FICHA 1
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS E EVENTOS
“FOGUEIRAS DE JUNHO”
Nome da Manifestação Cultural ou Evento: Fogueiras
Apesar de ser um costume muito antigo a comunidade de São José da Rocha ainda preserva a cultura de no mês de junho comemorar os santos Antônio, João e Pedro, com as fogueiras.
Não é mais tão divertido como antes quando as famílias se reuniam nos terreiros ou iam para as casas um dos outros para “brincar na fogueira”, passar fogo para assar peixe, fazer “pulatricas” pra ver quem ia se casar, colocar folhas de quartazeira (uma planta da comunidade) para estralar na fogueira como se fosse foguetes, mas, continua na época o mesmo costume de acender a fogueira e ficar um pouco assistindo queimar.
Não podemos deixar morrer este costume, pois através dele voltamos à época de nossos antepassados.
Autor – Francisca Michelle Magalhães
Idade – 12 Anos
Data – 18/06/2006
FICHA 1
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS E EVENTOS
“ARRAIÁ DAS FÉRIAS”
Nome da Manifestação Cultural ou Evento: Quadrilhas Juninas
É animação, é festa da comunidade, é mais um arraiá para animar a todos: crianças, jovens e adultos!
O pátio da escola é o palco desta manifestação cultural, que há alguns anos foi esquecida, mas que desde 1995, por incentivo dos que fazem a escola (alunos, funcionários e pais) é que vem, a cada ano, sendo resgatada as quadrilhas juninas. E como fazemos no mês de julho, nossa manifestação recebeu o nome de “Arraiá das Férias”.
A cada ano, logo no mês de maio, começam os preparativos para a festa. Alunos e professores cuidam de formar pares, ensaiar passos e preparam-se para comemorar.
Chegou o dia da festa, toda a comunidade participa e colabora para que possa tornar-se mais animada e atraente, uns de forma direta e outros indiretamente, mas todos colaboram.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Idade – 11 Anos
Data – 08/06/2006
FICHA 1
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS E EVENTOS
“LOUVORES A MARIA”
Nome da Manifestação Cultural ou Evento: Novenas do Mês de Maio
Comunidade unida mais um ano para celebrar os louvores a Maria Mãe de Deus e nossa mãe. Desde 1970 começou os louvores à Mãe de Deus nesta comunidade, por iniciativa dos senhores dirigentes da palavra de Deus Francisco Serafim, Benedito Malaquias, Pedro Antônio e demais pessoas da comunidade.
A novena começa sempre com um cântico mariano depois é feito a recitação do Santo Terço com a participação de todos que estão na novena. Em seguida é feito a leitura do dia e comentada. Após a ladainha e a Salve Rainha é feito o cântico final e a benção das famílias.
Durante todo o mês é uma animação, pois as novenas acontecem nas casas das famílias e no final do mês, todos estão prontos para o dia do oferecimento das flores, ou seja, o dia da coroação de Maria, com crianças vestidas de anjos, jovens fazendo apresentações e toda a comunidade participando.
Atualmente já está um pouco menos participativa as novenas, mas mesmo assim continuam os louvores à nossa mãe maior Maria Santíssima.
Autor – Márcia Tânia Rodrigues
Idade – 14 Anos
Data – 10/05/2006
Texto da Ficha 2
OFÍCIOS E MODO DE FAZER
“BORDAR PARA ENFEITAR”
Nome da Manifestação Cultural ou evento: Bordado à Mão
Maria do Socorro Sousa Nascimento, casada, aposentada, 64 anos não esquece de sua arte com linha, agulha e tecido: o bordado feito à mão.
Recebia as peças de tecidos com desenhos feitos a lápis e tudo começava com uma agulha fina e linhas coloridas, dando vida a um desenho. Quando tudo estava pronto para dar um melhor acabamento, colocava-se em uma calda de goma (grude) e passava o ferro em baixo vapor para que aquela arte ficasse perfeita, capaz de ser usada para enfeitar roupas de crianças, camisolas, etc.
“Sempre bordei com minha cunhada, era uma descontração, mas também uma forma de ganhar um dinheirinho extra para ajudar em casa. Atualmente não bordo mais, pois quase não existe o bordado à mão e sim em máquinas”, para que o serviço seja mais rápido, cona a entrevistada.
“Mesmo assim não esqueço que minhas frágeis mãos faziam lindos desenhos e contribuía para muito mais pessoas”, conclui D. Socorro.
Autor – José Valderi Nascimento
Data - 25/05/2006
Idade - 33 anos
Texto da Ficha 2
OFÍCIOS E MODO DE FAZER
“RITA E SUAS LINHAS DE PESCAR”
Nome da Manifestação Cultural ou evento: Rede de Pescar
Quem chega em Lagoa dos Caboclos e quer conhecer ou comprar linhas de pescar é muito fácil, basta procurar Rita de Cássia ou Rita Vieira uma moça idosa que mora com seus irmãos e sempre fez esta maravilhosa arte com linhas de naylon, agulha, tabuleta (régua) de tábua, para melhor ajudar os pescadores, para que possam com mais facilidade pescar o sustento de suas famílias.
D. Rita diz que sempre fez como um meio de sobrevivência, pois o trabalho feminino quase não existia naquela comunidade, somente na ajuda da casa com a mãe, então sempre que era solicitada fazia com grande alegria, pois também gostava do serviço e ficava maravilhada quando via pronto e recebia seus trocados.
O que deixa um pouco triste é que algumas pessoas, não pagavam direito ou mesmo enganavam. Mesmo Assim ainda está disposta para prestar tal serviço, apesar da visão um pouco cansada.
“A vida segue, mas infelizmente nos dias de hoje não há tanta procura por minha arte, mas sei que contribuí muito”, conclui.
Autor – José Valderi Nascimento
Data - 05/06/2006
Idade - 33 anos
FICHA 2
OFÍCIOS E MODO DE FAZER
“MINHA VARANDA”
Nome da Manifestação Cultural ou Evento: Varanda
Em São José do Rocha existe uma mulher artista por seu trabalho com agulha e fio, é D. Neta, que desde criança aprendeu o ofício de fazer crochê apenas vendo sua mãe e irmãs fazendo.
Segundo a entrevistada, gosta de fazer a varanda porque está contribuindo também para outras pessoas, pois assim enfeitará redes de muitos: ricos, pobres, etc. Sabe que seu trabalho se espalha por muitos lugares e é uma forma de ganhar um pouco para ajudar a família.
Assim como ela, existem muitas mulheres nesta comunidade que se destacam pelo belo trabalho que fazem do fio, transformando-o numa bela varanda.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Idade – 12 Anos
Data – 02/05/2006
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“BORDAR PARA ENFEITAR”
São José da Rocha, a 12 km da sede do Município. A casa do Sr. Francisco foi construída no ano de 1976, feita de pau-a-pique, e é a casa mais antiga da comunidade. Para a família é um patrimônio deixado pelos seus pais Francisco Serafim (in memorian) e a viúva D. Geralda. Lá aconteceram novenas, leilões, cantorias, celebrações e era o espaço em que a família reunia-se para conversar e divertir-se.
Segundo o entrevistado ,o Sr. José Francisco, filho mais velho da família, a casa não será demolida, pois é um patrimônio para a família e a comunidade por ser tão simples mas que por trás de toda simplicidade tem uma história de uma família que com dificuldades ali viveu, cresceu e progrediu.
Atualmente encontra-se fechada, usada somente como depósito da casa vizinha de um dos filhos do casal.
É importante que todos procurem conhecê-la para também preservá-la e ter como centro de atenção da comunidade.
Autor – José Valderi Nascimento
Data - 14/06/2006
Idade - 33 anos
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“ESCOLA DE CÓRREGO DA POEIRA”
A Escola de Ensino Fundamenta Raimundo Luís da Silveira, de Córrego da Poeira, Cruz – Ce, fica a 12 km da sede do Município. Foi fundada no dia 03/06/1990 na gestão do prefeito Antônio Raimundo de Araújo Neto por vontade da comunidade com incentivo do Sr. Joaquim Malaquias.
Atualmente a escola conta com 114 alunos, desde de a Pré-escola até a 8ª Série. O quadro de funcionários é composto por 10 professores, 07 auxiliares de serviços gerais e 01 diretor.
Antes da construção da Escola, as aulas funcionavam na casados professores ou em casas desocupadas da comunidade, o que atrapalhava um pouco o trabalho.
A sede da escola só trouxe benefícios para a comunidade, pois além das aulas, a escola funciona também como prédio comunitário, onde acontecem novenas, missas, celebrações, quadrilhas, reuniões, etc.
A escola tem como principal função desenvolver um trabalho de conscientização de nossas crianças, adolescentes, jovens e comunidade para o conhecimento e vivência da leitura, da escrita, da ética e da cidadania.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 16/06/2006
Idade - 11 anos
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“CASADE FARINHA COMUNITÁRIA”
A casa de farinha comunitária localiza-se na comunidade de lagoa dos Caboclos, a 15 km da sede do Município. Construída no ano de 1996, por meio da Associação Comunitária e Projetos São José, é um importante prédio da comunidade, pois é lá que as famílias podem fazer suas farinhadas pagando uma pequena taxa para a manutenção da mesma, enquanto que em outras casas de farinha particular o preço é bem maior.
Por ser um prédio de todos, é preciso preservá-lo para que possa ficar para aqueles que ainda virão, ou seja, nossos adolescentes.
É um importante lugar para a comunidade, pois é através do esforço e organização de todos que hoje ele continua sendo este espaço comunitário de muito valor para nossa comunidade.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 30/06/2006
Idade - 11 anos
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“MINHA MÃE LAGOA”
Localizada na comunidade de Lagoa dos Caboclos, deu nome a este lugar e é como uma mãe pois é dela que muitos tiram o sustento para sua família, tomam banho, fazem plantações, os animais usam, enfim, está disponível para todos.
Atualmente está com pouco nível de água devido à época escassa de chuvas, ficando na época do verão que seca. Mesmo assim os moradores a aproveitam para o plantio de capim em suas margens, para mais tarde alimentar os animais. Ao usá-la para saciar sua sede, também poluem a água com sua fezes e urina.
Precisamos ser cuidar melhor do patrimônio que deu origem ao nome de nossa comunidade para que não seja um dia palco de desprezo e abandono.
Autor – Maria Tânia Rodrigues
Data - 30/05/2006
Idade - 14 anos
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“EEF FRANCISCA MEDEIROS VASCONCELOS”
Situada na comunidade de lagoa dos caboclos, Cruz-Ce, a 15 km da sede do Município.
A escola foi construída no ano de 1988, por vontade da comunidade na gestão do Sr. João Muniz Sobrinho. Recebeu o nome de Francisca Medeiros de Vasconcelos por ter sido ela a primeira professora da comunidade. Todos concordaram com o nome. Seu terreno foi doado pela família do sr. Pedro Rodrigues (in memorian).
É o ponto central da comunidade, pois além de aula é usada também para reuniões, novenas, celebrações, quadrilhas e atualmente local onde o médico do Programa Saúde da Família atende a comunidade.
Durante muitos anos funcionou com várias turmas de alunos. Mas com o passar dos anos os alunos forma diminuindo e sendo transferidos para outras escolas. Hoje funciona apenas uma turma de educação Infantil.
Para a comunidade é um importante prédio, pois é um ponto de referência para todos. A entrevistada sente-se muito realizada pelo trabalho que desenvolve, pois faz porque gosta de ver as crianças crescerem e um dia vê-las com uma formação.
Autor – Gilmara Nascimento Rodrigues
Data - 05/08/2006
Idade - 13 anos
Texto da Ficha 4
LENDAS, CAUSOS, SUPERSTIÇÕES E CURIOSIDADES
“O PORCO DO CÓRREGO”
Passando altas horas da noite, sozinho, pelo Córrego do São José do Rocha não é de se estranhar quando vemos um enorme porco se aproximando de você como se quisesse lhe pegar. Logo fica-se com muito medo e vontade de correr, mas rapidamente desaparece como se nada estivesse acontecido.
Parece mentira,a mas o entrevistado disse que viu mais de uma vez como também muitos que por lá passam sozinhos à noite.
Acredite se quiser. Caso contrário, vá conferir se existe mesmo ou não.
Autor – Francisca Michelle Magalhães
Data - 20/06/2006
Idade - 12 anos
Texto da Ficha 4
LENDAS, CAUSOS, SUPERSTIÇÕES E CURIOSIDADES
“ENCRUZILHADA”
Ao passar por uma encruzilhada (local onde duas estradas se cruzam) nunca esqueça de fazer o sinal da cruz, pois ali é um local onde tudo pode mudar o destino de sua vida.
O mal existe e procura as pessoas para poder derrotá-las. Se não estivermos em paz com Deus, as coisas do mal chegam para nos prejudicar.
Precisamos acreditar que tudo existe, e que não podemos duvidar e é em lugares como encruzilhadas que podemos adquirir a má sorte se não fizermos o sinal da cruz quando passarmos.
Portanto, nunca esqueça de Deus e, principalmente, quando passar em locais como este, cuide-se enquanto ainda é tempo.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 21/06/2006
Idade - 11 anos
Texto da Ficha 4
LENDAS, CAUSOS, SUPERSTIÇÕES E CURIOSIDADES
“FOGO ESTRANHO”
Para aqueles que acreditam, é coisa de dar medo, pois ao andar sozinho, principalmente em noite escura, pode-se observar ao longo de sua frente, um clarão e um barulho como se fosse um carro vindo em sua direção. Ao tentar aproximar-se você não consegue chegar perto, pois o mesmo desaparece sem que ninguém o veja passar.
Para o entrevistado, isto é apenas para quem acredita que existam coisas fantásticas. Para ele, não existe de verdade estas imaginações, apesar de já ter visto algo parecido. Mas acredita que existe Deus para protegê-lo de algo diferente e portanto não dar muita crença.
Autor – Francisca Michelle Magalhães
Data - 30/06/2006
Idade - 12 anos
Texto da Ficha 5
BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS INFANTIS
“MINHA BONECA, MINHA FILHA”
Brincar é ainda uma forma de encontrar-se com os colegas e poder desfrutar de uma vida mais saudável.
Com paus, galhos de árvores e papelão são feitas as casinhas de boneca. Uma casa de verdade, lá tem de tudo: fogão, cama, mesa, tv etc. Tudo na imaginação de quem está brincando, as bonecas choram, falam, apanham, ficam doentes, fazem aniversário e tudo que uma mãe e seus filhos vivenciam a cada dia.
Precisamos resgatar nossa cultura para que mais tarde os outros possam conhecer e valorizar nossos costumes.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 08/06/2006
Idade - 11 anos
Texto da Ficha 5
BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS INFANTIS
“MEU CAVALO DE BRINCAR”
“Brincar é muito bom, principalmente quando o brinquedo é feito por quem brinca”, explica Hemerson, um menino de oito anos, nascido na comunidade de Córrego da Poeira, deste Município.
“Pego os talos nas carnaubeiras, tiro todos os espinhos com uma faca (e a ajuda de meu pai) e faço meu cavalo de brinquedo, enfeito com orelhas, olhos e cabresto, uma corda que amarro para que ele fique mais engraçado e na imaginação se torne um cavalo de verdade”.
“Gosto de brincar porque é muito divertido e posso assim tornar minha vida mais feliz”.
Autor – Francisca Michelle Magalhães
Data - 14/06/2006
Idade - 12 anos
Texto da Ficha 5
BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS INFANTIS
“PULAR ELÁSTICO”
A brincadeira traz a paz e a felicidade para os que brincam e até mesmo para quem assiste.
Pular elástico é a brincadeira favorita das meninas desta localidade, principalmente na hora do recreio da escola. Com um elástico feito um círculo, duas pessoas seguram aos pés, em forma oval e quase fechado, enquanto que o brincante pula para dentro e para fora;depois com um pé só, em seguida com os dois pés e por último entrelaçando o elástico nas pernas.
Depois de cada sessão dessas, o elástico vai sendo subido dos pés para as canelas de quem o segura, repete cada passo e depois, para aumentar o desafio, o elástico é colocado na cintura de quem o segura. Será vencedor quem conseguir fazer todas estas etapas sem errar.
“Gosto de brincar porque me deixa mais feliz”.
Autor – Francisca Michelle Magalhães
Data - 14/06/2006
Idade - 12 anos
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“SÃO JOÃO, O SANTO DA COMUNIDADE”
Na comunidade de São José da Rocha encontra-se um lugar no meio do mato que é considerado por muitos, ou quase todos, um lugar ‘santo’, porque em 1960 ter sido encontrado um corpo de uma pessoa que foi assassinada a pauladas por um acompanhante, informando o caminho por umas veredas, dizendo ser mais perto.
O João era um rapaz que tinha alguns tostões e vinha de Cruza a Jijoca e um homem de nome Luiz Ernesto, cheio de inveja, o acompanhou e nomeio do mato o matou a pauladas. Um senhor que andava caçando passarinho deparou-se com um corpo estendido no chão todo ensangüentado. Tomou um susto, correu e chamou testemunhas. Veio muita gente. Chamou-se a polícia e depois de identificada, a vítima foi entregue aos seus familiares em Jijoca. Enquanto outros policiais procuraram o bandido e o prenderam.
A comunidade toda comoveu-se, fizeram um pequeno túmulo no local e a partir de então passaram a chamar o ponto de “São João”.
Muitos fazem promessas e depois de agraciados vêm pagá-las, fazendo celebrações, terços ou mandam rezar missas.
Na comunidade há muito que o veneram como um grande santo.
Autor – Patrícia Charlene Vasconcelos
Data - 03/07/2006
Idade - 14 anos
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“SÃO JOÃO, O SANTO DA COMUNIDADE”
Raimundo Luiz da Silveira nasceu em 1876. Filho do Sr. Luiz José da Silveira e da Sra. Maria Joaquina da Conceição, teve 22 irmãos e casou-se em 1902 com D. Isabel, que era conhecida por ‘D. Bila’. Deste casal nasceram nove filhos.
Morou primeiramente em Poço Doce, na época era muito pobre, sua casinha era de palha. Depois veio morar no Córrego da Poeira até o ano de 1942. Homem corajoso e lutador pela vida, trabalhou na agricultura e na pecuária, onde se desenvolveu mais, chegando a possuir muitos currais de gado – 300 rezes -, tornando-se assim o homem de mais posses de Córrego da Poeira.
Possuía muitas posses desde Córrego da Poeira até Poço Doce e também nas localidades de Aroeira e Bacia Nova e no Sertão, aonde todos os anos levava seu rebanho bovino para passar o inverno. Possuía ainda seus cavalos estradeiros conhecidos por ‘cavalos de sela’. Deixou a fazenda com alguns filhos por alguns anos e foi morar em Bela Cruz. Em 1958 voltou ao Córrego da Poeira e ficou viúvo em 27de julho de 1958.
Como já vimos, era um homem de posses. Casou-se novamente, agora com a Sra Geralda e repartiu a herança com seus filhos, ficando quase sem nada. Volta a morar em Poço Doce já com 87 anos e no dia 29 de maio de 1963 deixou D. Geralda viúva, sendo seu sepultamento na cidade de Bela Cruz.
Autor – Patrícia Charlene Vasconcelos
Data - 09/06/2006
Idade - 14 anos
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“LUIZ RODRIGUES DO NASCIMENTO - ZABÁ”
Luiz Rodrigues do Nascimento nasceu em 1923, natural de Lagoa dos Caboclos. Tinha apenas 1 metro e pouco de altura, viúvo, casinha de pau-a-pique, vive praticamente sozinho durante o dia. Faz seu almoço, capina no quintal da casa e à noite dorme na casa de um de seus três filhos.
Seu Zabá, como é conhecido, é filho de Torcato José e D. Faustina. Homem lutador pela vida, viveu somente da agricultura e levou sempre uma vida muito simples, tem uma maneira engraçada de alar e é por isso que muitos gostam do seu jeito de ser.
Por ser este senhor que sempre viveu humilde e que deu um bom exemplo de vida, como ainda hoje é, torna-se uma figura bastante popular daquela comunidade, como também por sua estatura, apenas 01 metro de comprimento.
Procure conhecê-lo e aprender com ele o verdadeiro sentido da vida.
Autor – Patrícia Charlene Vasconcelos
Data - 03/07/2006
Idade - 14 anos
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LOCAIS E REGIONAIS
“CADÊ MINHA ZAPRAGATA?”
“Desde criança sempre escutei meus pais dizendo esta expressão quando queriam os chinelos: ‘Cadê minha zapragata?’Eu achei aquilo tão bonito que comecei a imitá-los”, comenta a entrevistada.
Sempre foi um costume bem antigo e atualmente algumas pessoas mais idosas falam assim. Já os mais novos, quando usam este vocábulo é apenas uma maneira divertida de fazerem os outros rirem.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 12/05/2006
Idade - 11 anos
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LOCAIS E REGIONAIS
“DEIXADESER MARRUÁ, MENINA!”
Para a entrevistada, esta expressão sempre foi e continua sendo usada ainda hoje, quando pede-se para alguém fazer algo e este não faz como deveria ser, ou mesmo comete erros, então a resposta é: “Tu é mermo marruá!” Aprendeu quando era criança, em casa com a família acostumou-se e hoje usa sempre, assim como grande parte da população da comunidade.
“Gosto de falar assim para que a pessoa possa sentir que está errada ou mesmo é capaz de fazer as coisas direito”, comenta a entrevistada.
Autor – Francisca Michelle Magalhães
Data - 23/06/2006
Idade - 12 anos
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LOCAIS E REGIONAIS
“MINHA FIA”
O respeito que se sente pelos outros é recebido em dobro.
A expressão ’minha fia’ significa um sentimento carinhoso que temos pelas pessoas, principalmente aquelas que mais gostamos.
Segundo a entrevistada, este vocábulo é usado por quase todas as pessoas da comunidade e desde as primeiras famílias que vêm falando desta forma, quando queremos expressar nosso carinho pelas pessoas.
Autor – Gilamra Nascimento Rodrigues
Data - 25/05/2006
Idade - 13 anos
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LOCAIS E REGIONAIS
“TIBE DO JEITO”
Falar é expressar sentimentos e manifestar o que vivenciamos no dia-a-dia.
A expressa o’tibe’ sempre foi usada por nossas pessoas para indicar uma admiração de forma engraçada e que não machuque a quem está se referindo.
Segundo a entrevistada, esta expressão sempre foi dita por seus familiares, e desde criança ela aprendeu e hoje continua dizendo e ensinando também aos outros.
Não importa como falamos, o que mais importa é a mensagem que queremos transmitir.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 12/05/2006
Idade - 11 anos
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LOCAIS E REGIONAIS
“DEIXA DE SER ARIGÔ, PARECE QUE NUNCA VIU GENTE!”
D. Socorro diz que esta expressão sempre foi usada para mostrar, principalmente aquelas pessoas menos esclarecidas, ou mesmo que se sente vergonha de apresentar-se.
É também uma forma de corrigir alguém, para que fique mais ligada e não continue cometendo tantos erros ou ignorância.
Costumeiramente este vocábulo é dito por grande parte da comunidade: crianças, jovens e principalmente adultos.
Falar assim é mostrar que não precisa ser tão ‘arigô’ nos dias de hoje.
Autor – José Valderi Nascimento
Data - 25/06/2006
Idade - 33 anos
Texto da Ficha 8
HISTÓRIAS LOCAIS
“SÃO JOSÉ DO ROCHA”
A 10 km da sede do Município de Cruz, com apenas 50 famílias, próximo da localidade de Belém, está situado em terreno plano, com uma vegetação de cajueirais. Suas famílias vivem basicamente da agricultura.
São José do Rocha é assim chamado devido ao Sr. Chagas Rocha, o primeiro proprietário desta comunidade, pois já existia o nome são José, e para não confundir com outros lugares que também tinham o mesmo nome, o Sr. Francisco Serafim registrou em cartório esta localidade com o nome de São José da Rocha.
Comunidade pequena mas de gente pacata e que se preocupa com suas crianças e adolescentes na formação da vida e no respeito à sua cultura.
Autor – Francisca Michelle Magalhães
Data - 02/07/2006
Idade - 12 anos
Texto da Ficha 8
HISTÓRIAS LOCAIS
“COMUNIDADE DE CÓRREGO DA POEIRA”
A Comunidade de Córrego da Poeira localiza-se a 12 km da sede do Município, tem uma população de aproximadamente cento e poucas pessoas de cinqüenta famílias. Sua principal vegetação são os cajueiros e o acesso é estrada carroçal que liga Cruza Jijoca. O povo da comunidade vive basicamente da agricultura.
Desde muito tempo a comunidade era conhecida pelas primeiras famílias - Joaquim Luiz da Silveira e Ana Francisca de Albuquerque; Raimundo Luiz da Silveira e Izabel Francisca da Silveira – como Córrego da Ipueira. Mas com o passar dos anos, o córrego que banha a comunidade sempre secava na época do verão e nos anos de seca também não criava água, ficando apenas poeira, então começaram a chamar Córrego da Poeira, e assim hoje a comunidade é conhecida.
Atualmente a comunidade conta com escola pública atendendo as crianças e adolescentes, um chafariz, energia elétrica e um telefone público adquiridos com o Projeto São José, do Governo Federal.
A população é pequena. As crianças e adolescentes estudam na própria comunidade. Os jovens concluem o Ensino Médio na sede do Município, e são poucos os que conseguiram concluí-lo.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 02/06/2006
Idade - 11 anos
Texto da Ficha 8
HISTÓRIAS LOCAIS
“LAGOA DOS CABOCLOS”
Situa-se a 15 km da sede do município de Cruz com aproximadamente 60 famílias, limita-se ao sul com a cidade de Bela Cruz.
É assim conhecida devido alguns caçadores que vinham por entre as matas e ao ouvirem o barulho de mata-pássaros foram até p local e tamanha foi a surpresa: uma lagoa! Então a partir daí começaram a visitar mais vezes, gostaram e fixaram moradia no lugar encontrado. Por serem senhores de pele escura e por terem encontrado a Lagoa, o povo que começara a habitar sempre dizia:
- Vamos à Lagoa dos Caboclos. E assim ficou na história e na memória de todos: Lagoa dos Caboclos.
As primeiras famílias foram: Luís José Francisco Malaquias, Manoel Cordeiro, Zé Cardoso e Zé Antônio, desta família hoje a comunidade hoje faz parte,sobrinhos, netos ou mesmo parentes.
Atualmente a comunidade conta com uma escola pública que atende crianças de pré-escola, um chafariz público, energia elétrica e casa de farinha comunitária - graças à Associação de moradores -, atendimento médico uma vez por semana através do Programa Saúde da Família (PSF).
A comunidade vive basicamente da agricultura, sendo que as mulheres desenvolvem o crochê. Os jovens, como nos demais lugares, preocupam-se com um futuro melhor e vão embora trabalhar em São Paulo, mesmo que não seja o melhor para eles, mas ‘arriscam a sorte’. As crianças estudam basicamente para concluir o Ensino Fundamental e Médio, sendo que poucos chegaram ao Ensino Superior, pois as condições financeiras não são suficientes.
Muitos costumes já foram esquecidos, mas mesmo assim ainda prevalece a visita às famílias nos finais de semana ou à noite, a maneira de expressar-se, as comidas típicas, as farinhadas, o modo de vestir-se (os mais idosos), etc.
Viver na comunidade só me faz bem, por isso precisamos cuidar para que nossos descendentes possam desfrutar de um lugar saudável e capaz de viver com dignidade.
Autor – Gilmara Nascimento Rodrigues
Data - 25/05/2006
Idade - 13 anos
Texto da Ficha 10
INSTITUIÇÕES E ENTIDADES LOCAIS
“ASSOCIAÇÃO DEPAIS E MESTRESDA ESCOLA DE CÓRREGO DA POEIRA”
A Associação de Pais e Mestres da Escola foi criado no ano 2000. É uma Associação de fins sociais e não lucrativos, que terá duração por tempo indeterminado.
A Associação tem por finalidade geral colaborar na assistência e formação do educando, por meio da aproximação entre pais, alunos e professores, promovendo a integração: Poder Público, comunidade, escola e família.
“Através desta Associação a escola passou a ter mais autonomia, principalmente de como gastar os recursos disponíveis da mesma. É com a participação dos pais, alunos e professores que decidimos como e o que comprar para a escola, de forma bem democrática e de acordo com o interesse de todos”, afirma o diretor.
Por ser este elo de tanta importância para a escola que a Associação se mantém viva e atuante, colaborando com a formação das crianças e adolescentes desta escola e comunidade.
Autor – Patrícia Charlene Nascimento
Data - 21/06/2006
Idade - 13 anos
Texto da Ficha 10
INSTITUIÇÕES E ENTIDADES LOCAIS
“ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA”
A Associação dos Agricultores de Lagoa dos Caboclos e Comunidades Vizinhas é uma instituição sem fins lucrativos que foi fundada em 1994, por iniciativa dos moradores daquela comunidade com o apoio do Sr. Chico Sousa, tendo como objetivo maior reunir o povo da comunidade para melhor viver e através da entidade adquirir projetos para beneficiá-los. Atualmente continuam as reuniões mensais para se discutirem os problemas da comunidade e procurar solucionar juntos.
Através da Associação, junto com o Projeto São José, foi adquiridas uma casa de farinha comunitária e energia elétrica para todas as famílias.
É um importante espaço na comunidade para que possamos reivindicar um melhor desenvolvimento para todos que ali moram: crianças, jovens, adolescentes e idosos.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 30/06/2006
Idade - 11 anos
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS E EVENTOS
“FOGUEIRAS DE JUNHO”
Nome da Manifestação Cultural ou Evento: Fogueiras
Apesar de ser um costume muito antigo a comunidade de São José da Rocha ainda preserva a cultura de no mês de junho comemorar os santos Antônio, João e Pedro, com as fogueiras.
Não é mais tão divertido como antes quando as famílias se reuniam nos terreiros ou iam para as casas um dos outros para “brincar na fogueira”, passar fogo para assar peixe, fazer “pulatricas” pra ver quem ia se casar, colocar folhas de quartazeira (uma planta da comunidade) para estralar na fogueira como se fosse foguetes, mas, continua na época o mesmo costume de acender a fogueira e ficar um pouco assistindo queimar.
Não podemos deixar morrer este costume, pois através dele voltamos à época de nossos antepassados.
Autor – Francisca Michelle Magalhães
Idade – 12 Anos
Data – 18/06/2006
FICHA 1
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS E EVENTOS
“ARRAIÁ DAS FÉRIAS”
Nome da Manifestação Cultural ou Evento: Quadrilhas Juninas
É animação, é festa da comunidade, é mais um arraiá para animar a todos: crianças, jovens e adultos!
O pátio da escola é o palco desta manifestação cultural, que há alguns anos foi esquecida, mas que desde 1995, por incentivo dos que fazem a escola (alunos, funcionários e pais) é que vem, a cada ano, sendo resgatada as quadrilhas juninas. E como fazemos no mês de julho, nossa manifestação recebeu o nome de “Arraiá das Férias”.
A cada ano, logo no mês de maio, começam os preparativos para a festa. Alunos e professores cuidam de formar pares, ensaiar passos e preparam-se para comemorar.
Chegou o dia da festa, toda a comunidade participa e colabora para que possa tornar-se mais animada e atraente, uns de forma direta e outros indiretamente, mas todos colaboram.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Idade – 11 Anos
Data – 08/06/2006
FICHA 1
MANIFESTAÇÕES CULTURAIS E EVENTOS
“LOUVORES A MARIA”
Nome da Manifestação Cultural ou Evento: Novenas do Mês de Maio
Comunidade unida mais um ano para celebrar os louvores a Maria Mãe de Deus e nossa mãe. Desde 1970 começou os louvores à Mãe de Deus nesta comunidade, por iniciativa dos senhores dirigentes da palavra de Deus Francisco Serafim, Benedito Malaquias, Pedro Antônio e demais pessoas da comunidade.
A novena começa sempre com um cântico mariano depois é feito a recitação do Santo Terço com a participação de todos que estão na novena. Em seguida é feito a leitura do dia e comentada. Após a ladainha e a Salve Rainha é feito o cântico final e a benção das famílias.
Durante todo o mês é uma animação, pois as novenas acontecem nas casas das famílias e no final do mês, todos estão prontos para o dia do oferecimento das flores, ou seja, o dia da coroação de Maria, com crianças vestidas de anjos, jovens fazendo apresentações e toda a comunidade participando.
Atualmente já está um pouco menos participativa as novenas, mas mesmo assim continuam os louvores à nossa mãe maior Maria Santíssima.
Autor – Márcia Tânia Rodrigues
Idade – 14 Anos
Data – 10/05/2006
Texto da Ficha 2
OFÍCIOS E MODO DE FAZER
“BORDAR PARA ENFEITAR”
Nome da Manifestação Cultural ou evento: Bordado à Mão
Maria do Socorro Sousa Nascimento, casada, aposentada, 64 anos não esquece de sua arte com linha, agulha e tecido: o bordado feito à mão.
Recebia as peças de tecidos com desenhos feitos a lápis e tudo começava com uma agulha fina e linhas coloridas, dando vida a um desenho. Quando tudo estava pronto para dar um melhor acabamento, colocava-se em uma calda de goma (grude) e passava o ferro em baixo vapor para que aquela arte ficasse perfeita, capaz de ser usada para enfeitar roupas de crianças, camisolas, etc.
“Sempre bordei com minha cunhada, era uma descontração, mas também uma forma de ganhar um dinheirinho extra para ajudar em casa. Atualmente não bordo mais, pois quase não existe o bordado à mão e sim em máquinas”, para que o serviço seja mais rápido, cona a entrevistada.
“Mesmo assim não esqueço que minhas frágeis mãos faziam lindos desenhos e contribuía para muito mais pessoas”, conclui D. Socorro.
Autor – José Valderi Nascimento
Data - 25/05/2006
Idade - 33 anos
Texto da Ficha 2
OFÍCIOS E MODO DE FAZER
“RITA E SUAS LINHAS DE PESCAR”
Nome da Manifestação Cultural ou evento: Rede de Pescar
Quem chega em Lagoa dos Caboclos e quer conhecer ou comprar linhas de pescar é muito fácil, basta procurar Rita de Cássia ou Rita Vieira uma moça idosa que mora com seus irmãos e sempre fez esta maravilhosa arte com linhas de naylon, agulha, tabuleta (régua) de tábua, para melhor ajudar os pescadores, para que possam com mais facilidade pescar o sustento de suas famílias.
D. Rita diz que sempre fez como um meio de sobrevivência, pois o trabalho feminino quase não existia naquela comunidade, somente na ajuda da casa com a mãe, então sempre que era solicitada fazia com grande alegria, pois também gostava do serviço e ficava maravilhada quando via pronto e recebia seus trocados.
O que deixa um pouco triste é que algumas pessoas, não pagavam direito ou mesmo enganavam. Mesmo Assim ainda está disposta para prestar tal serviço, apesar da visão um pouco cansada.
“A vida segue, mas infelizmente nos dias de hoje não há tanta procura por minha arte, mas sei que contribuí muito”, conclui.
Autor – José Valderi Nascimento
Data - 05/06/2006
Idade - 33 anos
FICHA 2
OFÍCIOS E MODO DE FAZER
“MINHA VARANDA”
Nome da Manifestação Cultural ou Evento: Varanda
Em São José do Rocha existe uma mulher artista por seu trabalho com agulha e fio, é D. Neta, que desde criança aprendeu o ofício de fazer crochê apenas vendo sua mãe e irmãs fazendo.
Segundo a entrevistada, gosta de fazer a varanda porque está contribuindo também para outras pessoas, pois assim enfeitará redes de muitos: ricos, pobres, etc. Sabe que seu trabalho se espalha por muitos lugares e é uma forma de ganhar um pouco para ajudar a família.
Assim como ela, existem muitas mulheres nesta comunidade que se destacam pelo belo trabalho que fazem do fio, transformando-o numa bela varanda.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Idade – 12 Anos
Data – 02/05/2006
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“BORDAR PARA ENFEITAR”
São José da Rocha, a 12 km da sede do Município. A casa do Sr. Francisco foi construída no ano de 1976, feita de pau-a-pique, e é a casa mais antiga da comunidade. Para a família é um patrimônio deixado pelos seus pais Francisco Serafim (in memorian) e a viúva D. Geralda. Lá aconteceram novenas, leilões, cantorias, celebrações e era o espaço em que a família reunia-se para conversar e divertir-se.
Segundo o entrevistado ,o Sr. José Francisco, filho mais velho da família, a casa não será demolida, pois é um patrimônio para a família e a comunidade por ser tão simples mas que por trás de toda simplicidade tem uma história de uma família que com dificuldades ali viveu, cresceu e progrediu.
Atualmente encontra-se fechada, usada somente como depósito da casa vizinha de um dos filhos do casal.
É importante que todos procurem conhecê-la para também preservá-la e ter como centro de atenção da comunidade.
Autor – José Valderi Nascimento
Data - 14/06/2006
Idade - 33 anos
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“ESCOLA DE CÓRREGO DA POEIRA”
A Escola de Ensino Fundamenta Raimundo Luís da Silveira, de Córrego da Poeira, Cruz – Ce, fica a 12 km da sede do Município. Foi fundada no dia 03/06/1990 na gestão do prefeito Antônio Raimundo de Araújo Neto por vontade da comunidade com incentivo do Sr. Joaquim Malaquias.
Atualmente a escola conta com 114 alunos, desde de a Pré-escola até a 8ª Série. O quadro de funcionários é composto por 10 professores, 07 auxiliares de serviços gerais e 01 diretor.
Antes da construção da Escola, as aulas funcionavam na casados professores ou em casas desocupadas da comunidade, o que atrapalhava um pouco o trabalho.
A sede da escola só trouxe benefícios para a comunidade, pois além das aulas, a escola funciona também como prédio comunitário, onde acontecem novenas, missas, celebrações, quadrilhas, reuniões, etc.
A escola tem como principal função desenvolver um trabalho de conscientização de nossas crianças, adolescentes, jovens e comunidade para o conhecimento e vivência da leitura, da escrita, da ética e da cidadania.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 16/06/2006
Idade - 11 anos
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“CASADE FARINHA COMUNITÁRIA”
A casa de farinha comunitária localiza-se na comunidade de lagoa dos Caboclos, a 15 km da sede do Município. Construída no ano de 1996, por meio da Associação Comunitária e Projetos São José, é um importante prédio da comunidade, pois é lá que as famílias podem fazer suas farinhadas pagando uma pequena taxa para a manutenção da mesma, enquanto que em outras casas de farinha particular o preço é bem maior.
Por ser um prédio de todos, é preciso preservá-lo para que possa ficar para aqueles que ainda virão, ou seja, nossos adolescentes.
É um importante lugar para a comunidade, pois é através do esforço e organização de todos que hoje ele continua sendo este espaço comunitário de muito valor para nossa comunidade.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 30/06/2006
Idade - 11 anos
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“MINHA MÃE LAGOA”
Localizada na comunidade de Lagoa dos Caboclos, deu nome a este lugar e é como uma mãe pois é dela que muitos tiram o sustento para sua família, tomam banho, fazem plantações, os animais usam, enfim, está disponível para todos.
Atualmente está com pouco nível de água devido à época escassa de chuvas, ficando na época do verão que seca. Mesmo assim os moradores a aproveitam para o plantio de capim em suas margens, para mais tarde alimentar os animais. Ao usá-la para saciar sua sede, também poluem a água com sua fezes e urina.
Precisamos ser cuidar melhor do patrimônio que deu origem ao nome de nossa comunidade para que não seja um dia palco de desprezo e abandono.
Autor – Maria Tânia Rodrigues
Data - 30/05/2006
Idade - 14 anos
Texto da Ficha 3
LUGARES, PRÉDIOS E CONSTRUÇÕES
“EEF FRANCISCA MEDEIROS VASCONCELOS”
Situada na comunidade de lagoa dos caboclos, Cruz-Ce, a 15 km da sede do Município.
A escola foi construída no ano de 1988, por vontade da comunidade na gestão do Sr. João Muniz Sobrinho. Recebeu o nome de Francisca Medeiros de Vasconcelos por ter sido ela a primeira professora da comunidade. Todos concordaram com o nome. Seu terreno foi doado pela família do sr. Pedro Rodrigues (in memorian).
É o ponto central da comunidade, pois além de aula é usada também para reuniões, novenas, celebrações, quadrilhas e atualmente local onde o médico do Programa Saúde da Família atende a comunidade.
Durante muitos anos funcionou com várias turmas de alunos. Mas com o passar dos anos os alunos forma diminuindo e sendo transferidos para outras escolas. Hoje funciona apenas uma turma de educação Infantil.
Para a comunidade é um importante prédio, pois é um ponto de referência para todos. A entrevistada sente-se muito realizada pelo trabalho que desenvolve, pois faz porque gosta de ver as crianças crescerem e um dia vê-las com uma formação.
Autor – Gilmara Nascimento Rodrigues
Data - 05/08/2006
Idade - 13 anos
Texto da Ficha 4
LENDAS, CAUSOS, SUPERSTIÇÕES E CURIOSIDADES
“O PORCO DO CÓRREGO”
Passando altas horas da noite, sozinho, pelo Córrego do São José do Rocha não é de se estranhar quando vemos um enorme porco se aproximando de você como se quisesse lhe pegar. Logo fica-se com muito medo e vontade de correr, mas rapidamente desaparece como se nada estivesse acontecido.
Parece mentira,a mas o entrevistado disse que viu mais de uma vez como também muitos que por lá passam sozinhos à noite.
Acredite se quiser. Caso contrário, vá conferir se existe mesmo ou não.
Autor – Francisca Michelle Magalhães
Data - 20/06/2006
Idade - 12 anos
Texto da Ficha 4
LENDAS, CAUSOS, SUPERSTIÇÕES E CURIOSIDADES
“ENCRUZILHADA”
Ao passar por uma encruzilhada (local onde duas estradas se cruzam) nunca esqueça de fazer o sinal da cruz, pois ali é um local onde tudo pode mudar o destino de sua vida.
O mal existe e procura as pessoas para poder derrotá-las. Se não estivermos em paz com Deus, as coisas do mal chegam para nos prejudicar.
Precisamos acreditar que tudo existe, e que não podemos duvidar e é em lugares como encruzilhadas que podemos adquirir a má sorte se não fizermos o sinal da cruz quando passarmos.
Portanto, nunca esqueça de Deus e, principalmente, quando passar em locais como este, cuide-se enquanto ainda é tempo.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 21/06/2006
Idade - 11 anos
Texto da Ficha 4
LENDAS, CAUSOS, SUPERSTIÇÕES E CURIOSIDADES
“FOGO ESTRANHO”
Para aqueles que acreditam, é coisa de dar medo, pois ao andar sozinho, principalmente em noite escura, pode-se observar ao longo de sua frente, um clarão e um barulho como se fosse um carro vindo em sua direção. Ao tentar aproximar-se você não consegue chegar perto, pois o mesmo desaparece sem que ninguém o veja passar.
Para o entrevistado, isto é apenas para quem acredita que existam coisas fantásticas. Para ele, não existe de verdade estas imaginações, apesar de já ter visto algo parecido. Mas acredita que existe Deus para protegê-lo de algo diferente e portanto não dar muita crença.
Autor – Francisca Michelle Magalhães
Data - 30/06/2006
Idade - 12 anos
Texto da Ficha 5
BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS INFANTIS
“MINHA BONECA, MINHA FILHA”
Brincar é ainda uma forma de encontrar-se com os colegas e poder desfrutar de uma vida mais saudável.
Com paus, galhos de árvores e papelão são feitas as casinhas de boneca. Uma casa de verdade, lá tem de tudo: fogão, cama, mesa, tv etc. Tudo na imaginação de quem está brincando, as bonecas choram, falam, apanham, ficam doentes, fazem aniversário e tudo que uma mãe e seus filhos vivenciam a cada dia.
Precisamos resgatar nossa cultura para que mais tarde os outros possam conhecer e valorizar nossos costumes.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 08/06/2006
Idade - 11 anos
Texto da Ficha 5
BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS INFANTIS
“MEU CAVALO DE BRINCAR”
“Brincar é muito bom, principalmente quando o brinquedo é feito por quem brinca”, explica Hemerson, um menino de oito anos, nascido na comunidade de Córrego da Poeira, deste Município.
“Pego os talos nas carnaubeiras, tiro todos os espinhos com uma faca (e a ajuda de meu pai) e faço meu cavalo de brinquedo, enfeito com orelhas, olhos e cabresto, uma corda que amarro para que ele fique mais engraçado e na imaginação se torne um cavalo de verdade”.
“Gosto de brincar porque é muito divertido e posso assim tornar minha vida mais feliz”.
Autor – Francisca Michelle Magalhães
Data - 14/06/2006
Idade - 12 anos
Texto da Ficha 5
BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS INFANTIS
“PULAR ELÁSTICO”
A brincadeira traz a paz e a felicidade para os que brincam e até mesmo para quem assiste.
Pular elástico é a brincadeira favorita das meninas desta localidade, principalmente na hora do recreio da escola. Com um elástico feito um círculo, duas pessoas seguram aos pés, em forma oval e quase fechado, enquanto que o brincante pula para dentro e para fora;depois com um pé só, em seguida com os dois pés e por último entrelaçando o elástico nas pernas.
Depois de cada sessão dessas, o elástico vai sendo subido dos pés para as canelas de quem o segura, repete cada passo e depois, para aumentar o desafio, o elástico é colocado na cintura de quem o segura. Será vencedor quem conseguir fazer todas estas etapas sem errar.
“Gosto de brincar porque me deixa mais feliz”.
Autor – Francisca Michelle Magalhães
Data - 14/06/2006
Idade - 12 anos
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“SÃO JOÃO, O SANTO DA COMUNIDADE”
Na comunidade de São José da Rocha encontra-se um lugar no meio do mato que é considerado por muitos, ou quase todos, um lugar ‘santo’, porque em 1960 ter sido encontrado um corpo de uma pessoa que foi assassinada a pauladas por um acompanhante, informando o caminho por umas veredas, dizendo ser mais perto.
O João era um rapaz que tinha alguns tostões e vinha de Cruza a Jijoca e um homem de nome Luiz Ernesto, cheio de inveja, o acompanhou e nomeio do mato o matou a pauladas. Um senhor que andava caçando passarinho deparou-se com um corpo estendido no chão todo ensangüentado. Tomou um susto, correu e chamou testemunhas. Veio muita gente. Chamou-se a polícia e depois de identificada, a vítima foi entregue aos seus familiares em Jijoca. Enquanto outros policiais procuraram o bandido e o prenderam.
A comunidade toda comoveu-se, fizeram um pequeno túmulo no local e a partir de então passaram a chamar o ponto de “São João”.
Muitos fazem promessas e depois de agraciados vêm pagá-las, fazendo celebrações, terços ou mandam rezar missas.
Na comunidade há muito que o veneram como um grande santo.
Autor – Patrícia Charlene Vasconcelos
Data - 03/07/2006
Idade - 14 anos
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“SÃO JOÃO, O SANTO DA COMUNIDADE”
Raimundo Luiz da Silveira nasceu em 1876. Filho do Sr. Luiz José da Silveira e da Sra. Maria Joaquina da Conceição, teve 22 irmãos e casou-se em 1902 com D. Isabel, que era conhecida por ‘D. Bila’. Deste casal nasceram nove filhos.
Morou primeiramente em Poço Doce, na época era muito pobre, sua casinha era de palha. Depois veio morar no Córrego da Poeira até o ano de 1942. Homem corajoso e lutador pela vida, trabalhou na agricultura e na pecuária, onde se desenvolveu mais, chegando a possuir muitos currais de gado – 300 rezes -, tornando-se assim o homem de mais posses de Córrego da Poeira.
Possuía muitas posses desde Córrego da Poeira até Poço Doce e também nas localidades de Aroeira e Bacia Nova e no Sertão, aonde todos os anos levava seu rebanho bovino para passar o inverno. Possuía ainda seus cavalos estradeiros conhecidos por ‘cavalos de sela’. Deixou a fazenda com alguns filhos por alguns anos e foi morar em Bela Cruz. Em 1958 voltou ao Córrego da Poeira e ficou viúvo em 27de julho de 1958.
Como já vimos, era um homem de posses. Casou-se novamente, agora com a Sra Geralda e repartiu a herança com seus filhos, ficando quase sem nada. Volta a morar em Poço Doce já com 87 anos e no dia 29 de maio de 1963 deixou D. Geralda viúva, sendo seu sepultamento na cidade de Bela Cruz.
Autor – Patrícia Charlene Vasconcelos
Data - 09/06/2006
Idade - 14 anos
Texto da Ficha 6
FIGURAS POPULARES
“LUIZ RODRIGUES DO NASCIMENTO - ZABÁ”
Luiz Rodrigues do Nascimento nasceu em 1923, natural de Lagoa dos Caboclos. Tinha apenas 1 metro e pouco de altura, viúvo, casinha de pau-a-pique, vive praticamente sozinho durante o dia. Faz seu almoço, capina no quintal da casa e à noite dorme na casa de um de seus três filhos.
Seu Zabá, como é conhecido, é filho de Torcato José e D. Faustina. Homem lutador pela vida, viveu somente da agricultura e levou sempre uma vida muito simples, tem uma maneira engraçada de alar e é por isso que muitos gostam do seu jeito de ser.
Por ser este senhor que sempre viveu humilde e que deu um bom exemplo de vida, como ainda hoje é, torna-se uma figura bastante popular daquela comunidade, como também por sua estatura, apenas 01 metro de comprimento.
Procure conhecê-lo e aprender com ele o verdadeiro sentido da vida.
Autor – Patrícia Charlene Vasconcelos
Data - 03/07/2006
Idade - 14 anos
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LOCAIS E REGIONAIS
“CADÊ MINHA ZAPRAGATA?”
“Desde criança sempre escutei meus pais dizendo esta expressão quando queriam os chinelos: ‘Cadê minha zapragata?’Eu achei aquilo tão bonito que comecei a imitá-los”, comenta a entrevistada.
Sempre foi um costume bem antigo e atualmente algumas pessoas mais idosas falam assim. Já os mais novos, quando usam este vocábulo é apenas uma maneira divertida de fazerem os outros rirem.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 12/05/2006
Idade - 11 anos
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LOCAIS E REGIONAIS
“DEIXADESER MARRUÁ, MENINA!”
Para a entrevistada, esta expressão sempre foi e continua sendo usada ainda hoje, quando pede-se para alguém fazer algo e este não faz como deveria ser, ou mesmo comete erros, então a resposta é: “Tu é mermo marruá!” Aprendeu quando era criança, em casa com a família acostumou-se e hoje usa sempre, assim como grande parte da população da comunidade.
“Gosto de falar assim para que a pessoa possa sentir que está errada ou mesmo é capaz de fazer as coisas direito”, comenta a entrevistada.
Autor – Francisca Michelle Magalhães
Data - 23/06/2006
Idade - 12 anos
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LOCAIS E REGIONAIS
“MINHA FIA”
O respeito que se sente pelos outros é recebido em dobro.
A expressão ’minha fia’ significa um sentimento carinhoso que temos pelas pessoas, principalmente aquelas que mais gostamos.
Segundo a entrevistada, este vocábulo é usado por quase todas as pessoas da comunidade e desde as primeiras famílias que vêm falando desta forma, quando queremos expressar nosso carinho pelas pessoas.
Autor – Gilamra Nascimento Rodrigues
Data - 25/05/2006
Idade - 13 anos
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LOCAIS E REGIONAIS
“TIBE DO JEITO”
Falar é expressar sentimentos e manifestar o que vivenciamos no dia-a-dia.
A expressa o’tibe’ sempre foi usada por nossas pessoas para indicar uma admiração de forma engraçada e que não machuque a quem está se referindo.
Segundo a entrevistada, esta expressão sempre foi dita por seus familiares, e desde criança ela aprendeu e hoje continua dizendo e ensinando também aos outros.
Não importa como falamos, o que mais importa é a mensagem que queremos transmitir.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 12/05/2006
Idade - 11 anos
Texto da Ficha 7
EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LOCAIS E REGIONAIS
“DEIXA DE SER ARIGÔ, PARECE QUE NUNCA VIU GENTE!”
D. Socorro diz que esta expressão sempre foi usada para mostrar, principalmente aquelas pessoas menos esclarecidas, ou mesmo que se sente vergonha de apresentar-se.
É também uma forma de corrigir alguém, para que fique mais ligada e não continue cometendo tantos erros ou ignorância.
Costumeiramente este vocábulo é dito por grande parte da comunidade: crianças, jovens e principalmente adultos.
Falar assim é mostrar que não precisa ser tão ‘arigô’ nos dias de hoje.
Autor – José Valderi Nascimento
Data - 25/06/2006
Idade - 33 anos
Texto da Ficha 8
HISTÓRIAS LOCAIS
“SÃO JOSÉ DO ROCHA”
A 10 km da sede do Município de Cruz, com apenas 50 famílias, próximo da localidade de Belém, está situado em terreno plano, com uma vegetação de cajueirais. Suas famílias vivem basicamente da agricultura.
São José do Rocha é assim chamado devido ao Sr. Chagas Rocha, o primeiro proprietário desta comunidade, pois já existia o nome são José, e para não confundir com outros lugares que também tinham o mesmo nome, o Sr. Francisco Serafim registrou em cartório esta localidade com o nome de São José da Rocha.
Comunidade pequena mas de gente pacata e que se preocupa com suas crianças e adolescentes na formação da vida e no respeito à sua cultura.
Autor – Francisca Michelle Magalhães
Data - 02/07/2006
Idade - 12 anos
Texto da Ficha 8
HISTÓRIAS LOCAIS
“COMUNIDADE DE CÓRREGO DA POEIRA”
A Comunidade de Córrego da Poeira localiza-se a 12 km da sede do Município, tem uma população de aproximadamente cento e poucas pessoas de cinqüenta famílias. Sua principal vegetação são os cajueiros e o acesso é estrada carroçal que liga Cruza Jijoca. O povo da comunidade vive basicamente da agricultura.
Desde muito tempo a comunidade era conhecida pelas primeiras famílias - Joaquim Luiz da Silveira e Ana Francisca de Albuquerque; Raimundo Luiz da Silveira e Izabel Francisca da Silveira – como Córrego da Ipueira. Mas com o passar dos anos, o córrego que banha a comunidade sempre secava na época do verão e nos anos de seca também não criava água, ficando apenas poeira, então começaram a chamar Córrego da Poeira, e assim hoje a comunidade é conhecida.
Atualmente a comunidade conta com escola pública atendendo as crianças e adolescentes, um chafariz, energia elétrica e um telefone público adquiridos com o Projeto São José, do Governo Federal.
A população é pequena. As crianças e adolescentes estudam na própria comunidade. Os jovens concluem o Ensino Médio na sede do Município, e são poucos os que conseguiram concluí-lo.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 02/06/2006
Idade - 11 anos
Texto da Ficha 8
HISTÓRIAS LOCAIS
“LAGOA DOS CABOCLOS”
Situa-se a 15 km da sede do município de Cruz com aproximadamente 60 famílias, limita-se ao sul com a cidade de Bela Cruz.
É assim conhecida devido alguns caçadores que vinham por entre as matas e ao ouvirem o barulho de mata-pássaros foram até p local e tamanha foi a surpresa: uma lagoa! Então a partir daí começaram a visitar mais vezes, gostaram e fixaram moradia no lugar encontrado. Por serem senhores de pele escura e por terem encontrado a Lagoa, o povo que começara a habitar sempre dizia:
- Vamos à Lagoa dos Caboclos. E assim ficou na história e na memória de todos: Lagoa dos Caboclos.
As primeiras famílias foram: Luís José Francisco Malaquias, Manoel Cordeiro, Zé Cardoso e Zé Antônio, desta família hoje a comunidade hoje faz parte,sobrinhos, netos ou mesmo parentes.
Atualmente a comunidade conta com uma escola pública que atende crianças de pré-escola, um chafariz público, energia elétrica e casa de farinha comunitária - graças à Associação de moradores -, atendimento médico uma vez por semana através do Programa Saúde da Família (PSF).
A comunidade vive basicamente da agricultura, sendo que as mulheres desenvolvem o crochê. Os jovens, como nos demais lugares, preocupam-se com um futuro melhor e vão embora trabalhar em São Paulo, mesmo que não seja o melhor para eles, mas ‘arriscam a sorte’. As crianças estudam basicamente para concluir o Ensino Fundamental e Médio, sendo que poucos chegaram ao Ensino Superior, pois as condições financeiras não são suficientes.
Muitos costumes já foram esquecidos, mas mesmo assim ainda prevalece a visita às famílias nos finais de semana ou à noite, a maneira de expressar-se, as comidas típicas, as farinhadas, o modo de vestir-se (os mais idosos), etc.
Viver na comunidade só me faz bem, por isso precisamos cuidar para que nossos descendentes possam desfrutar de um lugar saudável e capaz de viver com dignidade.
Autor – Gilmara Nascimento Rodrigues
Data - 25/05/2006
Idade - 13 anos
Texto da Ficha 10
INSTITUIÇÕES E ENTIDADES LOCAIS
“ASSOCIAÇÃO DEPAIS E MESTRESDA ESCOLA DE CÓRREGO DA POEIRA”
A Associação de Pais e Mestres da Escola foi criado no ano 2000. É uma Associação de fins sociais e não lucrativos, que terá duração por tempo indeterminado.
A Associação tem por finalidade geral colaborar na assistência e formação do educando, por meio da aproximação entre pais, alunos e professores, promovendo a integração: Poder Público, comunidade, escola e família.
“Através desta Associação a escola passou a ter mais autonomia, principalmente de como gastar os recursos disponíveis da mesma. É com a participação dos pais, alunos e professores que decidimos como e o que comprar para a escola, de forma bem democrática e de acordo com o interesse de todos”, afirma o diretor.
Por ser este elo de tanta importância para a escola que a Associação se mantém viva e atuante, colaborando com a formação das crianças e adolescentes desta escola e comunidade.
Autor – Patrícia Charlene Nascimento
Data - 21/06/2006
Idade - 13 anos
Texto da Ficha 10
INSTITUIÇÕES E ENTIDADES LOCAIS
“ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA”
A Associação dos Agricultores de Lagoa dos Caboclos e Comunidades Vizinhas é uma instituição sem fins lucrativos que foi fundada em 1994, por iniciativa dos moradores daquela comunidade com o apoio do Sr. Chico Sousa, tendo como objetivo maior reunir o povo da comunidade para melhor viver e através da entidade adquirir projetos para beneficiá-los. Atualmente continuam as reuniões mensais para se discutirem os problemas da comunidade e procurar solucionar juntos.
Através da Associação, junto com o Projeto São José, foi adquiridas uma casa de farinha comunitária e energia elétrica para todas as famílias.
É um importante espaço na comunidade para que possamos reivindicar um melhor desenvolvimento para todos que ali moram: crianças, jovens, adolescentes e idosos.
Autor – Francisca Geslane Silveira
Data - 30/06/2006
Idade - 11 anos
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