sábado, 30 de setembro de 2006

Escrevendo o Futuro – 2006 - Poesias

Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Poesias


Solidão, não tem solidão - Poesia Finalista a nível nacional

O lugar que Deus me deu
Por minha terra natal
Não é lá essas grandes coisas
Mas pra mim é especial.

Não sei se é só eu quem vejo
Algum tipo de beleza
Em um lugar que respira
O ar puro da natureza.

Que tem como cidadãos
Um povo acostumado
A sofrer todos os dias
Na dureza do roçado.

Parece até que estou vendo
O João e a Mariazinha
Uma raspando mandioca
Outro mexendo a farinha.
Tem quem viva sonhando
Quem me dera ir pro sul
E a outra se perguntando
Será que vai dar caju?

O meu povo tem cultura
Tem crendice, brincadeiras
E tem como seu jornal
A língua dos fofoqueiros.

Mas apesar disso tudo
Rezam com todo fervor
E juram que são devotos
De São Pedro protetor.

E quando chega o mês de junho
Mês de muita animação
Dançam forró e quadrilha
Comem cocada e baião
Tudo que aqui contei
Faz parte da minha vida
Da minha feliz rotina
Da minha terra querida.

Minha terra que admiro
E quando no coração
Que mesmo com todo esse agito
É chamado “Solidão”.

EEF. Pedro marques da Cunha
Aluna: Eliz Lavinha Costa Nascimento
Série: 5º. Ano
Prof: Nélia Cunha Freitas




O lugar onde vivo

Eu vivo em um bairro
E eu acho legal lá
Tem muito passarinhos
Bem-ti-vi e sabiá.

Perto da minha casa
Mora uma vizinha
Ela todo dia,
Cuida de suas galinhas.

Eu vivo em uma casa
Lá passa carro e avião
Passa carroça e bicicleta
Passa boi e caminhão.

EEF. Filomeno Freitas Vasconcelos
Aluno: Hernando Gérson de Vasconcelos
Série: 5º. Ano
Prof: Adriana Maria Silva Cialdine



Tudo por um amigo

Dizem que eu sou tolo
Por ter ansiedade
Tolos não acreditam
No poder da amizade.

É certo dizer que tolo
Desistem na hora de lutar
Um amigo verdadeiro falo
Vou te acompanhar.

Na tristeza de um amigo
Sou um tolo pra dizer
Onde existe tempestade
A bonança vai nascer.

Se sofrer sofro contigo
Se chorar vou te amparar
Saiba sou teu amigo
Conte com quem precisar.

EEF. Manoel Antônio da Silveira
Aluno: João Elinardo da Silveira
Série: 4º. Ano
Prof: Maria Ivonete de Sousa


Minha cidade

Vamos falar da cidade
Com muita dedicação
Nela há mocidade
Mas também tem ancião

Cruz é uma cidade bela
Não há quem não fale assim
Tem até gente que diz
Que ela parece um castelo

Temos a igreja Matriz
Que é um lugar muito belo
Tem até gente que diz
Que ela parece um castelo

Praças também nós temos
Para fazer nossas festas
Verde nelas nós vemos
Parece uma floresta.

Temos o Posto de Saúde
Bem no centro da cidade
Todos lá tem atitude
E também prioridade.

Cruz na educação
Tem primeiro lugar
Pois o seu coração
É imenso como o mar

Os nossos professores
São todos capacitados
Ás vezes são defensores
Dos pobres nessitados

Tem turismo tem lugar
Para a população
Para o homem que trabalhava
Ser um grande cidadão

Temos a casa da família
Que foi construída agora
E tem gente que admira
Acho que já era hora

Tenho um recado a dizer
Pra nossas autoridades
Ainda há muito o que fazer
Pra melhorar a cidade.

CEB. Maria Pereira Brandão
Aluno: Jaqueline Nágila de Vasconcelos
Série: 5º. Ano
Prof: Vilamar damasceno Sousa


Formosa você é linda

Minha Formosa é linda
Tem beleza natural
Tem o som do passaredo
E o perfume floral.

Eu moro na Formosa
Aqui vivo numa boa
Gosto muito desse lugar
Por que tem uma lagoa.

Este lugar é formoso
Por estar perto do mar
É um local muito belo
Muito bom para morar.

O mar é muito bonito
Cercado de duras de areia
Aqui tem uma paisagem
De encantar até sereia.

O solo deste lugar
É um solo argiloso
Não existe neste mundo
Chão assim tão generoso.

A fonte de renda daqui
É a pesca e a agricultura
Assim todo mundo trabalha
Preservando esta cultura.

Nos meses de maio e junho
É tempo de a rede lançar
Os pescadores contentes
Enchendo o seu samburá.

Quando chega o inverno
É tempo de cultivar o chão
Milho, mandioca, batata
Melancia, jerimum e feijão.

O lugar onde eu moro
É fruto de muita beleza
É lugar muito bonito
Presente da natureza.

EEF. São Paulo
Aluno: Carlos Gelson da Mata Freitas
Série: 5º. Ano
Prof: Fernando Márcio da Silva

Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006 - Memórias

Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias
As páginas da minha vida

Transparecendo grande emoção dona Fátima nos dirigiu, com sábias palavras, as experiências vividas na sua infância. Como antes era diferente! Eu vivia com minha madrinha, uma mulher fervorosa que ensinou-me as melhores coisas: a trabalhar nos afazeres domésticos, á respeitar os mais velhos e a ser uma pessoa do bem.
As brincadeiras eram mais divertidas e alegres. A gente brincava de bonecas, em sua maioria feita de tecidos e algumas poucas louças. As moças juntavam-se nas noites de lua clara para brincar com os rapazes de advinhas, anedotas, contar histórias... uma vez por outra saia uma paquera, mas não podia namorar porque se os pais soubessem não deixavam a gente sair de casa por um bom tempo.
Quando acontecia uma festa na comunidade vestia-se as melhores e mais decentes roupas. Tinha as vestimentas de ir para a missa. Que eram vestidos compridos de mangas e infetados com renda. Nos valores que são tão importantes na formação cultural de uma localidade.
Havia dentro da comunidade um sentimento de afeição e respeito uns para com os outros. Todos se conheciam, cumprimentavam-se e solidarizavam com os mais gestos da partilha, contrário ao individualismo dos nossos dias.
Os estudos eram poucos e difíceis. Naquele tempo, a gente decorava a lição é quem não soubesse apanhava dos colegas sem contar com o castigo que recebia da professora. Hoje a Escola é bem mais fácil e acessível a todos. Há espaço para a participação do aluno, o desenvolvimento de suas habilidades e valorização dos conhecimentos adquiridos com as pessoas mais experientes.
Essas são as memórias que protagonizaram a história de vida de uma determinada senhora que se orgulha em repassá-la aos seus descendentes.

Escola EEF. João Evangelista Vasconcelos
Aluno: Ângela Jany do Nascimento
Série: 5º. Ano
Prof: Maria Maiza de Freitas



Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias


As lembranças do meu passado

Eu lembro que as pessoas apanhavam algodão, teciam as redes para dormirem, pescavam com o landuar para sobreviver. As casas eram de palha e de pau, distantes umas das outras, hoje são feitas com tijolos, madeira de serraria e bem próximos. O material que usavam na cozinha eram de barro, como: pratos, colheres, panelas, bacias etc. Agora tudo mudou, os pratos são de louça e as panelas de alumínio. Antigamente as esponjas que usavam para lavar os pratos eram as folhas das plantas.
Naquele tempo capinavam muito nos roçados, plantavam feijão, milho e mandioca, hoje, até que ainda plantam, mas não como antes.
As águas eram sujas, tomavam banho com ela assim mesmo. Para beber coavam no pano limpo e botavam no pote de barro. Atualmente temos água limpa e boa que vem diretamente da Cagece. Lembro que pegavam as tripas do gado e de porco para fazer o sabão, este era usado para lavar roupas, essas eram sacos e de couro. Hoje é diferente, as pessoas só andam com roupas boas e bonitas.

Fico lembrando daqueles tempos, portanto, hoje vivo melhor, portanto, hoje vivo melhor e sou feliz.

Escola EEF. João Evangelista da Cruz
Aluno: Francisca Raquel Nascimento
Série: 4ª
Prof: Maria Elizangela de Araújo



Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias


O Lugar onde vivo

O lugar onde eu vivo é muito especial, chama-se Cedro é maravilhoso, aqui a natureza é um paraíso natural, este lugar é tranqüilo, as pessoas são humildes, não existe violência.
No passado não existiam escolas neste lugar, mas havia um homem bom que pagava uma professora para que as crianças aprendessem cantorias, das farinhadas, pescarias, das prosas na varanda e do moinho de moer cana.
As crianças daquela época eram mais inteligentes e educadas, tinham brinquedos e brincadeiras diferentes e não respondiam seus pais.
Antigamente aqui existia muita fartura, todos plantavam e colhiam em abundância, nossa água diminui por causa da poluição.
O futebol era o preferido da época, não tínhamos campo, fardamento, nem bola oficial, mais mesmo assim o esporte era essencial.
Naquele tempo tudo era maravilhoso se pudesse voltar certamente reviveríamos passagem felizes.

Escola: EEF Artidouro Mendes de Sousa
Aluno: Janaele Bruna da Silveira
Série: 5º. Ano
Prof: Maria Rosa Pessoa







Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias



Terra de encontros

Não nasci nesta comunidade, mas cheguei aqui em 1958. Naquela época tinha poucas casas e existia muito preá, por isso foi colocado este nome. Naquele tempo havia muitas dunas e lagoas. Ainda não existia escola. E os transportes que havia eram: jumento, cavalo, carroça, canoas e também viajávamos a pé. Também não havia igrejas e nem festejos. E se quiséssemos ir a uma festa, tinha que ir a uma localidade vizinha. No passado, os trabalhos eram mais difíceis do que agora. Pois trabalhava tirando corda para fazer redes e também despescando nos currais. A única coisa que não mudou foi o mar, pois continua igual.
Ocorreram muitas mudanças neste lugar. Tudo se tornou mais fácil. Hoje temos: comércios, pois antigamente tínhamos que comprar em outros lugares. Temos também igrejas com festejos religiosos como: São José e São Paulo. Temos ainda: pousadas, escolas, estradas, posto de saúde, etc.
O tempo passou depressa e não tenho saudade de nada do que aconteceu, pois sofri bastante. Guardo apenas lembranças em minha memória.

Escola: EEF Dionísia Maria da Silveira
Aluna: Anaíla Nágila Félix
Ano: 5º. Ano
Prof: Maria Deusimar Prado.



Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias



Travessura de criança

Naquele dia com apenas três anos de idade, eu estudava na Creche Criança Feliz, eu gostava muito de correr dentro da sala de aula, mais uma vez sem perceber que o chão estava molhado eu escorreguei e caí em cima do meu braço, eu chorei muito nesse dia.
Foram chamar a minha mãe, nessa época ela estava grávida de oito meses e ao ver meu braço todo inchado ela não pensou duas vezes me pegou pelos braços e saiu correndo para o hospital. Quando chegamos, bateram um raio x e acusou que estava quebrado em tr~es partes. No mesmo dia fomos para Fortaleza, chegamos lá por volta das oito horas da noite, fomos direto para o hospital onde eu fiquei internada por muito tempo.
Minha mãe não saia de perto de mim, ficava comigo o tempo todo. Em um dos dias que minha mãe estava comigo, ela saiu para ir ao banheiro como fazia todos os dias, mas esse dia foi diferente ao se aproximar do banheiro estava muito liso, ela escorregou e caiu em cima de sua barriga. Isso aconteceu no dia de sexta-feira, passaram-se tr~es dias e ela ganhou nenê, ela teve que sair do hospital para a Casa de Apoio e eu fiquei com minha tia no hospital.
Semanas depois operei meu braço e ainda passei alguns dias no hospital. Depois fui para a Casa de Apoio, onde encontrei com minha mãe e meu irmãozinho, então viemos todos embora.
Essa é a história de uma de minhas travessuras quando pequenina, onde nunca vou esquecer e nem posso, pois fiquei com uma grande cicatriz no meu braço.


Escola: EEF. Filomena Martins dos Santos
Aluno: Luana Géssica Pereira Ribeiro
Ano: 5º. Ano
Prof: Juliana Muniz Ribeiro




Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias


Quando eu era bem pequenina brincava de boneca, na qual era e continua sendo meu brinquedo preferido.
Gostava também de brincar de casinha, vender comidinhas, brincar de elástico, pular corda com minhas amigas e primas. Segundo minha mãe, eu gostava muito da minha vizinha, pois não saía de sua casa; só quando minha mãe ia me buscar. Tinha o esposo da vizinha, que era muito legal e brincalhão; com ele eu me divertia bastante, pois seu Manuel era uma pessoa alegre, que pena, ele morreu, mas mesmo assim, hoje em dia ainda continuo indo em sua casa, pois ficou sua esposa Dona celeste, uma mulher muito inteligente e seu filho Fernando que é meu amigo.
Aqui estou falando da minha infância; minha mãe e meu pai, me ajudaram a recordar todos esses momentos que passei e com certeza vou passar ainda mais, pois moro com meus pais, pertinho dos meus avós, gosto de todo mundo que moram ao meu redor. Hoje tenho 10 anos, estou já bem crescidinha, mas isso não quer dizer que não pratico ainda tudo isso, pois tudo que eu fazia, ainda faço, pois é meu maior divertimento além dos estudos.
Agradeço pela minha infância, que foi uma fase boa, pois eu não esqueci das minhas travessuras; hoje sou diferente, mas lembro ainda de tudo, agora pretendo fazer o que está ao meu alcance para ter um bom futuro.

Escola: EEF. DAS CHAGAS E SILVEIRA
Aluno: Paloma Régia da Rocha
Ano: 5º. Ano
Prof: Maria Elioneide da Silveira Paulo





Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias





O Lugar onde vivo

Nasci no dia 5 de fevereiro de 1997, em Poço Doce I, as 8:15 h da manhã, pesando 2.700 kg. Foi uma alegria para minha família.
Logo depois de alguns meses chegou o dia do meu batizado, meus pais fizeram uma pequena festa, tudo era alegria.
Poucos dias depois meus pais perceberam um pequeno sinal em meu olho esquerdo e após vários exames os médicos descobriram que eu tinha uma doença chamada mangioma.
Os tratamentos foram intensos e longos, mas graças a Deus e á meus pais estou recuperada.
Com 5 anos comecei a estudar, foi muito difícil nos primeiros dias. Com uma semana depois já fui me acostumando, conheci vários coleguinhas e fiz muitas amizades.
Antes era muito diferente, meus avós e meus pais contam que as panelas eram de barro; a concha era feita de quenga de coco, não existia carros, motos, ônibus, etc. Na escola se o professor mandasse fazer um dever e se o aluno não fizesse o professor então dava castigo, colocava-o de joelho em cima dos caroços de milho ou feijão, agora mudou tudo, e o professor não pode fazer isso. Agora estão na 4ª. Série, tenho 9 anos e estudo na escola de Ensino Fundamental Luís Albano da Silveira, adoro estudar, brincar, e até trabalhar. Todos os sábados vou ao catecismo em uma localidade vizinha, chamada Gamileirinha, gosto de rezar, participar de celebrações, missas e a cada dia me sinto mais feliz por ter minha vida saudável e ter pessoas para me ajudar, mas confesso: Nunca esquecerei da minha infância e como tenho saudades.

Escola: EEF Luís Albano da Silveira
Aluno: Francisca Leidiane Silveira
Série: 4ª série
Prof: Terezinha de Jesus Oliveira Freitas



Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias


Minhas lembranças


Naquele tempo era assim não existia moto, carro, bicicleta. Eu ficava sentado na minha cadeira vendo as paisagens, rios e mares, ficava vendo o ar balançando as árvores e secando as roupas.
No tempo passado os filhos respeitavam muito os pais, não se metiam nas conversas dos adultos e não se chamavam palavrões com os pais, os mesmos gostavam muito dos filhos e os filhos dos pais.
Antes, quando as pessoas ficavam doentes, não era possível se consultarem pois, os hospitais eram pagos e só se consultavam quem tinha dinheiro, mas tinha um farmacêutico que se chamava Azevedo, que consultava as pessoas, pois ele já me examinou.
As escolas eram em casa, e não existia professores próprios, em cinco e em cinco meses era um professor diferente, teve uma por qual me apaixonei, paixão de criança, ela me deu um banquinho baixo e todo dia se sentava perto dela.
Hoje fico sentado olhando a destruição que o homem fez, quando olho para os rios não vejo mais como era antes, agora está totalmente diferente, os rios estão todos poluídos, com a chegada do homem. Hoje fico pensando no passado, nas coisas boas e ás vezes fico comparando o passado com os dias atuais.

Escola: EEF. Raimunda Elvira Brandão
Série: 5º. Ano
Aluno: Maria Charliane de Freitas
Prof: Keilla Michell de Sousa






Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias



Minha terra adorada

Nasci e cresci em lagoa velha, desde que nasci, Lagoa velha mudou muito. Era um lugar tranqüilo, com poucas casas de taipa, uma estrada carroçal por onde passava animais de carga e pessoas a pé. Hoje tem um asfalto que dar acesso a outros lugares. Naquele tempo eu ia a pé para a escola, hoje tem transporte escolar. Lagoa velha mudou para melhorar. Atualmente tem colégio, energia, meio de comunicação, móveis, condução e o número de casas também aumentou.
Lembro-me das brincadeiras de roda, os dramas, reisados, piquiniques e das cavaladas com meu pai olhando a paisagem natural e os pássaros a voar no céu azul.
O trabalho era ainda e é ainda a agricultura, eu ajudava meu pai na roça e quando chegava em casa meio dia, o feijão com rapadura nos esperava em pratos e panelas de barro.
A casa onde eu morava, era pequena, de taipa com poucos objetos, uma mesinha e quatro cadeiras de couro, um tucum de palha da carnaubeira, onde eu dormia, um fogão a lenha, e um barquinho de madeira que recebemos as visitas que vinham, contar histórias e charadas nas noites de lua. Aqueles encontros foram substituídos pelos programas imorais e violentos nas televisões. No meu tempo de criança, programa assim eram chamados de “escandelo”.
Naquele tempo a escola era na casa do professor e era uma disciplina rígida como, como assoletrar a carta de abc e o argumento em números, se um aluno não acertasse a tabuada e outro respondesse, o que acertasse dava palmatória na mão do que errasse e quem não respeitasse o professor ficava de joelho na frente dos outros alunos.Hoje alunos têm regalias, transporte, escola, material didático,bolsa escola e mesmo assim não querem estudar. Se eu tivesse esta oportunidade eu teria aproveitado com unhas e dentes.
Hoje com meus 70 anos vivo feliz com meus filhos e netos e sinto-me saudades das serenatas e da tranqüilidade que acabou.

EEF. Bernardino José Vasconcelos
Aluno: Maycon nascimento Vasconcelos
Série: 5º. Ano
Prof: Maria Maisa de Freitas


Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias


Conhecendo a minha história

Nasci e cresci em Córrego da poeira, o qual fazia parte do município de Acaraú, hoje situado no município de Cruz. E o que mais me marcou foi que em 1958, houve uma grande seca. Pois a maioria das pessoas se deslocaram para o Maranhão através de recursos para sobreviverem. Enquanto as que ficaram, passaram necessidades. Mas depois apareceu um serviço do governo ao qual deram o nome bolsão da seca, onde as pessoas que trabalhavam recebiam o nome de “casacos” e em vez de receber dinheiro, ganhavam em troca mercadorias.
Recordo ainda, uma pessoa muito conhecida nessa comunidade, que foi meu tio Raimundo Luiz. Além de ser de maior posse e muito amigo de todos, foi também muito lutador pela vida.
Não esquecendo que a maneira de visitar as pessoas era bastante diferente. Pois eu costumava passear na casa dos vizinhos, onde ficávamos horas e horas conversando e contando histórias. Era aquela animação. E sem contar que ao chegar, era servido um delicioso cafezinho. E hoje a maioria, em vez de visitá-las, preferem ficar em casa, assistindo televisão.
Outra coisa: a maneira de viver, também era diferente. Em se tratando de viagem, lembro que eu viajava para o Acaraú transportando gêneros alimentícios em animais. A viagem era bastante cansativa, mas não tinha transporte. Porém, assim mesmo eu nunca deixava de ir. Também, saia muito a pé para as festas religiosas. Pois quando chegava a época, juntava-se um grupo de pessoas e saia cedo. Mas não achava longe porque a gente ia conversando e quando percebia já estava quase chegando.
Em relação as pessoas doentes, lembro que quando eu adoecia, minha mãe me curava com remédios caseiros. Por não ter médicos na região. Mas mesmo assim, rapidinho eu recuperava minha saúde.
Atualmente as pessoas vivem bem confortadas, conseguindo as coisas sempre com mais facilidade. Pois com o passar do tempo, tudo foi modificando e facilitando a vida de todos.

EEF. Raimundo Luiz da Silveira
Aluno: Gércia Aline Vasconcelos
Série: 5º. Ano
Prof: Maria Célia da Silveira.


Escrevendo o Futuro – 3º Edição – 2006
Memórias


Saudosos tempos de criança

Recordo-me com saudades os meus tempos de criança. Juntava-me com a meninada da rua em que eu morava e brincávamos nas calçadas, de cantigas de roda, pular corda, esconde-esconde e muitas vezes de boneca (estas eram confeccionadas por nós mesmas, com sabugos de milho e algumas de pano).
Algumas noites cantávamos hinos na praça da matriz. A vida era mais tranqüila e as pessoas tinham mais tempo para conversar, dialogar e contar histórias. Costumávamos rezar o terço todas as noites em famílias.
Lembro-me que, em época de carnaval, minha mãe levava-me ao baile á tardinha. Era a vesperal das crianças. Todas se divertiam fantasiados com as mais variadas roupas. Muito confete e papel picado. Mais tarde era o desfile dos blocos. Existiam apenas dois: o bloco dos sujos, onde as pessoas dançavam batendo em latas fantasiadas com roupas de sacos, jogando maisena uns nos outros. O outro bloco era tudo bem organizado, com muito brilho, beleza e elegância. Tinha rainha, porta-bandeira, bateria e muita lantejoula.
Ficávamos nas calçadas observando tudo com muita atenção, os olhos pulando de alegria... Naquela época tudo era diferente. As festas eram tocadas com sanfonas harmônicas. As danças eram o xote e a valsa. Valorizavam-se as cantorias com violas (homens cantando versos improvisados com rimas) e também os reizados (danças folclóricas onde os integrantes se trajavam de animais).
Você pensa que era só os homens que trabalhavam na roça? Engano seu... Mulheres trabalhavam desde o preparo da terra até a colheita, dia após dia, sol-a-sol e não tinha essa de criança não trabalhar. Não freqüentávamos escolas, pois eram muito distantes e precisava pagar. As condições financeiras de nossas famílias eram mínimas e tínhamos que ajudar os pais na agricultura e nos afazeres domésticos. Assim aconteceu comigo e com todas as crianças daquela época.
Sonhávamos muito, apesar da grande responsabilidade que tínhamos, mas brincávamos pra valer. Tínhamos uma vida calma e tranqüila. A infância daquela época tinha um sabor especial! Eram bons tempos... Talvez bem melhores que os modernos. Alguns podem não valorizar “aqueles tempos”, mas a minha memória e as minhas recordações valorizam por demais aquela época, tempos que não voltam mais.
Hoje só restam as lembranças, antigas e amareladas fotografias no baú, o horizonte “a tardinha, os meus cabelos prateados(pintados com o pincel do tempo), minha pele enrugada e o coração cheio de nostalgia, porem, muito feliz. Assim foi a minha infância no lugar em que morava.



Escola: Centro de Educação Básica Paulo Freire
Aluno: Patrícia Vasconcelos Silveira
Serie:4ª.SerieProfessor: Marli Maria Muniz
Texto escrito com base no depoimento da Sra. Maria Ferreira Vasconcelos, 70 anos.

Escrevendo o Futuro – 3° Edição -2006

Memórias

A muito tempo atrás, o lugar, o lugar onde eu morava ou moro era muito pequeno, só tinha duas casas o resto era mato. Quando Valdemar Paulo Ribeiro conhecido como Valdo Ribeiro, casou-se passou a morar neste lugar, então tinha poucos habitantes e uma floresta bastante fechada e poucos trabalhadores, então vinha gente de outros lugares para trabalhar,Valdo Ribeiro dividia uns para plantar cana-de-açúcar, outros para plantar cajueiros e os demais para plantar milho e feijão como também roça. Com o desenvolvimento local trouxe também a origem do nome caldeirão, justamente devido a fabricação de caldo de cana, rapadura, açúcar como também rapadura.
Como o passar do tempo a referida comunidade passou a ser chamada de “Canafístula” devido a existência de uma planta, ou seja, uma árvore encontrada ás margens de um córrego denominada “Canafístula”, essa mudança de nome ocorreu devido a essa planta e o fim da produção dos produtos proveniente da cana de açúcar.
Com o tempo a comunidade desenvolveu-se, surgindo uma escola, um campo de futebol etc. A principal atividade econômica é a agricultura como também o comercio. Hoje nossa comunidade formou-se um pequeno ou médio povoado onde as pessoas estão buscando individualismo onde atrapalha cada vez mais o crescimento local como também humanitária para com a população, desde esses problemas podemos citar o entrosamento local como um lodo.

Escola: E.E.F. Valdemar Paulo Ribeiro
Aluno: José Alex Távora
Serie:4ºSerieProfessor: Maria Edna Lima Silva



Escrevendo o Futuro – 3° Edição -2006
Memórias

Lembranças do meu passado


Nasci e cresci em Cajueirinho, há 70 anos, numa época mais calma e tranqüila. Outrora, era difícil de viver. O lugar não oferecia boas condições de vida. Diante de tantas dificuldades, por muitas vezes, nos deslocávamos para outras localidades á procura de atividades para ajudar no sustento de nossas famílias.
Naqueles tempos, as crianças tinham uma infância bastante sofrida, diferente dos tempos atuais, eram “escravas” de seus pais, porém trabalhavam intensamente para ajudá-los. Os anos passavam devagar e nós aproveitávamos o pouco tempo que nos restava no final da tarde para brincar de galamar, baladeira (estilingue) e pião.
Naquela época, o estudo era difícil, a maioria dos jovens comprava a carta do ABC para aprender a asssoletrar as primeiras silabas, somente depois, conseguiam ler. Por volta dos 40 anos, já casado, tive a oportunidade de estudar o mobral (escola da época).
Levávamos o namoro mais a sério, conversávamos na casa dos pais, casas de farinha e em festas religiosas, tudo com muito respeito, diferente dos dias de hoje.
Viajar não era fácil! Não existiam carros e nem estradas para deslocarmos, só existiam animais ou viajávamos a pé. Era um transtorno infernal para os moradores do lugar, sendo o motivo, a lentidão dos transportes da época.
Antigamente em Cajueirinho era assim. Hoje com o avanço da tecnologia as coisas tomaram outro rumo. Com a chegada dos transportes mais rápido a situação mudou. As crianças perderam o prazer pelas brincadeiras, todas assistem á televisão estando cada vez mais desobedientes e a falta de harmonia modificou a vida das pessoas. Ainda somos uma comunidade humilde, na qual, há muitas transformações que nos fornece melhorias nas localidades.
O tempo passou depressa, sinto saudades dos meus pais, porém, tenho minha esposa, filhos e netos para alegrar meus dias e as lembranças daqueles tempos recatados...


Escola: E.E.F. Maria Filomena Sousa
Aluno: Dara Rayla Medeiros
Serie:4ºSérieProfessor: Vacilda Maria de Sousa

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Escrevendo o Futuro – 3° Edição -2006
Memórias

Vida no campo


Eu nasci em 1945, e desde então moro no Belém. Antigamente a lagoa era muito cheia e algumas pessoas que iam caçar passam por lá para tomar banho. Tinha poucas casas, muitas dela eram de taipa.
A minha família vestia roupas de tecido feito de algodão que era tirado os caroços e fiado no fuso. A primeira calça que vesti foi feita pela minha irmã. Ela fez no tear (uma maquina feita de madeira que de forma artesanal), com os pés e as mãos, se construía os tecidos, os calçados que eu usava eram tamancos de pau feito pelo meu pai. Depois veio ás apragatas (chinelo feito de couro de boi). Hoje em dia as roupas são feitas em máquina de costura e os sapatos são comprados nas lojas.
Na escola onde eu estudava a professora ia pegar água na casa do Sebastião, passava a tempo todo conversando e quando os alunos sentiam a sus falta iam chamá-la. A professora pedia para os alunos ler. Os que não sabiam levava palmatória. Eu graças a Deus nunca levei uma palmada, estudava a lição em casa e tirava notas boas. Eu pensava que a escola não ia acabar na terceira serie, mais foi o jeito. Pois meus pais eram pobres e não tinha condições de comprar roupas e pagar os meus estudos. Já hoje as escolas são públicas, os transportes são de graça, os professores ensinam os alunos na hora que eles precisam e não existe castigo como antigamente. Tudo é diferente!
Muitas coisas já mudaram como: água encanada nas casa (quase não precisam de cacimba). A maioria das casas são de tijolos e os cercados tem muito cajueiro. Tem transportes e estradas de pedra, sem falar na energia elétrica que deixou muitos objetos para ajudar a vida das pessoas.
Moro numa comunidade ainda tranqüila.

Escola: E.E.F. Antonio Gregório do Nascimento
Aluno: Francisca Josiane dos Santos
Serie:4ª.SérieProfessor: Maria Rosimeire dos Santos




Escrevendo o Futuro – 3° Edição -2006
Memórias


O lugar onde eu vivo enche meu coração de alegria, porque é bom saber que eu nasci e estou crescido aqui.
Eu aproveito muito bem ele porque aqui tem vários divertimentos como: a danceteria Badalos e o Estádio Badalão tem muitas eventos como festas, serestas e campeonatos de futebol.
Comemoramos os 31 dias do mês de Maio em louvor a Nossa Senhora. Aqui não é completo porque faltam postos de saúde, quadra esportiva, estradas novas e telefones públicos etc. Estudo na Escola de Ensino Fundamental Santa Cecília, ela é pública e tem 219 alunos, tem um campo de futebol bem a frente. A comunidade está lutando na construção de uma Igreja, logo depois no futuro irão fazer uma praça, temos o prédio da comunidade onde são realizadas as aulas de catecismo. A maior parte de trabalho é a agricultura e a cajucultura é calmo de poucas habitantes e tem várias formas de se viver e da gente ser feliz.

Escola: EEF. Santa Cecília
Aluno: Antônio Elivaldo de Araújo
Série: 5º.ano
Prof: Maria Eveunia Araújo Carvalho

Dicionário de Expressões e Vocábulos

Dicionários de Vocábulos e Expressões Culturais

Caro Cruzense,

Dirijo-me a todos vocês que buscam informações precisas e atuais sobre nossa linguagem coloquial. Este dicionário das Expressões e Vocábulos locais e regionais contém 137 termos e expressões usados habitualmente em nosso município.
Elaborado por crianças e adolescentes de todas as localidades do município, este dicionário contém registro de nossos antepassados (maneira de falar). Portanto, ele irá acompanhá-lo ao longo de sua vida. Assim, sempre que você ouvir alguém falando algo desconhecido, uma palavra diferente, informal, poderá consultá-lo e aprender sempre mais.

Espero que você faça bom uso e cuide muito deste dicionário!

Coordenador da cultura, Agosto de 2006


Dicionário das Expressões Culturais

A

A meu Deus: Expressão falada ao espantar-se ou admirar-se. Muito usada na localidade de Cavalo Bravo.
A pai: Significa preocupação, angustia. Pessoa fala quando está nervosa. Usada na localidade de Poço Doce II.
Abestado: Uma pessoa tola, imbecil. Falada na comunidade de Cajueirinho I, zona rural do município.
Adiantado: Pessoa intrometida, enxerida. Usada com freqüência na localidade de Lagoa dos Monteiros.
Alcova: Palavra usada por pessoas da terceira idade, quando refere-se ao quarto de dormir. Falada na localidade de Pitombeiras.
Amigo da onça: Expressão que significa amigo falso, pessoa traidora. Usada com freqüência na localidade de Lagoa Salgada.
Ariado: Pessoa desnorteada, desorientada. Falada por pessoas da localidade de Belém, Lagoa dos Gregórios e Lagoa Seca.
Arigó: Pessoa que não sabe realizar alguma atividade direito sozinha; Envergonhada. Usada em alguns lugares do município tendo significados diferentes.
Arram: Expressão que significa concordância. Falada na localidade de Cavalo Bravo.
Arre égua: Expressão de admiração e exagero. Algo nojento. Falada na comunidade de Pitombeiras, Caiçara e Sede do município.
Arre porra: Coisa admirável. Expressão usada na localidade de Poço Doce I.
Arria: Palavra usada para designar aquele que está com preguiça ou está fazendo algum trabalho de forma lenta. Falada com freqüência na localidade de Canafístula.
Arrocha menino: Não se sabe como surgiu esse termo, mas é usado em situações onde se requer pressa. Falada na sede do município com freqüência.
Ave Maria: Termo usado em momentos de admiração e susto. Manifestação de Sentimentos. Usado em algumas localidades do município, com significados diferenciados.
Azul de fome: Significa está com muita fome. Usada com freqüência na localidade de Belém.

B

Bem devagarinho viu: Significa ter cautela, fazer tudo devagar. Falado com freqüência na localidade de Cedro.
Bicho enxirido: Quando uma pessoa se insinua para outra. Inconveniente. Usado nas localidades de Cajueirinho I e dos Cazuzas.
Botar na baia: Colocar para uso, começar a utilizar quase que diariamente. Usada nas localidades de Belém e Canafístula.
Botar no mato: Dar ou vender por um valor insignificante. Falada na localidade de Lagoa Salgada.
Broco(ô): Distraído, que tem dificuldades para aprender algo. Falado com freqüência na localidade de Frei Jorge.
Bucho fofo: Significa falar que estar com gases no intestino. Empanzinado. Empachado. Falada nas localidades de Belém e Lagoa dos Gregórios.
Bucho quebrado: Expressão de valor pejorativo. Usada para designar aquele que tem a barriga grande e por isso é feio e desajeitado. Falado na localidade de Cajueirinho.


C

Cagado e cuspido: Coisas super parecidas. Igual ao outro. Fala-se bastante na sede do município.
Caganeira: Infecção no intestino. Diarréia. Palavra usada na localidade de Belém.
Camarinha: usado pelas pessoas mais velhas quando refere-se ao quarto de dormir. Usado na localidade de Lagoa dos Monteiros.
Carralo: Significa cavalo. Falado com freqüência na vila Preá.
Cascudo: Pancada na cabeça com a mão fechada. Coque. Cocorote. Termo falado em todo o município de Cruz.
Coitado!: Quando alguém faz uma coisa ou fala algo sem sentido. Como se estivesse debochando do outro. Usado com freqüência na localidade de Paraguai.
Como é que pode um negócio desse: Bastante usado quando não se acredita no que está acontecendo. Falado com freqüência na sede do município.
Conversar miolo de pote: Expressão usada para quem fala um assunto sem importância, que não tem nada a ver com o diálogo. Besteira. Falado com freqüência na localidade de Frei Jorge.
Credo: Repugnância a algo. Muito usado no distrito de Caiçara.
Criatura: coisa ou ser criado. Individuo. Palavra falada na localidade de Lagoa Velha.
Cuidado Bicho: Aviso. Cautela. Dar bastante atenção ao que for fazer. Usado com freqüência na localidade de Poço Doce II.

D

De lua: Usado para designar pessoas que de um dia para o outro, ou repentinamente altera suas emoções, e mostra-se ora zangado, ora alegre. Usado com freqüência na localidade de Canafístula.
Deixa pra lá: Significa não está preocupado. Dar pouca importância. Falado na localidade de Poço Doce I.
Desce para baixo: Termo usado com freqüência na localidade de Paraguai. Significa descer para algum lugar. Ir para um lugar mais baixo.
Deus me livre: Algo que não pode acontecer. Pedindo ajuda de Deus para livrar-se de alguma coisa. Fala-se habitualmente no Distrito de Caiçara.
Dia de São Nunca: Expressão muito antiga. Usada por pessoas de várias gerações. Fala-se para dizer que algo nunca vai acontecer, pois o Santo Nunca não existe e portanto esse dia também não.
Diveras: Verdade. Realmente. Fala-se na localidade de Lagoa dos Monteiros.
Dixe: Significa disse. Falado com freqüência na vila Preá.
Do tempo do Bumba: Objetos, idéias e atitudes fora de época. Ultrapassado. Antigo. Falado na localidade de Cajueirinho I.
Dor de viado: Dor desviada. Usado com freqüência na localidade de Lagoa dos Monteiros.


E

É de ser!: Palavra duvidosa. Desacreditar de algo que outra pessoa fala. Termo usado habitualmente nas localidades de Paraguai e Preá.
E eu: Estou. Referindo-se a si mesmo. Fala-se na localidade de Lagoa dos Monteiros.
É hoje que eu só chego amanhã: Termo usado para aviso. Aparecer só no outro dia. Usado habitualmente no Distrito de Caiçara.
É mais fácil jogar pedra na lua: Expressão usada quando uma pessoa quer ou está realizando algo muito difícil. Usado com freqüência na localidade de Solidão.
É o novo!: Expressão que dá idéia de contradição. Quando fala-se, está referindo a algo antigo. Sentido de gozação com algo que é velho. Usado em todo o município.
Ei-bichium: É usado no sentido de gozação. Quando não conhecemos a pessoa da qual vamos falar. Usa-se com freqüência na sede do município.
Entrar pra dentro: Entrar em algum lugar. Termo usado com freqüência na localidade de Paraguai e demais localidade da zona rural.
Enxirido: Aquele que falta com respeito com o outro; Aquele que usa expressões inadequadas para o ambiente em que estar. Intrometido. Fala-se habitualmente na localidade de Canafístula.
Escroto: Corajoso, destemido. Falado com freqüência na localidade de Frei Jorge.
Esgalamido: Pessoa que come muito. Exagerado. Comilão. Usado habitualmente na localidade de Cajueirinho I.
Espiar: Olhar. Ficar olhando coisas que não são de seu conhecimento. Curiar. Fala-se nas localidades de Canafístula e Lagoa dos Monteiros.
Eu digo: Confirmar algo quando alguém fala. Fala-se com freqüência na localidade de Poço Doce I.
Eu sou mole mesmo: Usa-se quando acontece repetidamente algo errado com a mesma pessoa. Fala-se habitualmente na sede do município.
Eu-hem: Termo usado em momentos de raiva e alteração. Fala-se na sede do município.
Expressa: Ônibus. Transporte de pessoas. Fala-se habitualmente pelas pessoas da terceira idade na localidade de Pitombeiras.


F

Ficar na sua: Permanecer como estava. Pedindo para a pessoa não expor seu ponto de vista. Ficar calado diante de diversas situações. Bastante usado na sede do município.
Filha da mãe: Expressão usada para expressar que está com raiva daquela pessoa. Falada bastante no Distrito de Caiçara.
Frescar: Encrencar. Intimar. Falado com freqüência na Localidade de Frei Jorge.


G

Gato escaldado tem medo de água fria: Expressão usada por pessoas que erraram uma vez e se prepara para que não aconteça outra vez a mesma coisa. Fala-se habitualmente em todo o município.
Gobira: Jumenta. Fêmea do Asno. Termo usado na localidade de Cajueirinho.
Gua!: Termo de admiração. Gozação referente a algo que se fala. Fala-se com freqüência na localidade de Solidão.


H

Há cachimbo: alguém inquieto. Pessoa sem concentração. Pão duro. Fala-se habitualmente na sede do município e no distrito de Caiçara.

I

Infarosa: Diz-se de uma pessoa chata, metida, antipática. Falado com freqüência na vila Preá.
Intirisso: Fazer algo sem intervalo para descanso. Falado com freqüência na localidade de Frei Jorge.

J / K –

L

Lá vai: Significa uma surpresa. Alguma novidade. Algo novo. Usado com freqüência no município de Cruz.


M

Macho véi: Amigo de muito tempo. Cumprimento. Fala-se na localidade de Pitombeiras.
Marruá: Pessoa atrasada em conhecimentos. Quem não sabe bem das coisas. Desligado. Falado muito na localidade de Córrego da Poeira.
Meu vei: Meu velho. Esposo da terceira idade. Muito falado pelas mulheres de todo o município.
Minha fia: Minha filha. Jeito carinhoso de chamar as pessoas. Muito usado na localidade de Córrego da Poeira.
Muier: Mulher. Feminino. Fala-se habitualmente na zona rural do município.


N

Na mente: Expressão usada quando alguém tem dúvida do que responde. Muito falada na localidade de Aroeira.
Na tora: Comprar ou vender algo sem medir ou pesar. Cálculo de cabeça. Base. Fala-se habitualmente na localidade de Cajueirinho II e Moura.
Não acredito, não: Expressa dúvida. Admiração. Usa-se com freqüência na localidade de Belém.
Não carece: Ato de precisão. Necessidade. Usado habitualmente na localidade de Lagoa Velha e Lagoa de Baixo.
Negrada: Maneira de referir-se a um grupo de pessoas. Gente reunida. Fala-se com freqüência em todo o município.
Ninguém merece: Algo inaceitável. Muito falado por adolescentes de todo o município.
Num tô dizendo mesmo! Discordar do que o outro fala. Expressar dúvida, admiração. Falado por várias gerações de nosso município.


O

Ô coitada: Mangação. Zombando da pessoa. Palavra falada com freqüência em várias localidades do município.
Ô piula: Expressão falada quando algo não dá certo. Usada no Distrito de Caiçara.
Ontonte: Significa antes de ontem. Dia anterior ao ontem. Expressão usada na localidade de Solidão.


P

Pai d’égua: Relativo ao tamanho. Ser grande. Falado com freqüência nas localidades de Pitombeiras e Caiçara.
Pão duro: Avarento. Miserável. Pessoa ruim. Fala-se habitualmente na localidade de Lagoa Salgada.
Passamento: Dar um treco. Agonia. Desmaio. Desligar-se do mundo por instantes. Falado com freqüência na localidade de Belém.
Pé-de-cana: Alcoólatra. Pessoa que vive bêbado. Falado na sede do município.
Pegar o beco: Sair. Ir embora. Muito usado na localidade de Cedro.
Pode ser: O mesmo que pode acreditar. Muito usado em algumas localidades.
Por força: Afirmação. Confirmar algo. Fala-se bastante na localidade de Cavalo Bravo.
Pra modi: Modo de fazer. Expressão falada em toda a zona rural.
Puxa saco: Destinar um tratamento. Bajular demais uma pessoa. Falado com freqüência em todo o município.


Q –


R

Raí rezar: Mandar alguém fazer algo útil. Ocupar quem não faz nada. Fala-se habitualmente na localidade de Monteiros.
Rambora: Abreviação coloquial da frase: vamos embora. Usado na localidade de Canafístula.
Reaco: Pessoa que não paga o que deve. Quem deve alguém e não paga, mesmo tendo dinheiro. Falado com freqüência na zona rural do município.
Remela: Sujeira de cor esverdeada que fica no canto dos olhos. Bastante usado na localidade de Belém.
Rombora rapaz: Pressa. Apressar alguém na realização de uma tarefa. Falado na localidade de Poço Doce II.
Roró: Vovó. Mãe de sua mãe materna. Fala-se bastante em toda zona rural.
Roxo de preguiça: Sem coragem. Com muita preguiça. Fala-se habitualmente na localidade de Belém.
Ruim das oiça: Problema de audição. Pessoa que não ouve normalmente. Falado com freqüência pelas pessoas da terceira idade de todo o município.


S

Sair pra fora: Sair do lugar de onde está, para o lado de fora. Usado em toda a zona rural do município.
Santinho do pau oco: Ironia. Tirar sarro de alguém que não quer ter defeitos. Usado habitualmente na localidade de Pitombeiras.
Se liga: Pedindo atenção. Fala-se com pessoas desligadas. Usado habitualmente no Distrito de Caiçara.
Seca do quinze: Pessoa magra. Falado com freqüência na localidade de Lagoa Salgada.
Sei não, viu! Suspeitar de algum fato. Expressar dúvida. Falado bastante na localidade de Poço Doce I.
Semana quienta: Serve para indicar a próxima semana. Ainda está por vir. Falado bastante na localidade de Solidão.
Sua carniça: Pessoa desprezível. Expressar raiva de alguém. Fala-se em várias localidades do município.
Subir pra cima: Subir para algum lugar. Ir para u lugar mais alto. Fala-se habitualmente na localidade de Paraguai.


T

Tá entendendo?: Certificar-se de que aquilo que está sendo falado, está entendido. Usada por crianças e adolescentes da sede do município.
Tá rico: Ironia. Expressão usada quando alguém quer realizar o impossível. Fala-se muito na localidade de Poço Doce II.
Tá só enfiando peido em cordão: Expressão falada quando alguém não tem nada para fazer. Ocupação de quem está sem afazeres. Muito usado na localidade de Solidão.
Tanto queira: Ter muito. Ter o suficiente. Bastante usado na localidade de Belém.
Te alerta: Sobre aviso. Atento. Vigilante. Sentido e cuidado. Fala-se com freqüência na localidade de Lagoa Velha.
Te alui: Ficar alerta. Chamar a atenção de alguém desatenta. Fala-se com freqüência na sede do município.
Te aquieta: Pedir para comporta-se. Expressão bastante usada em nosso município, principalmente com crianças.
Te arrenego: Te desprezo. Rejeição. Bastante falado na localidade Lagoa dos Monteiros.
Te liga: Ficar atento. Pedir atenção de alguém com relação a algum fato. Bastante falado na localidade de Cavalo Bravo.
Te orienta: expressão usada nos momentos em que se realiza tarefas mal feitas e sem sentido. Fala-se com freqüência na localidade de Solidão
Te preza: Te valoriza. Dar valor a si próprio. Fala-se muito na localidade de Poço Doce I.
Te toca: Chamada de atenção indiretamente. Fala-se com freqüência na localidade de Cajueirinho II.
Teu pai que é cego: Referir-se a pessoas que apontam defeitos nos outros, estando praticando o mesmo erro. Fala-se habitualmente na sede do município.
Teu zói: Teus olhos. Repreensão. Bastante falado na zora rural do município.
Tibe: Expressão usada em momentos de admiração. Fala-se habitualmente por pessoas da terceira idade de todo o município.
Tô acordado: Despertado. Resolvido de comum acordo. Combinado. Fala-se habitualmente na localidade de Lagoa Velha.
Traste: Algo imprestável. Inútil. Usada em momentos de raiva e brincadeira por pessoas de várias idades.
Tropo(ô): Com as pernas Trêmulas. Falado com freqüência na localidade de Frei Jorge.
Tu é doida é?: Não está certa. Discordar. Não está com a razão. Falado bastante na localidade de Belém.
Tu rai? Tu rem? Eu rô!: Expressão usada para fazer perguntas relacionadas a ida ou vinda de um lugar. Convite. Bastante falado na localidade de solidão.
Tu trabalha na fossa? Ou na Cagece?: Pergunta que se faz à uma pessoa que conversa sem sentido. Fala-se bastante na localidade de Solidão.
Tuas ventas... Tua cara: Negação da fala anterior. Discordar. Fala-se com freqüência na localidade de Belém.


U

Um rum: Quer dizer fala logo, conta logo uma fofoca. Falado com freqüência na localidade de Preá.

V

Vai plantar batata no asfalto, pra vê se nasce: Dirigi-se a uma pessoa que fala asneira, bobagem. Estrupício.
Vai pra China: Vai embora. Expulsão. Sair de perto. Descartar. Fala-se habitualmente em algumas localidade do município.
Vai pra donde: Vai pra onde em tom de deboche. Bastante usado na localidade de Lagoa Salgada.
Vai te catar: Expressão usada quando uma pessoa está falando algo que não se pretende ouvir. Fala-se muito na localidade de solidão.
Vala mim Deus!: Termo usado em momentos de susto, medo ou admiração. Fala-se muito na sede do município.
Vixe Maria: Espanto. Admiração. Fala-se habitualmente na sede do município.

X –


Z

Zapragata: Chinelo, sandália. Proteção dos pés. Fala-se muito na localidade de Córrego da Poeira.