ano a ano a nível estadual e nacional. Além disso, vem dando assistência e acompanhamento nos requerimentos de benefícios quando encaminhado a presidência social e projetos sociais tais como: O PRONAF (Programa Nacional da Agricultura Familiar); Representante da APC; e Representante do Conselho Escolar, onde estuda seus filhos, pois como pai entende que estudar é, realmente, uma tarefa difícil e as crianças precisam de acompanhamento.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 07/07/06
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“João Pereira de Menezes”
O senhor João Pereira de Menezes, conhecido por todos na localidade por João Novo, nasceu em 13/09/1936, desde criança dedicou-se as atividades de agricultura com seu pai e irmão. Mas o que ele nunca esqueceu foi os estudos, sempre tirava um pouco do tempo para estudar, pois tinha orgulho de ser considerado um homem culto. Estudou com o grande mestre da localidade, o professor Macário José de Farias. No tempo do seu João, não existia série, eles estudavam um livro por ano. Seu primeiro livro foi a cartilha, o segundo a leitura e o terceiro, 4° gramática, 5° história do Brasil e o livro tinha o tema: minha Terra e conclui no 6° livro de caligrafia, já se sentindo bem sabido, afirma. Ele parou de estudar e já bem moço arruou uma namorada e com alguns anos de paquera o casamento foi realizado no ano de 1959.
Os tempos eram ruim e ele não sabia como sustentar seus 6 filhos, o trabalho com plantações não estava vendo muito e teve uma idéia. Juntou uns trocados, comprou uns porcos e foi vender carne nas casas, trabalhou nesse ramo por muito tempo, depois passou a vender varandas, criou seus filhos, construiu sua casa, vendeu na vida como vendedor.
Atualmente aos 71 anos, seu João é um homem forte, aposentado, mas nunca deixou de trabalhar, cuida de suas terras e se dedica na criação de alguns netos. Afirma que tem orgulho do que foi, um homem responsável, trabalhador e dedicando à comunidade.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 07/07/06
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCABULOS LOCAIS E REGIONAIS
“Velha alcova”
Palavra muito usada no século passado, onde as frases tinham outros significados. Atualmente já não se usa mais, pois a mesma tem sentido diferente. Na boca dos jovens é chamado quarto de dormir, local onde eles conversam com os melhores amigos seus mais íntimos segredos. Muitos o vêem como refugio dos problemas, pois podem ficar trancados lá sem precisar ser interrompido por ninguém.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 21/06/06
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCABULOS LOCAIS E REGIONAIS
“Arre égua! Que coisa!”
Essa expressão é muito usada quando as pessoas fazem coisas exageradas que causam admiração. Segundo o entrevistado: “essas expressões antigas eram por falta de estudos e conhecimentos de vocabulário novos”. Antiga ou nova, ela está presente em quase todos os diálogos das crianças, adolescentes e idosos quando ficam admirados com o que o outro fala ou faz.
Autora: Márcia Tamires Silveira
Idade: 14 anos
Data: 21/06/06
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCABULOS LOCAIS E REGIONAIS
“É o novo!”
Este vocábulo, segundo o entrevistado não é muito antigo. Faz pouco tempo que surgiu na comunidade, os adolescentes são os que mais utilizam, pois são eles que ironizam as coisas antigas, achando que o modernismo está muito avançado, a tecnologia em alta e passado não faz parte do futuro.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 21/06/06
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCABULOS LOCAIS E REGIONAIS
“Estou esperando a expressa”
As pessoas mais idosas da comunidade utilizavam o termo “expressa” para se referir ao transporte que iam viajar, no caso do ônibus.
Atualmente, ela tem o mesmo sentido, mas com a escrita da palavra diferente, pois muitas são modificadas de acordo com a época em que vivemos. O avanço tecnológico e as novas descobertas cientificas fazem com que descobrimos novos conhecimentos.
Autora: Márcia Tamires Silveira
Idade: 14 anos
Data: 29/06/06
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCABULOS LOCAIS E REGIONAIS
“Paidegua”
Segundo as pessoas entrevistadas, é um dizer muito popular usado pela comunidade quando alguém exagera no que diz ou faz.
Esta expressão surgiu há muito tempo, não se sabe como. Para o entrevistado deve ser alguma palavra pronunciada errada por alguém por falta de conhecimento. O certo é que ela é usada por crianças, adolescentes e adultos.
Autora: Márcia Tamires Silveira
Idade: 14 anos
Data: 29/06/06
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCABULOS LOCAIS E REGIONAIS
“Ei, macho vei”
“Macho vei”, segundo as pessoas mais velhas, é um dizer muito popular usado por elas quando alguém cumprimenta o amigo de muitos anos, íntimo da família e muitas vezes até compadre. Esta expressão significa o carinho, admiração e respeito que elas sentem umas para com as outras.
Autora: Márcia Rafaela Freitas
Idade: 12 anos
Data: 20/06/06
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCABULOS LOCAIS E REGIONAIS
“Santinho do pau oco”
É uma expressão que iniciou com a exploração do ouro no Brasil, quando os donos do garimpo, cansados de pagar tanto impostos ao governo, fizeram buraco no fundo do santo feito de madeira, para esconder as pedras preciosas. Atualmente se usa quando alguém quer ser perfeito nas coisas que faz, quer dá um de “certinho”, pois na verdade ele não se mostra como realmente é, tem alguma coisa escondida por trás, assim como no santo.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 22/06/06
Texto da Ficha 8
HISTÓRIAS LOCAIS
“Origem de Pitombeiras”
Pitombeiras está localizada entre Cruz e Acaraú, constituída de 3km2. Sua distancia em relação ao seu município é de 5km e para a capital do estado é de 248km.
Seu nome originou-se através de pessoas que vinham trabalhar em outros lugares e cansados, paravam às margens do rio Acaraú, onde havia imensos e numerosos pés de pitomba. O local tornou-se referencia e até hoje assim é chamado.
Teve como primeiros habitantes, Martins Inácio Marques, Manoel Alexandre, João Miguel e João Ferreira onde aqui constituíram suas famílias, sendo a de seu João Miguel, a mais conhecida.
Nessa localidade é encontrado uma vasta vegetação de carnaubeiras, pau d’arco, imburana, cedro, cajueiros, muricizeiros, catanduba, mas a que dera origem à comunidade encontra-se em extinção.
Podemos destacar no aspecto político, Francisco Teixeira de Vasconcelos e Maria Nilsa de Vasconcelos que trabalharam para trazer benefícios ao local. Assim, pode-se contar com o atendimento médico, locais de diversão como a praça, a escola que luta para oferecer sempre uma boa educação, telefone público como um importante meio de comunicação.
Atualmente, com o empenho da Associação Comunitária existe o serviço da Cagece e já está sendo providenciado a rede de energia.
Grande parte da população sobrevive da agricultura, outros tem feito o local se desenvolver com a abertura de comércios que facilitam a vida das pessoas e contribui para o engrandecimento do lugar.
Lugar de gente acolhedora, Pitombeiras é uma comunidade onde os que vêem, querem voltar novamente.
Autora: Márcia Rafaela Freitas
Idade: 12 anos
Data: 22/05/06
Texto da Ficha 8
HISTÓRIAS LOCAIS
“Porteiras”
Com uma área de 2km2, com uma população de aproximadamente 270 habitantes, Porteiras está localizada numa terra plana, tendo como limites a leste o rio Acaraú, ao norte com o salgado, ao sul Pitombeiras e a oeste com a comunidade do Córrego São Francisco.
Porteiras recebeu esse nome graças a um fazendeiro que no ano de 1725 veio de Pernambuco fugindo da seca em busca de sobrevivência para sua família e sua criação de gado. Encontrando nos mangues apenas água salgada, construiu duas porteiras separando-a para que seu gado não bebesse da mesma. A verdade é que a partir dessa história contada a localidade cresceu, tendo como os primeiros povoadores os avós de Macário José de Farias, Leão Damásio de Farias e Francolina, a pernambucana que aqui veio co a família e morou 4 anos.
Atualmente temos como lazer os jogos de futebol, as discotecas e as festas juninas que os jovens procuram nas comunidades circunvizinhas. Nos aspectos econômicos quase todos os moradores vivem da agricultura, pecuária, artesanato também merece destaque, pois as mães de família sempre trabalharam co o feitio de varandas para redes e também as comercializarem.
Um homem não vive sem história, é preciso que cada um construa a sua própria, assim a comunidade de porteiras constrói a sua com os acontecimentos passados e com o presente.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 05/07/06
Texto da Ficha 8
HISTÓRIAS LOCAIS
“Córrego de São Francisco”
O Córrego de São Francisco, localizado no município de Cruz, com uma população de aproximadamente 180 habitantes, limita-se ao norte com o Caititu, ao sul com a Lagoa Salgada, ao leste com a Pitombeira e a oeste com a Lagoa Velha.
O primeiro morador da localidade foi Antônio Rafael de Vasconcelos, veio morar nas terras em 1888, teve 18 filhos, mas continuando a morar com os pais, apenas 12, vindo os outros seis a falecer ainda criança. Depois vinheram de outras regiões, Antônio de Sousa e Virgílio Guilherme de Sousa. O primeiro nome criado pela população foi Caititu de dentro, o nome deve-se dos porcos Caititus que habitavam naquelas matas. Mais tarde os moradores batizaram de Córrego do São Francisco por haver um córrego no local que atravessava as terras que tinha sido doadas ao santo. Houve um tempo de muitas dificuldades na comunidade no ano de 1888, chamado seca dos três oito, mas atualmente muito tem progredido, pois receberam até energia elétrica.
Autora: Márcia Tamires Silveira
Idade: 14 anos
Data: 11/06/06
Texto da Ficha 10
INSTITUIÇÕES E ENTIDADES LOCAIS
“Grêmio Estudantil”
O Grêmio Estudantil Felipe Farias, é um órgão colegiado da Escola de Ensino Fundamental Macário José de Farias, de Pitombeiras. Fundado em 26 de outubro de 2005 pelos representantes de alunos e apoio do núcleo gestor. É uma entidade sem fins lucrativos que visa defender os interesses individuais e coletivo do corpo discente. Integrados e engajados, os estudantes têm a oportunidade de discutir problemas específicos da entidade escolar. Esclarecendo aos alunos a importância da participação de todos nos rumos e na construção de uma gestão democrática, valorizando a participação de cada um.
O avanço do Grêmio vem se dando ao curso desses poucos meses de fundação, pois desenvolve seu trabalho buscando incentivar a cultura, a arte e o esporte, na tentativa de atender os anseios da classe estudantil.
Para a diretoria do Grêmio este amadurecimento de idéias que ela encontrou no grupo, está lhe dando forças para repassar aos outros o esforço que devemos fazer na busca de uma escola melhor.
Autora: Márcia Rafaela Freitas
Idade: 12 anos
Data: 04/07/06
Texto da Ficha 10
INSTITUIÇÕES E ENTIDADES LOCAIS
“Associação”
Fundada aos 15 de setembro de 1995, a Associação dos Pequenos Agricultores de Porteiras, Pitombeiras e Córrego de São Francisco é um grupo filantrópico sem fins lucrativos que visa estimular a troca de experiências entre os agricultores através de encontros, palestras e treinamentos para serem informados sobre o que é necessário ao desenvolvimento de culturas novas e melhor aproveitamento das que já existem, assim também como conhecer melhor os meios de preservação dos recursos naturais existentes.
Essa entidade teve em sua primeira Diretoria, como presidente o senhor Antônio Hilton de Vasconcelos, sua segunda eleição deu-se em 16 de maio de 1998, mais uma vez ficando a frente da presidência na primeira Diretoria. Já em 2000 foi eleito o Sr. Manoel Aldair da Silveira especialmente no dia 11 de agosto. No ano seguinte, o mesmo renuncia o cargo e Manoel dos Santos Freitas assume a presidência, agora este fica no mandato até 2005. Neste corrente ano, no dia 02 de abril houve nova eleição para formação da diretoria que atualmente preside Francisco Josimar Menezes e vice-presidente, o Sr. Francisco das Chagas Costa.
Por sua existência, a Associação passou por momentos difíceis, construindo seus ideais aos poucos, hoje depois de tanto esforço do povo, bons projetos foram implementados, como da água tratada e até mesmo a energia que muitos não tem já está chegando.
“Existem sonhos de conseguir muito mais, reunir nossa gente e fazer com que despertem seus interesses em cooperativismo é nossa meta, para então a comunidade cresce”.
Autora: Cláudia do Nascimento Lima
Idade: 24 anos
Data: 05/07/06
Texto da Ficha 10
INSTITUIÇÕES E ENTIDADES LOCAIS
“Conselho Escolar”
O conselho escolar da escola Macário José de Farias da comunidade de Pitombeiras foi fundado em 26 de agosto de 2004, por iniciativa de todos que fazem a escola, sendo composto de 11 membros eleitos em Assembléia Geral. Hoje, consta como presidente Lúcia Vânia Vasconcelos e vice-presidente Leidiane Márcia Moura.
O mesmo é um órgão colegiado que vem desempenhando função junto à coordenação da escola, apoiando e participando das atividades desenvolvidas na escola, bem como enfatizando sempre o sucesso do aluno e sua permanência. Para isso, realiza periodicamente visita aos discentes para empenhá-los cada vez mais na importância do reconhecimento do estudo e ajudando-os a desenvolver uma consciência de participação garantindo uma melhor disciplina e conseqüentemente um rico aprendizado.
Para ampliar seu trabalho, vem buscando parcerias que complementam suas ações que é de ajudar a crescer seu universo escolar, tendo a preocupação com as crianças e adolescentes e que estes resultem sempre em avanços para a nossa instituição.
“Desempenhando também a Avaliação Institucional para reconhecermos o que está bom e o que necessita melhorar em nosso trabalho junto à escola”.
Autora: Márcia Tamires Silveira
Idade: 14 anos
Data: 05/07/06
Texto da Ficha 10
INSTITUIÇÕES E ENTIDADES LOCAIS
“APM”
A associação de Pais e Mestres de Pitombeiras fundada em 29 de Abril de 1998, na unidade escolar Macário José de Farias, é uma sociedade civil sem fins lucrativos. A mesma tem por finalidade geral colaborar na assistência e formação do educando, promovendo o bem estar da comunidade do ponto de vista educativo, cultural e social. Atualmente tem como presidente a professora Maria Helenita de Sousa e vice-presidente, o pai Francisco das Chagas Costa que juntos com os responsáveis legais vem contribuindo para a solução dos problemas inerentes a vida escolar, preservando uma convivência harmônica entre pais, alunos e funcionários da escola, cooperando na conservação dos equipamentos e prédios da entidade.
Inicialmente era entendida apenas como uma exigência, mas hoje todos compreendem sua importância de interagir junto ao educando. A APM visa a transformação do aluno por meio de conversas com pais e núcleo gestor, para desenvolver o espírito de solidariedade entre os mesmos. Para a entrevistada “a associação mostra a força de vontade de pessoas que voluntariamente disponibiliza seu tempo em busca de uma sociedade mais igualitária , que de fato promovam o cumprimento dos direitos e deveres do adolescente”.
Autora: Márcia Rafaela Feitas
Idade: 12 anos
Data: 03/07/06
Texto da Ficha 10
INSTITUIÇÕES E ENTIDADES LOCAIS
“A EEF Macário José de Farias”
A EEF Macário José de Farias é uma instituição municipal localizada na comunidade de Pitombeiras que visa desenvolver a aprendizagem do povo desta localidade. Fundada em 23 de março de 1987 quando havia a necessidade de um espaço dedicado a educação. Funcionava apenas duas salas com as professoras Maria das Graças dos Santos e Carmem Vasconcelos.
Foi ampliada em 1989 e desde esse tempo muito tem progredido, hoje está atendendo uma boa clientela desde a Educação Infantil à 8ª série e um anexo de TAM (Tempo de Avançar Médio).
Desenvolve ações que inclui a comunidade, entre elas podemos destacar: palestras tratando de assuntos atuais, quadrilhas, missas, reunião de associações, torneios, festejo às mães, pais e crianças.
O esporte é uma das ações que mais atrai a comunidade local e nossos adolescentes empenham-se para fazer bonito. Nossos projetos é de aumentar ainda a participação do povo e acolhê-los bem.
Autora: Buana Pinheiro de Farias
Idade: 12 anos
Data: 05/07/06
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