sábado, 30 de setembro de 2006

Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006 - Memórias

Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias
As páginas da minha vida

Transparecendo grande emoção dona Fátima nos dirigiu, com sábias palavras, as experiências vividas na sua infância. Como antes era diferente! Eu vivia com minha madrinha, uma mulher fervorosa que ensinou-me as melhores coisas: a trabalhar nos afazeres domésticos, á respeitar os mais velhos e a ser uma pessoa do bem.
As brincadeiras eram mais divertidas e alegres. A gente brincava de bonecas, em sua maioria feita de tecidos e algumas poucas louças. As moças juntavam-se nas noites de lua clara para brincar com os rapazes de advinhas, anedotas, contar histórias... uma vez por outra saia uma paquera, mas não podia namorar porque se os pais soubessem não deixavam a gente sair de casa por um bom tempo.
Quando acontecia uma festa na comunidade vestia-se as melhores e mais decentes roupas. Tinha as vestimentas de ir para a missa. Que eram vestidos compridos de mangas e infetados com renda. Nos valores que são tão importantes na formação cultural de uma localidade.
Havia dentro da comunidade um sentimento de afeição e respeito uns para com os outros. Todos se conheciam, cumprimentavam-se e solidarizavam com os mais gestos da partilha, contrário ao individualismo dos nossos dias.
Os estudos eram poucos e difíceis. Naquele tempo, a gente decorava a lição é quem não soubesse apanhava dos colegas sem contar com o castigo que recebia da professora. Hoje a Escola é bem mais fácil e acessível a todos. Há espaço para a participação do aluno, o desenvolvimento de suas habilidades e valorização dos conhecimentos adquiridos com as pessoas mais experientes.
Essas são as memórias que protagonizaram a história de vida de uma determinada senhora que se orgulha em repassá-la aos seus descendentes.

Escola EEF. João Evangelista Vasconcelos
Aluno: Ângela Jany do Nascimento
Série: 5º. Ano
Prof: Maria Maiza de Freitas



Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias


As lembranças do meu passado

Eu lembro que as pessoas apanhavam algodão, teciam as redes para dormirem, pescavam com o landuar para sobreviver. As casas eram de palha e de pau, distantes umas das outras, hoje são feitas com tijolos, madeira de serraria e bem próximos. O material que usavam na cozinha eram de barro, como: pratos, colheres, panelas, bacias etc. Agora tudo mudou, os pratos são de louça e as panelas de alumínio. Antigamente as esponjas que usavam para lavar os pratos eram as folhas das plantas.
Naquele tempo capinavam muito nos roçados, plantavam feijão, milho e mandioca, hoje, até que ainda plantam, mas não como antes.
As águas eram sujas, tomavam banho com ela assim mesmo. Para beber coavam no pano limpo e botavam no pote de barro. Atualmente temos água limpa e boa que vem diretamente da Cagece. Lembro que pegavam as tripas do gado e de porco para fazer o sabão, este era usado para lavar roupas, essas eram sacos e de couro. Hoje é diferente, as pessoas só andam com roupas boas e bonitas.

Fico lembrando daqueles tempos, portanto, hoje vivo melhor, portanto, hoje vivo melhor e sou feliz.

Escola EEF. João Evangelista da Cruz
Aluno: Francisca Raquel Nascimento
Série: 4ª
Prof: Maria Elizangela de Araújo



Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias


O Lugar onde vivo

O lugar onde eu vivo é muito especial, chama-se Cedro é maravilhoso, aqui a natureza é um paraíso natural, este lugar é tranqüilo, as pessoas são humildes, não existe violência.
No passado não existiam escolas neste lugar, mas havia um homem bom que pagava uma professora para que as crianças aprendessem cantorias, das farinhadas, pescarias, das prosas na varanda e do moinho de moer cana.
As crianças daquela época eram mais inteligentes e educadas, tinham brinquedos e brincadeiras diferentes e não respondiam seus pais.
Antigamente aqui existia muita fartura, todos plantavam e colhiam em abundância, nossa água diminui por causa da poluição.
O futebol era o preferido da época, não tínhamos campo, fardamento, nem bola oficial, mais mesmo assim o esporte era essencial.
Naquele tempo tudo era maravilhoso se pudesse voltar certamente reviveríamos passagem felizes.

Escola: EEF Artidouro Mendes de Sousa
Aluno: Janaele Bruna da Silveira
Série: 5º. Ano
Prof: Maria Rosa Pessoa







Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias



Terra de encontros

Não nasci nesta comunidade, mas cheguei aqui em 1958. Naquela época tinha poucas casas e existia muito preá, por isso foi colocado este nome. Naquele tempo havia muitas dunas e lagoas. Ainda não existia escola. E os transportes que havia eram: jumento, cavalo, carroça, canoas e também viajávamos a pé. Também não havia igrejas e nem festejos. E se quiséssemos ir a uma festa, tinha que ir a uma localidade vizinha. No passado, os trabalhos eram mais difíceis do que agora. Pois trabalhava tirando corda para fazer redes e também despescando nos currais. A única coisa que não mudou foi o mar, pois continua igual.
Ocorreram muitas mudanças neste lugar. Tudo se tornou mais fácil. Hoje temos: comércios, pois antigamente tínhamos que comprar em outros lugares. Temos também igrejas com festejos religiosos como: São José e São Paulo. Temos ainda: pousadas, escolas, estradas, posto de saúde, etc.
O tempo passou depressa e não tenho saudade de nada do que aconteceu, pois sofri bastante. Guardo apenas lembranças em minha memória.

Escola: EEF Dionísia Maria da Silveira
Aluna: Anaíla Nágila Félix
Ano: 5º. Ano
Prof: Maria Deusimar Prado.



Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias



Travessura de criança

Naquele dia com apenas três anos de idade, eu estudava na Creche Criança Feliz, eu gostava muito de correr dentro da sala de aula, mais uma vez sem perceber que o chão estava molhado eu escorreguei e caí em cima do meu braço, eu chorei muito nesse dia.
Foram chamar a minha mãe, nessa época ela estava grávida de oito meses e ao ver meu braço todo inchado ela não pensou duas vezes me pegou pelos braços e saiu correndo para o hospital. Quando chegamos, bateram um raio x e acusou que estava quebrado em tr~es partes. No mesmo dia fomos para Fortaleza, chegamos lá por volta das oito horas da noite, fomos direto para o hospital onde eu fiquei internada por muito tempo.
Minha mãe não saia de perto de mim, ficava comigo o tempo todo. Em um dos dias que minha mãe estava comigo, ela saiu para ir ao banheiro como fazia todos os dias, mas esse dia foi diferente ao se aproximar do banheiro estava muito liso, ela escorregou e caiu em cima de sua barriga. Isso aconteceu no dia de sexta-feira, passaram-se tr~es dias e ela ganhou nenê, ela teve que sair do hospital para a Casa de Apoio e eu fiquei com minha tia no hospital.
Semanas depois operei meu braço e ainda passei alguns dias no hospital. Depois fui para a Casa de Apoio, onde encontrei com minha mãe e meu irmãozinho, então viemos todos embora.
Essa é a história de uma de minhas travessuras quando pequenina, onde nunca vou esquecer e nem posso, pois fiquei com uma grande cicatriz no meu braço.


Escola: EEF. Filomena Martins dos Santos
Aluno: Luana Géssica Pereira Ribeiro
Ano: 5º. Ano
Prof: Juliana Muniz Ribeiro




Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias


Quando eu era bem pequenina brincava de boneca, na qual era e continua sendo meu brinquedo preferido.
Gostava também de brincar de casinha, vender comidinhas, brincar de elástico, pular corda com minhas amigas e primas. Segundo minha mãe, eu gostava muito da minha vizinha, pois não saía de sua casa; só quando minha mãe ia me buscar. Tinha o esposo da vizinha, que era muito legal e brincalhão; com ele eu me divertia bastante, pois seu Manuel era uma pessoa alegre, que pena, ele morreu, mas mesmo assim, hoje em dia ainda continuo indo em sua casa, pois ficou sua esposa Dona celeste, uma mulher muito inteligente e seu filho Fernando que é meu amigo.
Aqui estou falando da minha infância; minha mãe e meu pai, me ajudaram a recordar todos esses momentos que passei e com certeza vou passar ainda mais, pois moro com meus pais, pertinho dos meus avós, gosto de todo mundo que moram ao meu redor. Hoje tenho 10 anos, estou já bem crescidinha, mas isso não quer dizer que não pratico ainda tudo isso, pois tudo que eu fazia, ainda faço, pois é meu maior divertimento além dos estudos.
Agradeço pela minha infância, que foi uma fase boa, pois eu não esqueci das minhas travessuras; hoje sou diferente, mas lembro ainda de tudo, agora pretendo fazer o que está ao meu alcance para ter um bom futuro.

Escola: EEF. DAS CHAGAS E SILVEIRA
Aluno: Paloma Régia da Rocha
Ano: 5º. Ano
Prof: Maria Elioneide da Silveira Paulo





Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias





O Lugar onde vivo

Nasci no dia 5 de fevereiro de 1997, em Poço Doce I, as 8:15 h da manhã, pesando 2.700 kg. Foi uma alegria para minha família.
Logo depois de alguns meses chegou o dia do meu batizado, meus pais fizeram uma pequena festa, tudo era alegria.
Poucos dias depois meus pais perceberam um pequeno sinal em meu olho esquerdo e após vários exames os médicos descobriram que eu tinha uma doença chamada mangioma.
Os tratamentos foram intensos e longos, mas graças a Deus e á meus pais estou recuperada.
Com 5 anos comecei a estudar, foi muito difícil nos primeiros dias. Com uma semana depois já fui me acostumando, conheci vários coleguinhas e fiz muitas amizades.
Antes era muito diferente, meus avós e meus pais contam que as panelas eram de barro; a concha era feita de quenga de coco, não existia carros, motos, ônibus, etc. Na escola se o professor mandasse fazer um dever e se o aluno não fizesse o professor então dava castigo, colocava-o de joelho em cima dos caroços de milho ou feijão, agora mudou tudo, e o professor não pode fazer isso. Agora estão na 4ª. Série, tenho 9 anos e estudo na escola de Ensino Fundamental Luís Albano da Silveira, adoro estudar, brincar, e até trabalhar. Todos os sábados vou ao catecismo em uma localidade vizinha, chamada Gamileirinha, gosto de rezar, participar de celebrações, missas e a cada dia me sinto mais feliz por ter minha vida saudável e ter pessoas para me ajudar, mas confesso: Nunca esquecerei da minha infância e como tenho saudades.

Escola: EEF Luís Albano da Silveira
Aluno: Francisca Leidiane Silveira
Série: 4ª série
Prof: Terezinha de Jesus Oliveira Freitas



Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias


Minhas lembranças


Naquele tempo era assim não existia moto, carro, bicicleta. Eu ficava sentado na minha cadeira vendo as paisagens, rios e mares, ficava vendo o ar balançando as árvores e secando as roupas.
No tempo passado os filhos respeitavam muito os pais, não se metiam nas conversas dos adultos e não se chamavam palavrões com os pais, os mesmos gostavam muito dos filhos e os filhos dos pais.
Antes, quando as pessoas ficavam doentes, não era possível se consultarem pois, os hospitais eram pagos e só se consultavam quem tinha dinheiro, mas tinha um farmacêutico que se chamava Azevedo, que consultava as pessoas, pois ele já me examinou.
As escolas eram em casa, e não existia professores próprios, em cinco e em cinco meses era um professor diferente, teve uma por qual me apaixonei, paixão de criança, ela me deu um banquinho baixo e todo dia se sentava perto dela.
Hoje fico sentado olhando a destruição que o homem fez, quando olho para os rios não vejo mais como era antes, agora está totalmente diferente, os rios estão todos poluídos, com a chegada do homem. Hoje fico pensando no passado, nas coisas boas e ás vezes fico comparando o passado com os dias atuais.

Escola: EEF. Raimunda Elvira Brandão
Série: 5º. Ano
Aluno: Maria Charliane de Freitas
Prof: Keilla Michell de Sousa






Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias



Minha terra adorada

Nasci e cresci em lagoa velha, desde que nasci, Lagoa velha mudou muito. Era um lugar tranqüilo, com poucas casas de taipa, uma estrada carroçal por onde passava animais de carga e pessoas a pé. Hoje tem um asfalto que dar acesso a outros lugares. Naquele tempo eu ia a pé para a escola, hoje tem transporte escolar. Lagoa velha mudou para melhorar. Atualmente tem colégio, energia, meio de comunicação, móveis, condução e o número de casas também aumentou.
Lembro-me das brincadeiras de roda, os dramas, reisados, piquiniques e das cavaladas com meu pai olhando a paisagem natural e os pássaros a voar no céu azul.
O trabalho era ainda e é ainda a agricultura, eu ajudava meu pai na roça e quando chegava em casa meio dia, o feijão com rapadura nos esperava em pratos e panelas de barro.
A casa onde eu morava, era pequena, de taipa com poucos objetos, uma mesinha e quatro cadeiras de couro, um tucum de palha da carnaubeira, onde eu dormia, um fogão a lenha, e um barquinho de madeira que recebemos as visitas que vinham, contar histórias e charadas nas noites de lua. Aqueles encontros foram substituídos pelos programas imorais e violentos nas televisões. No meu tempo de criança, programa assim eram chamados de “escandelo”.
Naquele tempo a escola era na casa do professor e era uma disciplina rígida como, como assoletrar a carta de abc e o argumento em números, se um aluno não acertasse a tabuada e outro respondesse, o que acertasse dava palmatória na mão do que errasse e quem não respeitasse o professor ficava de joelho na frente dos outros alunos.Hoje alunos têm regalias, transporte, escola, material didático,bolsa escola e mesmo assim não querem estudar. Se eu tivesse esta oportunidade eu teria aproveitado com unhas e dentes.
Hoje com meus 70 anos vivo feliz com meus filhos e netos e sinto-me saudades das serenatas e da tranqüilidade que acabou.

EEF. Bernardino José Vasconcelos
Aluno: Maycon nascimento Vasconcelos
Série: 5º. Ano
Prof: Maria Maisa de Freitas


Escrevendo o Futuro – 3ª edição – 2006
Memórias


Conhecendo a minha história

Nasci e cresci em Córrego da poeira, o qual fazia parte do município de Acaraú, hoje situado no município de Cruz. E o que mais me marcou foi que em 1958, houve uma grande seca. Pois a maioria das pessoas se deslocaram para o Maranhão através de recursos para sobreviverem. Enquanto as que ficaram, passaram necessidades. Mas depois apareceu um serviço do governo ao qual deram o nome bolsão da seca, onde as pessoas que trabalhavam recebiam o nome de “casacos” e em vez de receber dinheiro, ganhavam em troca mercadorias.
Recordo ainda, uma pessoa muito conhecida nessa comunidade, que foi meu tio Raimundo Luiz. Além de ser de maior posse e muito amigo de todos, foi também muito lutador pela vida.
Não esquecendo que a maneira de visitar as pessoas era bastante diferente. Pois eu costumava passear na casa dos vizinhos, onde ficávamos horas e horas conversando e contando histórias. Era aquela animação. E sem contar que ao chegar, era servido um delicioso cafezinho. E hoje a maioria, em vez de visitá-las, preferem ficar em casa, assistindo televisão.
Outra coisa: a maneira de viver, também era diferente. Em se tratando de viagem, lembro que eu viajava para o Acaraú transportando gêneros alimentícios em animais. A viagem era bastante cansativa, mas não tinha transporte. Porém, assim mesmo eu nunca deixava de ir. Também, saia muito a pé para as festas religiosas. Pois quando chegava a época, juntava-se um grupo de pessoas e saia cedo. Mas não achava longe porque a gente ia conversando e quando percebia já estava quase chegando.
Em relação as pessoas doentes, lembro que quando eu adoecia, minha mãe me curava com remédios caseiros. Por não ter médicos na região. Mas mesmo assim, rapidinho eu recuperava minha saúde.
Atualmente as pessoas vivem bem confortadas, conseguindo as coisas sempre com mais facilidade. Pois com o passar do tempo, tudo foi modificando e facilitando a vida de todos.

EEF. Raimundo Luiz da Silveira
Aluno: Gércia Aline Vasconcelos
Série: 5º. Ano
Prof: Maria Célia da Silveira.


Escrevendo o Futuro – 3º Edição – 2006
Memórias


Saudosos tempos de criança

Recordo-me com saudades os meus tempos de criança. Juntava-me com a meninada da rua em que eu morava e brincávamos nas calçadas, de cantigas de roda, pular corda, esconde-esconde e muitas vezes de boneca (estas eram confeccionadas por nós mesmas, com sabugos de milho e algumas de pano).
Algumas noites cantávamos hinos na praça da matriz. A vida era mais tranqüila e as pessoas tinham mais tempo para conversar, dialogar e contar histórias. Costumávamos rezar o terço todas as noites em famílias.
Lembro-me que, em época de carnaval, minha mãe levava-me ao baile á tardinha. Era a vesperal das crianças. Todas se divertiam fantasiados com as mais variadas roupas. Muito confete e papel picado. Mais tarde era o desfile dos blocos. Existiam apenas dois: o bloco dos sujos, onde as pessoas dançavam batendo em latas fantasiadas com roupas de sacos, jogando maisena uns nos outros. O outro bloco era tudo bem organizado, com muito brilho, beleza e elegância. Tinha rainha, porta-bandeira, bateria e muita lantejoula.
Ficávamos nas calçadas observando tudo com muita atenção, os olhos pulando de alegria... Naquela época tudo era diferente. As festas eram tocadas com sanfonas harmônicas. As danças eram o xote e a valsa. Valorizavam-se as cantorias com violas (homens cantando versos improvisados com rimas) e também os reizados (danças folclóricas onde os integrantes se trajavam de animais).
Você pensa que era só os homens que trabalhavam na roça? Engano seu... Mulheres trabalhavam desde o preparo da terra até a colheita, dia após dia, sol-a-sol e não tinha essa de criança não trabalhar. Não freqüentávamos escolas, pois eram muito distantes e precisava pagar. As condições financeiras de nossas famílias eram mínimas e tínhamos que ajudar os pais na agricultura e nos afazeres domésticos. Assim aconteceu comigo e com todas as crianças daquela época.
Sonhávamos muito, apesar da grande responsabilidade que tínhamos, mas brincávamos pra valer. Tínhamos uma vida calma e tranqüila. A infância daquela época tinha um sabor especial! Eram bons tempos... Talvez bem melhores que os modernos. Alguns podem não valorizar “aqueles tempos”, mas a minha memória e as minhas recordações valorizam por demais aquela época, tempos que não voltam mais.
Hoje só restam as lembranças, antigas e amareladas fotografias no baú, o horizonte “a tardinha, os meus cabelos prateados(pintados com o pincel do tempo), minha pele enrugada e o coração cheio de nostalgia, porem, muito feliz. Assim foi a minha infância no lugar em que morava.



Escola: Centro de Educação Básica Paulo Freire
Aluno: Patrícia Vasconcelos Silveira
Serie:4ª.SerieProfessor: Marli Maria Muniz
Texto escrito com base no depoimento da Sra. Maria Ferreira Vasconcelos, 70 anos.

Escrevendo o Futuro – 3° Edição -2006

Memórias

A muito tempo atrás, o lugar, o lugar onde eu morava ou moro era muito pequeno, só tinha duas casas o resto era mato. Quando Valdemar Paulo Ribeiro conhecido como Valdo Ribeiro, casou-se passou a morar neste lugar, então tinha poucos habitantes e uma floresta bastante fechada e poucos trabalhadores, então vinha gente de outros lugares para trabalhar,Valdo Ribeiro dividia uns para plantar cana-de-açúcar, outros para plantar cajueiros e os demais para plantar milho e feijão como também roça. Com o desenvolvimento local trouxe também a origem do nome caldeirão, justamente devido a fabricação de caldo de cana, rapadura, açúcar como também rapadura.
Como o passar do tempo a referida comunidade passou a ser chamada de “Canafístula” devido a existência de uma planta, ou seja, uma árvore encontrada ás margens de um córrego denominada “Canafístula”, essa mudança de nome ocorreu devido a essa planta e o fim da produção dos produtos proveniente da cana de açúcar.
Com o tempo a comunidade desenvolveu-se, surgindo uma escola, um campo de futebol etc. A principal atividade econômica é a agricultura como também o comercio. Hoje nossa comunidade formou-se um pequeno ou médio povoado onde as pessoas estão buscando individualismo onde atrapalha cada vez mais o crescimento local como também humanitária para com a população, desde esses problemas podemos citar o entrosamento local como um lodo.

Escola: E.E.F. Valdemar Paulo Ribeiro
Aluno: José Alex Távora
Serie:4ºSerieProfessor: Maria Edna Lima Silva



Escrevendo o Futuro – 3° Edição -2006
Memórias

Lembranças do meu passado


Nasci e cresci em Cajueirinho, há 70 anos, numa época mais calma e tranqüila. Outrora, era difícil de viver. O lugar não oferecia boas condições de vida. Diante de tantas dificuldades, por muitas vezes, nos deslocávamos para outras localidades á procura de atividades para ajudar no sustento de nossas famílias.
Naqueles tempos, as crianças tinham uma infância bastante sofrida, diferente dos tempos atuais, eram “escravas” de seus pais, porém trabalhavam intensamente para ajudá-los. Os anos passavam devagar e nós aproveitávamos o pouco tempo que nos restava no final da tarde para brincar de galamar, baladeira (estilingue) e pião.
Naquela época, o estudo era difícil, a maioria dos jovens comprava a carta do ABC para aprender a asssoletrar as primeiras silabas, somente depois, conseguiam ler. Por volta dos 40 anos, já casado, tive a oportunidade de estudar o mobral (escola da época).
Levávamos o namoro mais a sério, conversávamos na casa dos pais, casas de farinha e em festas religiosas, tudo com muito respeito, diferente dos dias de hoje.
Viajar não era fácil! Não existiam carros e nem estradas para deslocarmos, só existiam animais ou viajávamos a pé. Era um transtorno infernal para os moradores do lugar, sendo o motivo, a lentidão dos transportes da época.
Antigamente em Cajueirinho era assim. Hoje com o avanço da tecnologia as coisas tomaram outro rumo. Com a chegada dos transportes mais rápido a situação mudou. As crianças perderam o prazer pelas brincadeiras, todas assistem á televisão estando cada vez mais desobedientes e a falta de harmonia modificou a vida das pessoas. Ainda somos uma comunidade humilde, na qual, há muitas transformações que nos fornece melhorias nas localidades.
O tempo passou depressa, sinto saudades dos meus pais, porém, tenho minha esposa, filhos e netos para alegrar meus dias e as lembranças daqueles tempos recatados...


Escola: E.E.F. Maria Filomena Sousa
Aluno: Dara Rayla Medeiros
Serie:4ºSérieProfessor: Vacilda Maria de Sousa

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Escrevendo o Futuro – 3° Edição -2006
Memórias

Vida no campo


Eu nasci em 1945, e desde então moro no Belém. Antigamente a lagoa era muito cheia e algumas pessoas que iam caçar passam por lá para tomar banho. Tinha poucas casas, muitas dela eram de taipa.
A minha família vestia roupas de tecido feito de algodão que era tirado os caroços e fiado no fuso. A primeira calça que vesti foi feita pela minha irmã. Ela fez no tear (uma maquina feita de madeira que de forma artesanal), com os pés e as mãos, se construía os tecidos, os calçados que eu usava eram tamancos de pau feito pelo meu pai. Depois veio ás apragatas (chinelo feito de couro de boi). Hoje em dia as roupas são feitas em máquina de costura e os sapatos são comprados nas lojas.
Na escola onde eu estudava a professora ia pegar água na casa do Sebastião, passava a tempo todo conversando e quando os alunos sentiam a sus falta iam chamá-la. A professora pedia para os alunos ler. Os que não sabiam levava palmatória. Eu graças a Deus nunca levei uma palmada, estudava a lição em casa e tirava notas boas. Eu pensava que a escola não ia acabar na terceira serie, mais foi o jeito. Pois meus pais eram pobres e não tinha condições de comprar roupas e pagar os meus estudos. Já hoje as escolas são públicas, os transportes são de graça, os professores ensinam os alunos na hora que eles precisam e não existe castigo como antigamente. Tudo é diferente!
Muitas coisas já mudaram como: água encanada nas casa (quase não precisam de cacimba). A maioria das casas são de tijolos e os cercados tem muito cajueiro. Tem transportes e estradas de pedra, sem falar na energia elétrica que deixou muitos objetos para ajudar a vida das pessoas.
Moro numa comunidade ainda tranqüila.

Escola: E.E.F. Antonio Gregório do Nascimento
Aluno: Francisca Josiane dos Santos
Serie:4ª.SérieProfessor: Maria Rosimeire dos Santos




Escrevendo o Futuro – 3° Edição -2006
Memórias


O lugar onde eu vivo enche meu coração de alegria, porque é bom saber que eu nasci e estou crescido aqui.
Eu aproveito muito bem ele porque aqui tem vários divertimentos como: a danceteria Badalos e o Estádio Badalão tem muitas eventos como festas, serestas e campeonatos de futebol.
Comemoramos os 31 dias do mês de Maio em louvor a Nossa Senhora. Aqui não é completo porque faltam postos de saúde, quadra esportiva, estradas novas e telefones públicos etc. Estudo na Escola de Ensino Fundamental Santa Cecília, ela é pública e tem 219 alunos, tem um campo de futebol bem a frente. A comunidade está lutando na construção de uma Igreja, logo depois no futuro irão fazer uma praça, temos o prédio da comunidade onde são realizadas as aulas de catecismo. A maior parte de trabalho é a agricultura e a cajucultura é calmo de poucas habitantes e tem várias formas de se viver e da gente ser feliz.

Escola: EEF. Santa Cecília
Aluno: Antônio Elivaldo de Araújo
Série: 5º.ano
Prof: Maria Eveunia Araújo Carvalho

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